Compreendo porque António Costa se agarrou à Câmara de Lisboa
com unhas e dentes, cedendo o lugar (mais que provisório) a António
José Seguro .
Com tudo armadilhado.
o actual S.G. do PS está condenado a fazer uma longa, difícil e penosa
travessia do deserto, ao sol escaldante do arcaico sistema capitalista
em decomposição .
A última carta que faltava no baralho marcado da pantomima socrática,
soube-se depois, era o tacho de administrador de uma grande multinacio-
nal do ramo farmacêutico, oferecido ao engenheiro José Socrates .
Os seus homens de mão tentaram (ou simularam) um contra ataque deses-
perado, mas José das Arábias já tinha fugido para outras paragens .
Seguro iniciou então a travessia do Sahara político onde se irá enterrar nas
imensas areias movediças, errando em zigue-zague, de oásis para oásis,
até que a água se lhe derrame irremediávelmente do cantil, por entre os de-
dos.
Até lá, talvez que o Portugal político, tal como o que o agora conhecemos,
já tenha deixado de existir .
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