A oposição de esquerda em Portugal transformou-se
num mero tigre de papel .
Só virá a ganhar eleições, se reganhar um mínimo de credi-
bilidade, deixando de comportar-se como num cadáver adia-
do, em decomposição adiantada, carregada de miasmas .
Reúne, edita, programa, clama, procura líder, troca de cami-
sola, forma grupelhos, faz arranjinhos, autofagia-se lentamen-
te, deprime-se e deprime-nos, abaixa assinados, proclamações,
jura e abjura fidelidades, consuma traições, esconde-se detrás
de biombos chineses, não fornica, nem sai de cima, desdobra-
se em pedaços de lombrigas, planeia, exibe, emenda, rasura,
organiza, destrói, inventa, manobra,
tudo isto de costas voltadas para o País, e sob o olhar descam-
bado dos falsos liberais de direita .
Assim, não há cú que aguente.
Degradante espectáculo que nos oferecem em directo, todos
os dias.
A História e a Memória nada nos ensinaram .
Por isso, Portugal irá ao fundo, num mundo de lama .
Dizem alguns que os mais aptos partirão, à procura de melho-
res condições de vida .
Mentira,
os melhores, cada vez em menor número,
têm que ficar,
para estancar o dilúvio que se avizinha .
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