Fui nado e criado no campo.
Cedo me achei agarrado às coisas da natureza,
aos bichos, às flores, às plantas e ao Astro .
Conhecia o sol e a escuridão dos invernos que demoravam
a passar .
Entendia o piar das corujar e o trinar aflito dos pássaros per-
didos no revolver de ventos adversos .
E sabia como o céu escurecia até ficar de breu ,
E o vento virava mau com o rugir das bestas,
calando tudo à sua volta .
Estava dado o alarme .
Era urgente procurar abrigo seguro,
que a tempestade iria chegar depressa,
e nunca se sabia da sua rudeza
e quanto tempo levaria para acalmar .
E o pavor da trovoada,
riscando o céu de fogo, vezes sem conta .
Ouvia rezar a Santa Bárbara bendita
Que nos céus estás escrita,
e com a reza,
o inferno escampava um pouco .
E então a chuva parava,
a luz abria,
e deixava entrar o sol ainda envergonhado .
A bicharada vinha sempre à frente
ensinando o caminho .
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