quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A CAMIONETA DO PEIXE .

Tomava eu a minha bica e lia o jornal, descansadamente,
quando inesperadamente se levanta uma grande agitação,
e se começa a ouvir uma enorme barulheira e o zurrar estri-
dente que se aproximava de nós , com sons variegados, que
iam subindo de tom .
Que seria aquela algaraviada toda ?.
Donde vinha toda aquela algazarra descomunal ?.

Tinha chegado a camioneta do peixe .

Reparo então que muita gente se havia juntado à porta do
café .
Homens e mulheres acotovelavam-se e discutiam aca-
loradamente, disputando os melhores trofeus que vinham
na caixa frigorífica .
Sardinha, carapau,
peixe miúdo, peixe graúdo,
azul, branco ou vermelho ?.

A 20 km do mar, da terra do melhor do mundo,
como há meio século atrás, a rede de distribuição
continuava a ser  camioneta .
Talvez que fosse esse o segredo .
O mercado livre .
A liberdade do sonho .

Era, certamente,
um dos melhores momentos do dia .
.