A geração à rasca foi a minha .
Já o Estado novo tinha atingido a maioridade,
havia sofrido a metamorfose do Fascismo,
na companhia dos regimes torcionários de Espanha e de Itália,
tinha acontecido a Guerra Civil Espanhola,
e a derrota do Nazismo, que jazia practicamente agonizante .
As chamadas democracias tinham desferido profundos
golpes à besta alemã, mas é justo salientar que foi a União
Soviética a pagar a maior despesa da guerra assassina, enquan-
to Staline solicitava a urgência da abertura de uma segunda frente
na Europa .
A França traíu e foi traída, ficando muito mal na fotografia do
execrando Conflito Mundial .
No silêncio(?) e no segredo (?) da grande maioria dos povos,
foram executados milhões de indivíduos, ditos de raças inferio
res, numa operação horripilante, qual fábrica que tinha como
matéria prima o Homem, e o transformava em produtos transa-
cionáveis, de toda a espécie, natureza e valor .
EM Cinco longos anos voaram os quatro cavaleiros do Apocalipse :
MORTE, FOME, PESTE e FOGO .
Só quem não viveu ou acompanhou, ainda que ao longe, estes factos
poderá falar, nos nossos dias, de uma geração à rasca .
Um pouco de vergonha e de decôro, pois, que
estas coisas deveriam estar escritas a letra dourada, nestas cabe-
cinhas estouvadas, ignorantes ou maliciosas .
O tempo tudo apaga, tudo releva,
mas respeitem minimamente as gerações de 40 e 50 .
(continua ) .
.