quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A TEMPESTADE .

A PASTORAL

A Pastoral, a 6ª Sinfonia de Bethoven, uma das 
peças musicais de que mais gosto, e que mais
tenho ouvido na minha vida, é uma das maiores
jóias daquele génio da Música .

(Como pode um surdo, durante grande parte da
sua vida, criar tantas obras de arte...) .

Neste Verão atípico, morno e seco, 
vêm-me à memória esta música, uma das mais
impressionistas de toda a história musical .

Os 2º e 3º Andamentos, após as danças popu-
lares,  o canto da passarada e o resmalhar dos
outros animais,
surge uma espécie de intervalo, um Andamento
curto, que cria um suspense, um anti-clímax,
pressagiando a rápida chegada da tempestade .

E, hei-la que desaba, com toda a violência, aca-
bando com a festa, e fazendo recolher tudo e to-
dos . 
É curta a tempestade, mas assustadora e mete
em respeito toda a Natureza .

É assim que pressinto a chegada do mês de se-
tembro;
só que na Pastoral, Bethoven retoma a tranqui-
lidade universal,
enquanto, na vida real, prevejo grande agitação,
talvez algum tornado, que o País pode sofrer, ou
não .

A capacidade de encaixe do nosso povo é imen-
sa,
mas como diz ditado :

Tantas vezes vai o cântaro à fonte,
que um dia lá deixa a asa .
.