Antigamente, nos anos 50, tínhamos que tentar adivinhar
as notícias sobre Portugal .
O terrível crivo da censura, bruta e dura, pouco deixava
chegar até nós .
Éramos tele guiados pelos escribas do regime fascista,
que teimava em continuar, apesar de a guerra ter acabado,
e as democracias retomarem o seu curso possível .
Com o início das guerras coloniais, em 3 frentes, reforçou-
se a brutalidade que se abatia sobre os órgãos de informa-
ção, muito em especial, no que se referia à imprensa escrita .
Com o 25 de Abril, tudo foi possível, durante o chamado
processo revolucionário .
Com o lento apagamento das conquistas democráticas,
com a gradual asfixia da informação livre e de serviço
público, e, posteriormente, com a proliferação dos cogu-
melos venenosos - imprensa e informação privados,
leia-se jornais, rádios e televisões cada vez mais adorme-
cidos e dominados pelo capital financeiro,
a liberdade de expressão tornou-se, cada vez mais, artigo
de museu, veículo do aparvalhamento e da ignorância dos
portugueses .
A experiência diz-nos o que podemos falar e escrever,
e o que não temos direito a saber,
e malgré as novas tecnologias da informação,
somos uma civilização grandemente condicionada e muito
pouco di- versificada, fenómeno que nos vai empobrecendo
e estupifidicando cada vez mais .
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SINAL DOS TEMPOS .
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