Como era tótó, nos anos 60 .
Quando vim estudar para Lisboa, cheguei a participar
numa manifestação da OAS ( movimento que se opunha
pelas armas, à independência da Argélia ) .
Só com a minha entrada para o Lar da AEIST, Associação
dos Estudantes do Técnico, e logo a seguir, com proí-
bição do Dia do Estudante (1962), comecei a abrir os
olhos para a realidade política .
Até essa data, já era um revoltado, mas sem saber como
enquadrar essa revolta .
A erupção da Guerra do Vietname, guerra injusta e idio-
ta, a todos os títulos, ajudou-me a encontrar a linha divi-
sória entre a América, terra da Liberdade, e a América
retrógrada, reaccionária e racista,
em que um imperialismo feroz dominava o mundo, com
mão férrea .
Era o tempo do domínio dos USA, um pouco por todo o
mundo, designadamente na América Latina, cognomida-
da por quintal das traseiras, repúblicas das bananas e
américa latrina .
A aura do mundo ocidental começou a desvanecer-se, a
partir das independência, no pós 2ª Guerra Mundial, de
inúmeros países/colónias, sob a égide do Bloco dos Paí-
ses não alinhados, o chamado 3º Mundo ( Índia, Indoné-
sia, Jugoslávia, Egipto, entre muitos outros países ),
A derrota francesa na Indochina, foi um duro golpe para
a Europa .
A nacionalização do Canal do Suez, foi outra machadada
para a Inglaterra e seus aliados, e veio mostrar ao Mundo,
que a era do petróleo, ao preço da uva mijona, tinha che-
gado ao fim .
O Império tremeu, mas depressa se recompôs ...
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