segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

UMA IDA AO HOSPITAL E S. JOSÉ .

Entrei pelo átrio  da Biblioteca .

A um canto, uma maqueta do Hospital e S. José ,
construída no lugar onde teria sido uma das extre-
midades do antigo Hospital de todos os Santos, ar-
rasado pelo terramoto de Lisboa, de 1 de Novembro
de 1755 .

Perdi-me ao subir as escadarias, com belíssimos azu-
lejos, de uma riqueza excepcional .

Dei comigo dentro do espaço do banco das urgências
e tinha alguma dificuldade em reconhecer o sítio .
Estava sentado numa cadeira de rodas, agasalhado 
numa manta espessa, mas mesmo assim tinha frio .
Queria telefonar, mas não acertava com os números .
Apenas esperava alguém .

Entrámos e sentámo-nos ao acaso, na Sala a Esfera,
onde funcionou durante muitos anos uma importan-
te Escola de Ofícios que ensinavam, de uma maneira 
tradicional, a remediar as chagas e os sofrimentos 
dos muitos doentes que ali aguardavam a sua sorte .

Fui atendido num pequeno espaço, que funcionava 
como consultório, onde tinha grande dificuldade em
sentir e compreender o que se passava à minha volta .


Da Igreja  do Colégio, que fomos conhecer em segui-
da, não ficou pedra sobre pedra, mas a Sacristia re-
sistiu, e mostra-nos toda a sua magnificêcia, o que
teria sido um dos mais belos templos de Lisboa, a jul-
gar pelo tamanho, pela especial  qualidade dos seus 
mármores, madeiras e inventivos jogos de luz de 
todo o espaço . 

Atravessei a cidade de ambulância, deixando outras 
pessoas espalhadas por outros hospitais, sempre de
sirene ligada, uivando pelo nevoeiro adentro .

Fiquei alojado numa maca, durante 48 horas .
Contaram-me depois .