Assisti aos dramas da Etiópia, do Biafra, da Bósnia,
do Uganda, do Chade, da Palestina, do Haiti, e tan-
tos outros,
mas nunca vi nada como o avanço deste formigueiro
humano, que não tem fim, e que vai sendo barrado
por sucessivos obstáculos de cimento e arame farpado,
que surgem, uns a seguir aos outros, ao sabor da geo-
grafia humana, física e política .
Como é que este drama, mostrado em directo, em todos
os media, se vai desdobrando aos nossos olhos, dias e
dias a fio, como num filme sem epílogo .
O Mediterrâneo começa a ficar atulhado de cadáveres,
que nunca verão a Terra Prometida .
Uma nova Cortina de ferro está sendo laboriosamente
construída, vedando povos, países, raças, crenças,...
Quantos chegarão ao seu destino ?.
Dizem uns, que é bom para a economia
Dizem outros, que é bom paraa natalidade .
Outros ainda, que é bom para a democracia .
A Europa nunca mais será a mesma .
E, ainda, a procissão vai no adro .
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