Filme de John Houston, de 1948,
foi um dos raros filmes que me marcou para toda a vida .
Constitui uma verdadeira parábola que aborda as relações das pessoas
em situações limites, o seu carácter e os seus comportamentos, face aos
altos e baixos de uma vida de aventura .
O protagonista é o actor Humphrey Bogart, num papel muito diverso do
desempenhado em Casablanca .
A história é simples.
A riqueza do filme é ditada pelas situações criadas no desenrolar da acção .
Um velho pesquisador de ouro, um inspector mineiro e dois ou três bandi-
dos, juntam-se numa tasca, algures no Novo México, e entre copos e fan-
farronadas, decidem retomar o ouro, de uma mina que o primeiro diz ter
encontrado .
Nada os liga, a não ser a ambição .
Para além dos revólveres, usam com armas, a intriga, a astúcia, a inveja
e a violência e o medo.
O primeiro objectivo, descobrir o ouro, foi fácil .
Os problemas prendem-se então com a posse do tesouro, a sua reparti~
ção, a segurança, num ambiente hostil de outros criminosos na sua alçada .
É inevitável a destruição sistemática dos diferentes comparsas, ora unidos
em torno de um perigo externo, os outros bandidos,
ora atacando-se até à morte, pela disputa do ouro .
Deste modo o grupo vai-se dissolvendo, até que o último ladrão vai ser
apanhado numa violenta tempestade e deixa cair o saco que contem o
ouro em pó, e este é levado pelo vento .
Os nossos bandidos, ou melhor, os nossos políticos, deveriam espreitar
o filme, e agir em conformidade .
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