terça-feira, 8 de janeiro de 2013

EGRÉGIOS AVÓS .

Uma vez acabada a reconquista cristã e consolidada a estabilidade
do reino , Portugal abandonou as serranias pedregosas, agora de-
fendidas por uma miríade de pequenos e médios castelos implanta-
dos ao longo da fronteira com Castela ,
e começou a namorar o mar .

Assegurada a aliança com a família inglesa dos Lencastres, o nosso
pequeno país começou a aprender as boas maneiras, e a mandar os
varões à escola .
Foi nesta atmosfera  encantatória que desabrochou a Ínclita Geração,
que ficaria célebre para sempre .

E eis-nos perante um grande mistério da nossa história : 

Antecipando-se a outros povos tidos como mais capazes, uma mão
cheia de Barões Assinalados e Egrégios Avós, viriam a conceber e a
implantar um dos maiores e mais eficientes impérios mundiais .

Como foi possível um país tão pequeno e tão pouco povoado, do-
minar o mundo conhecido, durante tanto tempo, com mão de ferro .
Aguentar e resistir ao cerco e à inveja de tantas outras potências
mais fortes, mais ricas e mais povoadas .

Mas foi .

Depois, os portugueses, ávidos de riquezas, ambiciosos,  trapalhões
andarilhos, misturaram-se com toda a espécie de malandragem que
grassava pelo mudo de então, embriagados, enganados, maltratados,
com mais olhos que barriga, e  foram engolidos pela imensidão das
terras conquistadas e dissolvidos como pequenos torrões de açúcar .

À medida que o Império inchava, iam rareando as pessoas com algum
mérito .
O barco começou a adornar e lentamente foi ao fundo.

É da história, que os impérios, tal como a dos seres vivos,  nascem,
 crescem desenvolvem-se, reproduzem-se e, finalmente, morrem .

Portugal nunca mais foi o mesmo.
Por toda a parte poisaram as nossas gentes,
que hoje andam penando um pouco por todo o mundo .
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