Liguei a RTP, e lá estava ele .
O Zé .
O Zé dos Santos .
Lá estava a esbracejar, a fazer a guerra do Iraque
(ou seria da Síria, ou do Afeganistão, pouco importa) .
É a guerra do Zé dos Santos,
como em tempos havia a guerra do Solnado .
Como ele explica tão bem,
vê-se que sente a guerra por dentro .
Põe o chapéu e o cantil e chega, logo de madrugada
Como fala tão escorreito o nosso Zé .
Tão afirmativo, tão explicado .
Vê-se que sabe a guerra de cor, como se fosse um
livro aberto .
Talibans para cima, curdos para baixo .
Dá gosto ouvi-lo .
Deviam mandá-lo imediatamente para a CNN ou para
a NBC .
Era uma mais valia .
Ele não vê a guerra .
Ele antevê a guerra .
Já sabe o que vai passar-se .
Chega antes dos acontecimentos .
E não há bala que o apanhe desprevenido ...
.