Quando vim viver para o bairro onde agora resido,
tudo em redor era uma imensa quinta, que foi reta-
lhada em bairros e arruamentos .
Mas nas suas entranhas continuavam enterrados mil-
hões de sementes, de toda a espécie .
Fazendo apelo ao meu passado de camponês, dei co-
migo a proteger instintivamente uma ou outra cabrin
ha vegetal .
A primeira de que me lembro bem, foi uma pequena
haste de oliveira, perdida no meio das ervas bravias .
Um dia, dei pela falta da oliveira ; fui espreitar e vi
um carcamavno da CML, que eu havia invectivado :
Oliveira, sei lá o que isso é
Tenho instruções : num raio de 2 metros, e acima
a cabeça, vai tudo à vida .
Vale que, as oliveiras podem persistir na terra, milhares
de anos .
Desbasto essa planta assassina, que dá pelo nome de
borracheira . Tudo destrói à sua passagem .
Vou cortando aqui e ali, para facilitar a vida a um pin-
heiro manso meu amigo .
Hoje, já está um homenzinho .
Tenho ainda debaixo e olho um carvalho de bolotas,
Uma olaia anã e um grande dragoeiro .
Espalhadas pelos jardins, vivem diversas árvores garrafa
e muitas outras espécies interessantes .
Não haverá por aqui, uma alma
que queira começar um jardim
botânico em Telheiras ?.
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