Antigamente quando se ia ás compras, à mercearia, ao talho
ao lugar ou à praça, ou se levava um saco de pano ou serapil-
heira, para guardar os géneros, ou então eles eram embrulha-
dos em papel de qualidades rasca .
Era o tempo dos secos e molhados .
Com o advento os supermercados e a instauração da so-
ciedade de consumo, emergiram os sacos de plástico, quais
monstros sem cabeça .
Houve ao longo deste Sec. XX, várias revoluções industriais,
mas nenhuma tão abrangente e democrática, como a Revo-
lução de Plástico .
Longe vai o tempo, em que os géneros comestíveis eram em-
brulhados numa folha de figueira .
Mas o que era maravilha, rapidamente se veio a transform.ar
num imenso pesadelo .
Os sacos multiplicaram-se aos milhões, não se podem queimar
devido aos gases nocivos que produzem, e dada a sua natureza
e resistência, são indestructíveis, e na sua maioria, não biodegra-
dáveis .
Eis então o planeta invadido, não por animais selvagens, mas por
verdadeiros monstros de plástico, que estão a reduzir o espaço
outrora ocupado pelos oceanos .
São os Continentes de Plástico, um situado em pleno
Atlântico, e outro no Índico, onde se fazem já sentir os efeitos no-
civos sobre a navegação, e sobre a vida marinha .
O Homem produziu, em menos de meio século,
Monstros inimagináveis .
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