A corrupção está impregnada no ADN dos portugueses .
Antes do 25 de Abril era usada e abusada às escâncaras .
Depois da revolução, digamos que houve um certo perí-
odo e nojo .
Mas tudo veio a evoluir rapidamente, tomando propor-
ções dramáticas, com a adesão à União Europeia e com o
livre acesso aos fundos comunitários .
O monstro tinha tomado as rédeas do
poder .
Entretanto, foram aumentando as quantias postas em jogo,
e refinando-se os métodos de troca de influências e outras
jogadas com o dinheiro alheio .
A febre justicialista entrou então em ac-
ção, como um espécie de ASAE do co-
mércio de dinheiro
Agora o jogo fia mais fino, e os jogadores foram-se especia-
lizando cada vez mais .
As paradas em jogo sobem agora em flecha .
Vem isto a propósito da contratação de quadros pagos a
peso de ouro, que transitam com toda facilidade, sem qual-
quer pudor, entre sectores da economia, aproveitando as
sinergias dos grandes conglomerados financeiros .
Claro que devem ser escolhidos os melhores, ao preço de
mercado,
mas numa altura em que o poder tem que
começar de vez, a limitar a despesa do Es-
tado, não estarão as grandes empresas a
contratar, como no futebol, bons jogado-
res, só para evitar que eles joguem pelos
antigos adversários ?.
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