A minha colecção das coisas foi sempre
muito mais fruto da imaginação do que
da realidade .
Como passei toda a minha via, por circunstâncias de
natureza pessoal, a saltitar de terra em terra, nunca ti-
ve ocasião de assentar minimamente, e fazer novos
sempre novos amigos, que logo iam ficando pelo ca-
minho .
Deixava pouco lastro emocional .
Passei por várias terras, por diferentes escolas, muda-
va constantemente de professores, de vizinhos e de ami-
gos .
Como nunca tive livros, nem brinquedos, quando mu-
dava de guarida, nada tinha que transportar, nada de
importante a arrumar.
Aprendida com os meus pais e na escola de momento .
Lia os livros lá e casa e, muitas vezes, ouvia os mais
velhos contar coisas fantásticas .
Compartilhava com os meus irmãos, as colecções de cro-
mosa bola, guardava uma caixa se sapatos com os meus
selos, que mendigava ás amigas das minhas tias, que tin-
ham pessoas emigradas, um pouco por todo o mundo,
Brasil, USA, Venezuela, Congo Belga, Canadá, Argen-
tina, sei lá eu ,
selos que iam contando a
história, a saudade, as desgraças e as
alegrias, as agruras e os momentos de
felicidade que chegavam de tão longe .
Foi a mina fase da Filatelia .