Foi numa das minhas viagens que fiz a Bruxelas,
que pela 1ª vez, me senti Europeu de corpo inteiro .
Um amigo meu tinha pregado na parede do seu ga-
binete, um mapa da Europa .
Mas não era um mapa vulgar ;
era uma autêntica preciosidade .
Pedi para o levar para a minha casa em Lisboa, e ainda
hoje o tenho colado em frente à minha secretária .
O mapa não tinha rios, nem terras, nem estradas, nem
montanhas, nem aldeias, nem capitais,
tinha tão sòmente inscritos, os nomes de
centenas de Europeus célebres colocados,
mais ou menos nos sítios onde tinham
nascido .
Era espantosa a mancha assim construída.
Gente importante, que por uma razão ou outra, tinha
dado o seu contributo para construir o melhor conti-
nente do mundo :
Pensadores, Artistas, Escritores,
Médicos, Filósofos, Arquitectos,
Politicos, Homens de Leis, Diplomatas,
Governantes, Compositores, Drama-
turgos, Actores.
À medida que ia percorrendo o mapa, povoado e tanta
gente famosa, foi então que me fui tornando um verda-
deiro Europeu,
com o orgulho inchado, e poder dizer, alto e bom som :
Sim, eu também sou um
Europeu .
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