O que hoje preocupa os políticos e o eleitorado é uma
enorme insegurança global, que tem levado ao descrédito
dos fenómenos sociais de massas .
Essa insegurança começa nos dirigentes, que não conse-
guem passar as suas mensagens, pela falta e credibilidade
das propostas apresentadas e da sua impossibilidade de as
levar à pratica, dados os constrangimentos de vária ordem
a que estamos sujeitos .
Mas também pelo desinteresse da coisa política, a todos os
níveis . E isso é muito preocupante, num país habituado a
coabitar com o estatuto de tutela, durante longos períodos
da nossa história .
Os portugueses parece que gostam de ser escravos e, em
regra, assumem-se por oposição, em vez de se imporem
pela realização e pela exaltação .
Estão sempre dispostos a seguir as ideias que passam no
vento, e a acreditar em milagres e no D. Sebastião, que
há-de chegar um dia, montado num belo cavalo branco .
Depois são enrolados, a cada curva da história .
Há muitos, que ainda continuam a acreditar que a solução
dos problemas seria a nossa integração na Espanha .
Por quê tanta descrença ?
Há algo de sadomasoquismo neste comportamento .
Estamos, mais uma vez, numa encruzilhada da História,
e urge sair do comboio da desgraça, antes que este descar-
rile definitivamente .
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