quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Manela F. L.

Manela F. L., de sua graça Manuela Ferreira Leite, parece que é a chefe da oposição ao governo de José Sócrates, digo parece, pois que ao que apurámos, apenas anda a fazer um tirocínio para dirigente política e depois aparecer toda engraxada num qualquer curso de verão do PPD/PSD.
Àparte dois fretes encomendados ao Dr. Cavaco - aprovando o ralhete que deu ao PS,acerca do Estatuto dos Açôres e opinando sobre o veto à lei do aborto- ela ainda não pôs a cabeça de fora.Claro que ainda não acabou a silly season; portanto o país real não existe, a não ser nas festanças e a banhos, em Portugal e no estrangeiro. Contudo, não deixa de ser curioso, que uma pessoa tão qualificada(Secretáriade Estado do Orçamento, Ministra da Educação e Ministra das Finanças, nos governos do Sr. Silva), ainda não tenha feito o trabalho de casa, tendo que recorrer à segunda chamada ao exame para líder.
Não nos podemos esquecer, todavia, que o Dr. Cavaco também apareceu assim, de repente, por entre o nevoeiro, a fazer a rodagem ao carro, passando por acaso pela Figueira da Foz...e sabe-se qual foi o resultado.
Já nessa altura tinha a mania de encarnar noutros personagens.
Pode ser que a Dona Manuela venha a encarnar agora numa nova Mrs. Thatcher- talvez interpretando o papel de dama de ferro forjado.

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terça-feira, 26 de agosto de 2008

Poema

Para além do ser ou não ser
das palavras ocas,
o que importa é isto:
penso nos outros,
logo existo.

José Gomes Ferreira

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"I have a dream"

Chegou a hora da rentrée.

Mais do que pontais ou universidades de verão as atenções estão viradas nos próximos meses para o que realmente poderá alterar a médio prazo a vida dos portugueses.

Não, não é o Orçamento de Estado para o ano eleitoral...

Não, não é a "resposta" do governo ou supostas propostas da oposição (quais ??) aos problemas sentidos pelos portugueses...

A decisão será apenas em Novembro e estou naturalmente a falar das eleições americanas. Será aí que se decidirá o rumo a tomar pela economia americana, e por arrasto pelas outras, a posição americana nas questões ambientais (ou direi mesmo de sobrevivência), na política internacional e claro nas guerras, físicas ou psicológicas, pelo petróleo.

Pena tenho eu que tenha que estar a falar de que quem pode influenciar a vida de todos, na Europa e no mundo, esteja do outro lado do Atlântico. Talvez o difícil de aprovar Tratado de Lisboa seja um começo para que isso mude. A Europa necessita de mudança, esse sempre foi um dos valores da esquerda.

Agora que ficou resolvida a disputa no Partido Democrata, embora tenhamos que ver ainda o empenho posto pelo clã Clinton na eleição de quem continuam a considerar não ter capacidade para o cargo, vem a disputa com os Republicanos. Os Clinton não poderão, sob pena de serem culpabilizados pela não vitória, manterem-se muito à margem da disputa. Também Cunhal teve em tempos de engolir um Grande Sapo.

Mas em Novembro o que contará são outros votos. Se nas primárias contou essencialmente o voto positivo, o voto do candidato que se deseja agora contará, nomeadamente no que diz respeita a quem poderá decidir as eleições, o voto negativo.

E é aqui que podemos ficar surpreendidos com as sondagens que dão, de momento, empate técnico. McCain é naturalmente o candidato típico americano. Obama é naturalmente o favorito dos europeus. Obama arriscou e provocou.

Arriscou em contrariar o seu discurso de mudança ao escolher Joe Biden para vice, o que talvez o tenha colocado na primeira linha para a vitória. Conseguirá com isso muitos dos votantes de Hillary e alguns dos que já se perfilavam para votar em McCain. Conseguiu assim muitos votos dos "blue-collar", mantendo a espinha dorsal do voto democrata e do suporte dos sindicatos. Poderá ter ganho aqui impulso para a vitória em dois estados fundamentais nestas eleições, o Ohio e o Wisconsin.

Provocou pois o seu discurso na Convenção Democrata será feito no dia em que passam 45 anos do célebre discurso no Lincon Memorial feito por Martin Luther King Jr. Obama já nos habituou que poderá fazer discursos tão incisivos e inflamados como MLK. Resta saber se terá o descernimento para se concentrar em quem lhe dará a vitória em Novembro.

Dizia MLK "... We cannot walk alone.
And as we walk, we must make the pledge that we shall always march ahead.
We cannot turn back. ..."

Será que "I have a dream" passará a "Yes we can" ?...


terça-feira, 5 de agosto de 2008

Aníbal I

Finalmente foi quebrado o tabú.

Ao fim de bastante tempo em que o Professor se vem mascarando de pessoa

afinada, cheia de nove horas, tentando derramar simpatia e compreensão, aconteceu

um facto curioso e de certa maneira inesperado:

o Dr. Jeckyll transformou-se em Mr. Hyde.

e surgiu de repente numa aparição surreal.

Mr. Hyde, apanhando tudo e todos de surpresa, veio inopinadamente ameaçar

vociferar, instigar, admoestar contra os seus inimigos, com uma virulência

perfeitamente desproporcionada e até um tanto infantil.

Tal actuação não faz grande sentido, e o tempo e o modo parecem-me completamente

desadequados, para não adjectivar de uma forma mais forte.

Apesar de as pessoas estarem a banhos, aguardo novos desenvolvimentos sobre o tema.
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