segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A GERINGONÇA DA BANCA PORTUGUESA .

A Banca Nacional transformou-se numa imensa 
lavandaria de dinheiro, a nível global .

Uma autêntica selva, onde os mais fortes vão devorando os
mais fracos, lenta e eficazmente, em que os banqueiros vão
anestesiando as pessoas , a pouco e pouco, com patadas con-
tinuadas, como os gatos , desgastando as presas até à inacção
e à morte .

É este o jogo que tem vindo a ser praticado pela banca, nos
últimos 4 ou 5 anos .

Os ratos lá se vão aguentando, mas 
começam lentamente a ser engolidos 
pelas ratazanas mais sabidonas .

É a selecção natural, dizem uns .
É o mercado, dizem outros .

É aguentar .

Entretanto, o jogo vai ganhando novas cambiantes e novos 
personagens .

Ninguém nos explica como se efectiva a transfusão instantâ-
nea de somas astronómicas, de onde e para onde vai o din-
heiro .
A banca portuguesa já abocanhou entre 15 a 20 mil milhões,
 de euros, sem saber como, nem porquê ...

E o que dizem ou explicam os nossos 
capatazes políticos ?.

Porque se calam estes cavalheiros .

Eu sei que o segredo é a chave do negócio,

MAS CATANO,  JÁ ESTOU 
FARTO DESTA PALHAÇADA ...
.





sábado, 27 de fevereiro de 2016

LISBOA BABEL .

Quando era miúdo e vim para Lisboa, pela primeira vez,
fazia-me muita confusão ir à Baixa, e ver tanta gente na
rua, correndo apressada, de um lado para o outro, aparen-
temente sem fazer nada .

E era assim, no Rossio, nos Restauradores, na Praça da 
Figueira, e por aí,  sítios que constituíam o meu mundo .

Que fazia aquela gente na rua ?. 

Nasci numa vila serrana, com muito frio no Inverno, 
as pessoas a malhavam-se nos seus afazeres e à lareira .

( Parece conversa da Cidade e as Serras, do Eça ...).

Por isso , quando cheguei à Capital,

(Lisboa, Capital, República, Popular ... )

fiquei espantado com aquele formigueiro todo, atravessando
as ruas sem parar, vezes sem conta .

Desconhecia eu, a vida secreta dos cobradores, dos emprega-
dos dos escritórios, dos bancos, dos armazéns, das lojas, das
tascas, dos cafés, dos restaurantes, e outra gente que passava 
o dia a cogitar negócios e jogadas, umas reais, outras imaginá-
rias, ou que simplesmente iam pousando de banco em banco
de jardim, em busca de encontrar aventura ou um solução de
vida,

O Terreiro do Paço, não tinha lojas,

( tinha o Martinho da Arcada, posto avançado de Fernando
  Pessoa, que intervalava poemas com bagaços, e uma passas
  bem sorvidas), 

mas tinha os Ministérios, imensos, com imensa gente a tratar
dos negócios do País,
e havia a Bolsa, com imensa gente a tratar dos negócios da al-
gibeira.

E aquele carrocel girava sempre sem parar, pelo menos até
a maralha ir almoçar descansadamente, no João do Grão, e
em muitas outras casas, espalhadas por toda a Baixa .

Havia, finalmente um pouco de trégua, onde os Lisboetas
faziam trabalhar as bocas, sequiosas de alimento e de paleio .
.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O MIRADOURO DO CHIADO .

Parei para descansar .
A subida ao Chiado já foi um pouco difícil .
Entrei na padaria, antigo restaurante de bairro,
lugar onde poisava quando fazia férias repartidas,
gozadas em Lisboa, nos tormentosos meses de 
Agosto .

Em cada dia, escolhia um Bairro, um Museu, e um
amigo, e assim curtia os dias.
Por vezes, almoçava no próprio Museu, outras vezes 
escolhia um restaurante com vista para o mar .

Tomei a bica,
e ali fiquei a preguiçar despreocupadamente, à espera
que passassem os meus parceiros da visita programa-
da ao Museu de Farmácia, 
uma jóia pouco conhecida dos portugueses, avessos a
à descoberta das nossas pequenas maravilhas artísticas,
e de boca aberta às boçalidades do estrangeiro .

E fiquei um bom pedaço,
a rever o Miradouro do Chiado, a céu aberto,
olhando o maralhar das gentes que se cruzavam apressa-
damente, a caminho dos transportes e do empregos  ou,
fazendo como eu, assistindo àquele espectáculo maravi-
lhoso, pelo preço de um bica .
.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

CAMÕES VERSOS PESSOA,

com António Chiado, à ilharga .

Há muito tempo que não visitava a Baixa e o Chiado .
Como é possível que as lojas os elevadores que as servem
ainda não tivessem aberto as portas, fazer para poder fazer
negócio, bem cedo  .

Deveria ser um das razões para vivificar as compras, girar
o dinheiro,  inchar a economia .

E, eu, a recordar que nos USA, as lojas estão abertas as 24
do dia .

Tive que abalançar-me a trepar toda a colina, até me encon-
trar com o Pessoa, sisudo na sua pose, com a sua beata no
canto da boca, rodeado de turistas, tirando selfies, a torto e
direito .

Disse adeus ao António Chiado, cada vez  mais afastado das
tertúlias literárias, uma espécie de poeta menor, que joga na 
2ª. liga da Poesia .

O Camões continua lá no alto, servindo retrete aos inúmeros
pombos que ali se passeiam despudoradamente, por entre mi-
ríades de turistas com mochilas ás costas, outros com as cos-
tas ao léu, remoendo as sandes pré fabricadas à pressa, para
embarcar naqueles veículos, meio carros, meio triciclos, para
a volta à Cidade .

O Chiado é o paraíso dos poetas.
E das Igrejas também .

Nem todas estão afinadas, mas é o sítio onde os sinos ecoam a
sua lenga lenga, lembrando que Lisboa é, afinal, uma grande
aldeia .
.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A ESPERA .

À espera .
Estou à espera .
Estou sempre à espera .
À espera que o tempo passe .
Que o tempo passe depressa .

Que o sol nasça todos os dias,
e me venha aquecer um pouco a alma .

Às vezes, já nada espero, 
desespero .
Por vezes, o tempo passa devagar, 
ou não passa .

Descubro então, o significado do tempo, 
que não existe .
É apenas um abstracção .
Ou um logro .

Mas, no entanto,  
continuo à espera .
.

O IMENSO SAPO .

A direita continua com enorme dificuldade em digerir
os sapos e sapinhos que lhe enfiaram pela goela abaixo .
Mas que diabo,  já besta ...
Eu sei que bicharada daquela não é fácil de mastigar .
Mas terá que se recorrer aos frascos de sais de frutos ...

Portas foi a banhos e delegou o mando à Cristas .
O Passos deve continuar de diarreia, tantas as vezes 
que  entra e sai do Parlamento para desovar . 
Rangel não deve ter coragem de aparecer em público 
após a traição que forjou no Parlamento Europeu ...

Os outros para lamentares, uma desgraça .
Continuam a tocar um disco rachado .

O Orçamento pisou o passeio, mas lá conseguiu sair da
azinhaga da geringonça .

Os cães ladram,
mas a caravana passa ...
.

PORTUGAL CAVACO - ZALAZARENTO .

Fátima, Fados,
Touros e Bola,
Eis as diversões
de um povo 
que pede esmola .
.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O MARGINAL .

Raramente passeio pelo meio da rua .
Gosto de me encostar do lado de fora do passeio .
Claro que posso pisar o risco, tropeçar e cair .
Queimar os limites  .
Mas como na vida real, há que arriscar um pouco  .
Descobrir e ultrapassar as margens .
Só assim encontro o lado oculto das coisas,
a beleza da descoberta, o êxtase do  do perigo,
A vertigem do abismo .

Desde sempre que alinhava em qualquer aventura .
Era o meu lado inconsciente .
A curiosidade mata o gato .
Mas é nas margens que se colhe o melhor trigo,
aquele que ninguém se dobra para apanhar .

É na borda dos caminhos,
que eu cato os meus objectos mais preciosos,
uns lançados fora, propositadamente,
outros perdidos ao acaso .
Coisas simples, sem qualquer valor aparente,
mas enriquecidos, pelo prazer do achamento .

Objectos menores, que carrego, como uma formiga,
para o meu celeiro pessoal, e com que venho 
construindo, laboriosamente, o meu 

MUSEU DAS COISAS .

Tarefa sem fim,
mas tão gratificante .
Um segredo bem guardado .
.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

O BROXIT .

A Grã Bretanha comporta-se como uma
prostituta velha e desdentada, porca e sem 
qualquer vergonha, que entra e sai da UE, 
quando e como lhe apetece, ao sabor dos 
seus caprichos, e de acordo com o preço 
combinado com os seu clientes .

.

MÁRIO, O TEU NOME .

MÁRIO

Do latim Marius,
ou do etrusco Mar, que significa
Momem, Mestre ".

Muito equilibrado, intuitivo, calmo 
e sensível.
Aprecia todas as formas de arte
e é especialmente atraído pela natureza .

Justiça e liberdade 
são as suas bandeiras .
.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

DUNKERQUE .

O Reino Unido continua a fazer o papel de tio
rico, num mundo de tesos .
O seu papel, após o fim da IIª. Guerra Mundial,
tem conduzido o Império de Sua Majestade, a
uma sombra do que foi no passado recente .

Agora, continua a espernear fortemente, fazendo
uma chantagem descarada aos outros países que
(des) integram a UE, tentando arrastar, com a sua
deserção, uma irreparável queda no abismo .

Aliás, é da História , que os Britânicos nunca se
sentiram verdadeiramente europeus, no sentido
de fazerem parte de um Continente .
Sempre acharam que eram uma ilha, uma potência
marítima, orgulhosamente só, que se bateu sempre
contra as potências continentais .

Chantagem, após chantagem, têm conseguido man-
ter os enormes privilégios resultantes do facto de es-
tarem sempre com um pé dentro,  outro fora da UE .

Contudo, o tempo continua a escassear .

A UE, com o UK, fora ou dento, está perante um 
xeque à Raínha, haja ou não haja Referendo, e
qualquer que seja o seu resultado .









4

QUO VADIS .

Depois da queda do todo todo poderoso,
os apóstolos Paulo e Pedro, deixaram o reino, 
e partiram por caminhos diferentes .

Um deles foi peregrinar pela Ásia Menor, atra-
vessou a Turquia e poisou em Éfeso, junto de 
uma cáfila de camelos, e por lá se ficou .
Talvez a frequentar um mestrado na Universidade 
de Alexandria .

O outro, o profeta das teorias neo liberais, foi ex-
pulso do Templo, e continua a abjurar tudo e to-
dos . Transformou-se numa versão aldrabada de 
Judas Escariotes, traindo uns e outros, brincando
aos mártires .
Acabou por se enforcar numa oliveira .

Entretanto, apareceu uma nova doutrina que espal-
ha a boa nova, e que vem defendendo, com certas li
mitações e dificuldades, os mais pobres e desprote-
gidos .
.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O CUSTO DE VIDA .

Ainda continuam a chamar-nos

Comunistas,
Marxistas,
Leninistas,
Bolchevistas,
Trotskistas,
Maoístas,
Fidelistas,
Ben-Belistas,
Guevaristas

e Cristas,

Mas com os impostos cada vez mais altos,
nós somos
é ALPINISTAS .
.



terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A BUSCA DA SERENIDADE .

" Como posso estar feliz,
   com um amigo na prisão " .

António Correia de Oliveira 

A serenidade é uma sensação inconstante, que 
emerge por momentos e que alegra o coração 
e a vida, de vez em quando .

De resto vivemos a lufa lufa da vida, em luta uns
com os outros, ou com nós próprios, na ânsia da 
procura da felicidade policiada,
especialmente para os que nos são mais próximos .

São pequenas estrelas cadentes que rasgam a ne-
grura da nossas noites, longas e tormentosas .

Tudo o resto, é espuma dos dias incendiados .


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

AS OBRAS DE SANTA ENGRÁCIA .

O Panteão Nacional, também conhecido como Igreja se
Santa Engrácia, demorou cem anos a ficar concluída .

A Barragem do Alqueva foi pensada há mais de um sécu-
lo, e só foi construída recentemente uma parte, o fecho da
albufeira e uma parte dos canais de rega .

A grande Igreja do Menino Deus, junto ao Castelo, nunca
chegou a ser acabada .

Quando D. João V meteu na cachimónia, trazer o Papa para
ir viver para Mafra, parou tudo, e todos os técnicos e arte-
sãos foram despachados em grande velocidade, para as obras
do Real Convento .
Apenas se salvou o Aqueduto de Lisboa, grande obra estru-
tural para a Capital .

E foi o ouro do Brasil que permitiu tais veleidades .

No nosso Século,
já o País se aproximava perigosamente da Bancarrota, 
não faltaram doutores, engenheiros, economistas, políticos
e outra gente da mesma laia, que levou meses e meses, a man-
dar bitaites sobre as grandes obras públicas .

Ele eram seis linhas de TGV,
a ponte-combóio para atravessar o Tejo, a 3ª. ponte, que enco-
bria o estuário, eram um ou dois novos aeroportos, a linha fér-
rea de Sines, para a Espanha, e por aí agora .

De toda esta nebulosa, o empreiteiro Cavaco Silva, o rei do be-
tão, mandou construir auto-estradas, para tudo quanto era sí-
tio, muitas das quais ficaram caríssimas, e sem grande retorno
do capital investido, e. ainda por cima, mercê de contratos rui-
nosos, para gáudio dos empreiteiros, muitos deles ligados ao
cavaquismo .

Uma fúria gastadora (de recordar que Portugal é o maior-
construtor de auto-estradas, considerando o índice quilómetro
por habitante), só nos USA, em que as grandes vias foram im-
plementadas à custa de uma taxa específica sobre a gasolina,
nunca seria alcançada em todos os países da UE  .

Depois veio o Sócrates, 
e desmantelou esta gerinconça toda .

Grande malandro ...
.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

A MARXA DA ISTÓRIA .

Tenham decoro, por favor,
não continuem a tentar fazer que o povo continue
a ser enganado com patranhas e mentiras .

Um pouco de respeito por quem trabalha muito, 
por pouco dinheiro .
Tenham um mínimo de respeito pela História .

O comunismo apareceu há mais de cem anos, e está
morto há muito tempo .
Quem tem medo dos comunistas, 
hoje em dia?.

O movimento revolucionário na Rússia tem a mesma
idade das aparições de Fátima, sendo de resto uma coi-
sa, a consequência da outra .

A Social Democracia não existe, aliás como o Nacional-
Nacionalismo, são apenas rótulo postos nas beberagens
dos taberneiros e mixordeiros, para embebedar os mais
incrédulos .
E conseguem-no, com total impudência e pouca vergonha .

A Europa moderna resultou de uma relação de mancebia,
entre os "Socialistas" e os "Democratas Cristãos", de que
depois deu em união de facto, remetendo todos os outros
credos políticos, para o inferno político .

De resto, quando se trauteia a lenga lenga do Neo Libera-
lismo, está-se apenas a practicar um onanismo ideológico-
partidário .

Só parvoíces,
e viva a marxa da istória .
.




sábado, 13 de fevereiro de 2016

O PIB .

Ele são as cheias .
Ele são os incêndios .
Ele é a corrupcão .
Ele é a droga .
Ele é a poluição .
Ele são as vagas .
Ele são os lixos .
Ele são arribas .
Ele são as desflorestações .
Ele é o mercado paralelo .
Ele é a fuga ao fisco .
Ele é a falsificação .
Ele são as alcavalas .
Ele são os cambalachos .

Que m. de País ...

Passamos metade do tempo a construir,
e a outra metade a destruir .

Quanto vale, na realidade, 
o PIB em Portugal ?!.
.


O CASTELO DE SEIA .

O meu castelo fica no alto da vila, hoje cidade, 
onde se situa a Matriz .
Era o centro operacional da miudagem que, após 
o pequeno almoço, começava a brincadeira .
passava o Verão, com dias enormes, sem nada para 
estudar e o tempo corria devagar .

Vínhamos acompanhados pelas tias, sempre de gu-
arda, como se de um bando de pombos se tratasse .

O Castelo tinha História, real ou fictícia, conta-se
que daqui, tinha partido os soldados para combater
os castelhanos, que haviam cercado a praça forte de
Trancoso .

Mas, para nós, miúdos de calções, a guerra era ou-
tra .
A tia Conceiçãozinha era a marechala desta tropa 
fandanga .
A gente corria sem parar, uns atrás outros, entre os 
berros e os ralhetes e ameaças de ajustes de contas,
sem qualquer eficácia .
Era certo que iriamos esfolar os sapatos, e, quantas 
vezes, as próprias mãos ou joelhos .

Havia um lago num dos canto do terreiro, e um co-
reto, que tornavam aliciantes, mas perigosas, as ba-
talhas, que ali se tratavam .
Corríamos até cansar,
mas logo se recomeçava, que ninguém queria dar par-
te de fraco .

Só mesmo a fomeca nos apertava um pouco, 
e era então hora do almoço reparador .

Era assim o Verão inteiro, até que o Professor Ramos,
homem austero que distribuía saber e pancadaria,
mas tinha uma qualidade formidável, pois que nos in-
citava a jogar à bola no recreio, todo o tempo do mundo .

Era ele o ponta de-lança de eleição, marcava de cabeça,
valendo-se da pequena estatura da pequenada, e o jogo só
acabava, quase sempre com batota, quando o Professor es-
tava a ganhar .

E começava o degredo , todos os dias repetido .
.



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A ESCOLA DA VIDA .

Desde muito miúdo que comecei a conviver com a 
vida no campo e com a natureza .
Levantava -me bem cedo, quase de noite , e saía com 
o meu avô Garcia, a caminho da Horta da família, pe-
quena parcela de terreno que provia ao sustento da ca-
sa .
O meu Pai ia para o trabalho, ora na minha terra, ora 
em Lisboa, e eu ficava muitas vezes com uma tia ou 
outra, normalmente a Tia Emilinha, de quem gostava
a sério .

Às vezes, sobretudo quando estava frio, fazia ronha e 
queria ficar na cama mais um pouco .
Mas logo espertava , lembrando-me do ganho de liber-
dade que obtinha .

Foi a minha primeira escola .

A verdadeira escola da vida .

Ajudava o meu Avô em pequenas tarefas , 
mas para mim era todo um Novo Mundo que se abria .

Ajudava a encontrar os ovos no galinheiro, dava comi-
da às galinhas, descobria e apanhava a fruta das árvo-
res, espreitava a Mina para ver se tinha muita água,
escolhia os regos, por onde devia seguir a água da rega,
procurava coisas, que depois guardava, como pequenos
tesouros, ou que dava a guardar para o ferro velho, e 
muitas outra actividades , que me preenchiam o dia, até
ao almoço .

Nunca gostei de andar aos pássaros e custava-me armar
os costilos .

De quando em vez, ia à mata ou à vinha,
e o meu Avô levava dempre a espingarda com ele, para
apanhar  algum coelho mais destraído .

De tarde descansávamos, abrigados do sol ou da chuva,
dormíamos uma soneca bem merecida, e depois regres-
sávamos .
.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

VOAGENS .

Voagei um pouco pela Europa, sobretudo pela parte
ocidental .
Conheci bastantes países, muitos usos e costumes, 
muita gente, em diferentes latitudes .
Nunca me apercebi que houvesse uma maneira mar-
cante de caracterizar os povos europeus .

Há quem consiga caracterizar as diferenças entre eles,
classificá-los em famílias distintas .
Os do sul e os do norte ; os loiros e os morenos : os la-
tinos e os eslavos ; os caucasianos e os negróides .

E tinha um bom posto de observação,
pois a minha profissão era reunir e conversar com as 
pessoas com quem privava .

Contudo, as diferenças que mais me impressionavam,
eram a inteligência, a cultura, a capacidade de diálogo
e de consenso, a simpatia e a educação, e a aceitação
das diferenças .

Foi, e ainda é, a grande vantagem de sentir-me europeu,
por enquanto .
.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

OS BEEFS .

A Inglaterra é um dos países mais antigos da Europa .
O facto de ser uma ilha , protegeu-a de ataques e inva-
sões decisivas.
Nem Napoleão, nem Hitler, almejaram dominá-la pela
força .
Depois da gesta dos Descobrimentos Portugueses, vi-
ria a tornar-se a potência marítima preponderante,
e a dominar um imenso Império, de tal modo vasto e di-
versificado, espalhado por todo o Mundo, 
que era conhecido por o sol nunca chegar a por-se, 
num dia completo .

Foi -se desmantelando lentamente, mas ainda hoje domi-
na imensos territórios, apesar de hoje já não ser o país
tão poderoso, designadamente nos séculos XIX e XX .
so .

A hegemonia mudou-se para os Estados Unidos da Amé-
rica, seu grande aliado , para sempre e em todas as cir-
cunstâcias .

Enquanto o General De Gaule foi vivo, jamais permitiu a
que o Reino Unido fosse admitido na União Europeia,
porque achava ser a Inglaterra um porta aviões americano,
fundeado no meio do Oceano Atlântico .

Viria a entrar posteriormente, com regras talhadas à medi-
da, mas mantendo sempre enormes regalias, designadamen-
te, acerca da políticas agrícola, fiscal e financeira, mantendo 
sempre um pé dentro e outro fora da Comunidade Europeia .

Não assumiu o Euro, por razões estratégicas,
e continua, mais uma vez a fazer chantagem em Bruxelas, 
com vista a conquistar ainda mais benesses, face aos países
continentais .

Será isto a União Europeia ?!.

E para que serve ?!.

.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

OS SUDETAS .

Recordo Chamberlain, Primeiro Ministro Britânico,
nas vésperas do deflagrar a IIª Guerra Mundial, qua-
ndo baqueou face aos esbirros de Hitler, relativamen-
te à ocupação dos Sudetas, na antiga Checoslováquia .

Recebido em Londres, como herói, para uns, e como
traidor, para outros,
ficou muito mal na fotografia da História, o que não
impediu de as hordas hitlerianas cavalgarem  por todo
o continente europeu, até chegarem à União Soviética .

Parece que a História se repete, com algumas cambi-
antes .
Os poderosos tendem sempre aniquilar os mais fracos .

De cedência, em cedência, a Europa deveria aprender
cuidadosamente as lições do passado .
.

A MANTA DE RETALHOS .

Casa onde não há pão,
todos ralham e ninguém 
tem razão .

O cobertor do Orçamento é curto demais .
Tapa daqui, destapa dali .

É necessário tecer uma manta maior, 
que possa cobrir os que têm mais frio e que
têm estado tantos anos, sem qualquer agasal-
ho .
.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

NO FIO DA NAVALHA .

Questiono-me sobre a fiabilidade e a resiliência do
acordo do PS, com os seus parceiros à esquerda .

Todos estamos cientes quanto à enorme fragilidade
de tal acordo e a necessidade de o levar à prática, 
num horizonte temporal razoável, sem que a gericon-
ça arquitectada, experimentada pela primeira vez, 
venha a colapsar estrondosamente .

A Direita aposta agora num erro salvador, para derru-
bar o Governo do PS .

Compete aos partidos da coligação à esquerda, manter
um diálogo firme e sério, sempre e quando fôr necessá-
rio afrontar e deslindar a mais pequena dificuldade na 
governação, tentar solucioná-la a contento de todos .

Prudência e caldos de galinha nunca fizeram mal a nin-
guém .
.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

O BRUXEDO DA TAP .

Decorridos cerca de 15 anos de infindáveis discussões
sobre o destino a dar à TAP,
e após a chegada de Fernando Pinto à administração da
empresa, 
viveu-se uma longa e penosa agonia, de uma das jóias 
da Coroa, conduzindo a uma ilegítima venda ao sector 
privado .

Em apenas 2 meses, António Costa, fez reverter tal si-
tuação, sem grandes dramas, reconduzindo a TAP à es-
fera pública, abrindo o caminho a uma nova vida .

UM RAIO DE SOL .

Já poucas coisas me espantam nesta vida .
E no entanto, confesso que o milagre aconteceu .
Apareceu uma estrela brilhante no Céu .

Marcelo , o Marcelão, tirou um enorme coelho da 
cartola :

Nomeou Eduardo Lourenço, para integrar 
o Conselho de Estado .

Se isto é um homem ...

Beirão, homem de letras, fala francês, professor em
Lisboa, estrangeirado por se opôr ao regime fascista,
leitor e Prof. em França, socialista, de um integridade 
brilhante, conhecedor da Pátria e das suas qualidades 
e defeitos, alguém que sabe falar e também ouvir, uma
pérola, dono de uma extraordinária obra literária, como
filósofo, pensador e ensaísta, 
UM HOMEM, enfim ...

O dia nasceu hoje, com um brilho especial .
.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

A GERIGONÇA .

Afinal, a gerigonça funciona ...

Quem havia de dizer que o Costa (do Castelo, do Intendente
ou de S. Bento), um mastodonte de todo o tamanho, um cão 
a morder nas canelas dos pêssegos liberais, iria dar um bom 
estadista ?... 

Até ontem apareceu a acompanhar a D. Merkel, na guarda de
honra, em Berlim, com o seu passo alinhado à Alemanha .

Estes tipos dos jornais e das televisões, ou são uns grandes pan-
tomineiros, ou uns grandes vigaristas .

Aliás, estamos vivendo tempos interessantes, pois se agora até
Cavaco Silva veio condecorar António Guterres, e falar da gran-
de importância do bom êxito de Costa e do seu (seu, dele do  Cos-
ta, e não do Cavaco), Governo, afinal definitivamente legítimo e
Constitucional .

Até o Presidente eleito Marcelo, vem agora abordar estas minudên-
cias dos socialistas, com todo o cuidado, com pinças de segurança, 
não vá o Diabo tecê-las ...

Sempre a aprender, rapaziada ...
.
.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O JORNALISTA QUE MORDE ...

Tanta coisa importante a acontecer no dia de hoje
em Portugal, e a notícia que faz manchete, em quase
todos os jornais e televisões, resalta o anúncio do con-
gresso do PPD/PSD e a reeleição de Passos Coelho .

E ainda a detenção de José Veiga do irmão de Pedro
Santana Lopes .

E ainda a vitória do Porto sobre o Gil Vicente .

Sobre o Programa do Governo, pouca conversa, e para
diminuir os esforços feitos para duvidar as conversações
entre António Costa e Mário Centeno .

Pouca fé, 
ou má fé .

Bem sei que não são boas notícias para  a Direita ...

Mas que diabo,
por uma vez, o jornalista podia morder no cão ...
.


OS REFUGIADOS .

Recordo a crise dos refugiados durante e no fim
da IIª Guerra Mundial, pelo que ouvia pela Rádio 
e pelas histórias que se iam passando à minha
volta, evocadas por familiares e amigos .

Não havia ainda televisão, pelo que a minha apro-
ximação ao tema, era dada pelos jornais e através
do meu envolvimento com a realidade que me 
cercava .

Vieram para a minha terra várias crianças de dife-
rentes nacionalidades - Austríacos, Franceses, Ale-
mães, recebidos em famílias com posses .
Pude assim contactar com alguns desses refugiados,
em especial com o meu amigo Jacques, com quem 
brincava, em casa do Dr. Calixto Pires, grande ami-
go do meu Pai .

Nesse tempo, vivia-se muito mal em Portugal, desi-
gnadamente entre as classes mais necessitadas .
Havia racionamento de alimentos e materiais, em re-
gime de grande austeridade, uma vivência austera,
economia de substicência, aproveitamento e recicla- 
gem de tudo .

Com a vinda das crianças fugidas da guerra, pude,
pela primeira vez, jogar com brinquedos a sério .

De certo modo, acabei eu também vestir a pele de 
um refugiado de guerra .



terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O ORÇAMENTO .

A realidade nunca é a preto e branco .

Há mil maneiras de cozinhar o bacalhau

e imensas maneiras de preparar um draft
do Orçamento do Estado, 
e muitas mais
de o ler, entender e aplicar, desde que 
exista vontade política de o fazer .

Então porque acirram os cães, em vez de 
colaborar, por uma vez, como aliás tem 
sido feito para outros países, e ajudar Por-
tugal, na situação difícil em que se encon-
tra ?.

Nem sequer vale o argumento da parábola
da rã e do escorpião ...

Continua lá fora e cá dentro, a persistir a pe-
quena vingançazita racista, preconceituosa e
anticomunista, como se os bandidos que estão 
a destruir a Europa, Portugal e o Mundo, 
não fossem os diabos do capital financeiro,
que nem têm a decência de mostrar o rosto?!

Que a escumalha da UE o faça, é o seu nefasto
papel, mas que dizer destes direitinhas de m.
que se consomem a traír o nosso País ?.
.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

OS TINTINS .

Atingiu-se o grau zero da política .
Quem vai devolver as dezenas de milhões 
de euros, empalmados pela Banca Portuguesa,
roubados a sangue frio, à vista de toda a gente,
com a conivência das autoridades do País ?.

É muito difícil reagir a estes crimes premedita-
dos, sistemáticos e intermináveis, crimes que, 
tudo o indica, vão ficar sem castigo .

O que irá dizer ou fazer 
Marcelo ?.

Provavelmente nada,
pois não tem vindo a assistir a toda esta pouca
vergonha, com uma desmedida cumplicidade .

Lavou as mãos em todas as questões que impli
cavam a mínima controvérsia, nada disse sobre 
nada . 
Já sei que vão dizer-me que estas matérias não
são da sua competência .

Se não são, para que serve um Presidente da Re-
pública ?

Para cortar fitas ?
Dar comendas ?
Passear pelo País e pelo estrangeiro?
Contar umas pilhérias no Conselho de Estado ?

Finalmente, chegou a hora ...

Quero saber o que é que o fala barato tem entre
as pernas ...
.