terça-feira, 30 de junho de 2009

Postal nº 12 - A nortada.

No algarve quase nunca chove no Verão.
Quando tal acontece, as pessoas ficam um pouco desorientadas,
ou porque deixam de ir à praia, ou porque não sabem mais que
fazer.
A vida no sul, é pautada ou pelo frio, pelo vento leste- A nortada,
ou pelo calor- O levante. Parece que não há meio termo.
Ora, acontece que os dois ventos co-existem a maio parte do ano.
Consoante a època e a hora do dia , dá-se a prevalência de um deles.
O busílis é prever qundo o vento muda. Acresce ainda, que essa
mudança, em regra, é repentina.
Aqui há uns anos, aconteceu que a viragem do vento, ocorreu,
precisamente durante a aterragem de um avião, tendo acontecido
o pior- uma tragédia.
Os algarvios, vão mandando palpites:
-"O vento mudou".
-" O vento caíu".
-"É leste, a noite vai estar fria"
-" Àmanhã vai estar levante".
É a sabedoria dos homens da tera e do mar.
E riem-sa do Boletim Meteorológico.

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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Manifestos há muitos... e este é um.

Manifesto de 51 economistas e cientistas sociais

O debate deve ser centrado em prioridades: só com emprego se pode reconstruir a economia

Estamos a atravessar uma das mais severas crises económicas globais de sempre. Na sua origem está uma combinação letal de desigualdades, de especulação financeira, de mercados mal regulados e de escassa capacidade política. A contracção da procura é agora geral e o que parece racional para cada agente económico privado – como seja adiar investimentos porque o futuro é incerto, ou dificultar o acesso ao crédito, porque a confiança escasseia – tende a gerar um resultado global desastroso.

É por isso imprescindível definir claramente as prioridades. Em Portugal, como aliás por toda a Europa e por todo o mundo, o combate ao desemprego tem de ser o objectivo central da política económica. Uma taxa de desemprego de 10% é o sinal de uma economia falhada, que custa a Portugal cerca de 21 mil milhões de euros por ano – a capacidade de produção que é desperdiçada, mais a despesa em custos de protecção social. Em cada ano, perde-se assim mais do que o total das despesas previstas para todas as grandes obras públicas nos próximos quinze anos. O desemprego é o problema. Esquecer esta dimensão é obscurecer o essencial e subestimar gravemente os riscos de uma crise social dramática.

A crise global exige responsabilidade a todos os que intervêm na esfera pública. Assim, respondemos a esta ameaça de deflação e de depressão propondo um vigoroso estímulo contracíclico, coordenado à escala europeia e global, que só pode partir dos poderes públicos. Recusamos qualquer política de facilidade ou qualquer repetição dos erros anteriores. É necessária uma nova política económica e financeira.

Nesse sentido, para além da intervenção reguladora no sistema financeiro, a estratégia pública mais eficaz assenta numa política orçamental que assuma o papel positivo da despesa e sobretudo do investimento, única forma de garantir que a procura é dinamizada e que os impactos sociais desfavoráveis da crise são minimizados. Os recursos públicos devem ser prioritariamente canalizados para projectos com impactos favoráveis no emprego, no ambiente e no reforço da coesão territorial e social: reabilitação do parque habitacional, expansão da utilização de energias renováveis, modernização da rede eléctrica, projectos de investimento em infra-estruturas de transporte úteis, com destaque para a rede ferroviária, investimentos na protecção social que combatam a pobreza e que promovam a melhoria dos serviços públicos essenciais como saúde, justiça e educação.

Desta forma, os recursos públicos servirão não só para contrariar a quebra conjuntural da procura privada, mas também abrirão um caminho para o futuro: melhores infra-estruturas e capacidades humanas, um território mais coeso e competitivo, capaz de suportar iniciativas inovadoras na área da produção de bens transaccionáveis.

Dizemo-lo com clareza porque sabemos que as dúvidas, pertinentes ou não, acerca de alguns grandes projectos podem ser instrumentalizadas para defender que o investimento público nunca é mais do que um fardo incomportável que irá recair sobre as gerações vindouras. Trata-se naturalmente de uma opinião contestável e que reflecte uma escolha político-ideológica que ganharia em ser assumida como tal, em vez de se apresentar como uma sobranceira visão definitiva, destinada a impor à sociedade uma noção unilateral e pretensamente científica.

Ao contrário dos que pretendem limitar as opções, e em nome do direito ao debate e à expressão do contraditório, parece-nos claro que as economias não podem sair espontaneamente da crise sem causar devastação económica e sofrimento social evitáveis e um lastro negativo de destruição das capacidades humanas, por via do desemprego e da fragmentação social. Consideramos que é precisamente em nome das gerações vindouras que temos de exigir um esforço internacional para sair da crise e desenvolver uma política de pleno emprego. Uma economia e uma sociedade estagnadas não serão, certamente, fonte de oportunidades futuras.

A pretexto dos desequilíbrios externos da economia portuguesa, dizem-nos que devemos esperar que a retoma venha de fora através de um aumento da procura dirigida às exportações. Propõe-se assim uma atitude passiva que corre o risco de se generalizar entre os governos, prolongando o colapso em curso das relações económicas internacionais, e mantendo em todo o caso a posição periférica da economia portuguesa.

Ora, é preciso não esquecer que as exportações de uns são sempre importações de outros. Por isso, temos de pensar sobre os nossos problemas no quadro europeu e global onde nos inserimos. A competitividade futura da economia portuguesa depende também da adopção, pelo menos à escala europeia, de mecanismos de correcção dos desequilíbrios comerciais sistemáticos de que temos sido vítimas.

Julgamos que não é possível neste momento enfrentar os problemas da economia portuguesa sem dar prioridade à resposta às dinâmicas recessivas de destruição de emprego. Esta intervenção, que passa pelo investimento público económica e socialmente útil, tem de se inscrever num movimento mais vasto de mudança das estruturas económicas que geraram a actual crise. Para isso, é indispensável uma nova abordagem da restrição orçamental europeia que seja contracíclica e que promova a convergência regional.

O governo português deve então exigir uma resposta muito mais coordenada por parte da União Europeia e dar mostras de disponibilidade para participar no esforço colectivo. Isto vale tanto para as políticas destinadas a debelar a crise como para o esforço de regulação dos fluxos económicos que é imprescindível para que ela não se repita. Precisamos de mais Europa e menos passividade no combate à crise.

Por isso, como cidadãos de diversas sensibilidades, apelamos à opinião pública para que seja exigente na escolha de respostas a esta recessão, para evitar que o sofrimento social se prolongue.

Os Subscritores

Manuel Brandão Alves, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Carlos Bastien, Economista, Professor Associado, ISEG;
Jorge Bateira, Economista, doutorando, Universidade de Manchester;
Manuel Branco, Economista, Professor Associado, Universidade de Évora;
João Castro Caldas, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural do Instituto Superior de Agronomia;
José Castro Caldas, Economista, Investigador, Centro de Estudos Sociais;
Luis Francisco Carvalho, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
João Pinto e Castro, Economista e Gestor;
Ana Narciso Costa, Economista, Professora Auxiliar, ISCTE-IUL;
Pedro Costa, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Artur Cristóvão, Professor Catedrático, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro;
Álvaro Domingues, Geógrafo, Professor Associado, Faculdade da Arquitectura da Universidade do Porto;
Paulo Areosa Feio, Geógrafo, Dirigente da Administração Pública;
Fátima Ferreiro, Professora Auxiliar, Departamento de Economia, ISCTE-IUL;
Carlos Figueiredo, Economista; Carlos Fortuna, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
André Freire, Politólogo, Professor Auxiliar, ISCTE;
João Galamba, Economista, doutorando em filosofia, FCSH-UNL;
Jorge Gaspar, Geógrafo, Professor Catedrático, Universidade de Lisboa;
Isabel Carvalho Guerra, Socióloga, Professora Catedrática;
João Guerreiro, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve;
José Manuel Henriques, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Pedro Hespanha, Sociólogo, Professor Associado, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
João Leão, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
António Simões Lopes, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Margarida Chagas Lopes, Economista, Professora Auxiliar, ISEG;
Raul Lopes, Economista, Professor Associado, ISCTE-IUL;
Francisco Louçã, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Ricardo Paes Mamede, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Tiago Mata, Historiador e Economista, Universidade de Amesterdão;
Manuel Belo Moreira, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural, Instituto Superior de Agronomia;
Mário Murteira, Economista, Professor Emérito, ISCTE- IUL;
Vitor Neves, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
José Penedos, Gestor; Tiago Santos Pereira, Investigador, Centro de Estudos Sociais;
Adriano Pimpão, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve;
Alexandre Azevedo Pinto, Economista, Investigador, Faculdade de Economia da Universidade do Porto;
Margarida Proença, Economista, Professora Catedrática, Escola de Economia e Gestão, Universidade do Minho;
José Reis, Economista, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
João Rodrigues, Economista, doutorando, Universidade de Manchester;
José Manuel Rolo, Economista, Investigador, Instituto de Ciências Sociais;
António Romão, Economista, Professor Catedrático, ISEG-UTL;
Ana Cordeiro Santos, Economista, Investigadora, Centro de Estudos Sociais;
Boaventura de Sousa Santos, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Carlos Santos, Economista, Professor Auxiliar, Universidade Católica Portuguesa;
Pedro Nuno Santos, Economista;
Mário Rui Silva, Economista, Professor Associado, Faculdade de Economia do Porto;
Pedro Adão e Silva, Politólogo, ISCTE;
Nuno Teles, Economista, doutorando, School of Oriental and African Studies, Universidade de Londres;
João Tolda, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Jorge Vala, Psicólogo Social, Investigador;
Mário Vale, Geógrafo, Professor Associado, Universidade de Lisboa.

Postal nº11 - O festim dos pássaros.

Vagueio muito aqui à volta da aldeia.
À medida que me vou afastando, verifico que, cada vez mais,
os frutos ficam nas árvores, debicados pela passarada, vão secando,
e acabam por apodrecer no chão.
Ninguém os apanha, ou aparece para os comer.
A emigração e a procura do litoral, deixou as terras desocupadas,
ou ao abandono.
Começam a regressar alguns emigrantes.
Há também alguns turistas (muitos deles pensionistas de países estran-
geiros), mas os frutos não representam já, uma importante actividade
económica, como no passado.
Os figos e ameixas e outras frutas, ficam por aí.

Este facto, faz-me retomar a história do padre que veio estabelecer-se
na aludida paróquia do sul, dias antes:
- Então, e se nós apanhássemos alguma fruta todos os dias, e a oferece-
ssemos a pessoas necessitadas?".

Era uma maneira de ajuda os outros e o País.


O pão que sobra à riqueza,
devidido com rezão,
matava a fome à pobreza,
e inda sobrava pão.

Cante alentejano.

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domingo, 28 de junho de 2009

10º Postal.

Como é estranho o silêncio no campo, longe do bulício dos grandes
centros.
Varia com o nosso estado de espírito, e com as horas do dia.

Há um silêncio interior, profundo, quando meditamos, quando
reflectimos ou recordamos, quando nos sentimos em PAZ.
Nada, nem ninguém consegue quebrar essa tranquilidade profunda.

Há o silêncio das noites esquecidas, companheiro da solidão e da insó-
nia, de braço dado com a vigília e a esperança.
Esse silêncio é como um relógio de sala, que marca o tempo dos cães
que rabujam pela noite adentro, ou de algum galo que se enganou
nas horas.

E há o silêncio vincado pelo tédio do tempo infinito, em que nos perde-
mos e pairamos no nada.
Despertamos repentinamente, com o carro que passa á pressa,
tocando a buzina, para avisar os compradores.
Outras vezes é quebrado pelo zunir dos insectos que nos ferram o
corpo, sem dó, nem piedade..

Por vezes, o silêncio é uma sensação perturbante, outras é um
bálsamo abençoado.

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sábado, 27 de junho de 2009

Postal nº 9 .

As férias na praia.


Como eu gostava das férias na praia...
Nem havia coisa melhor....Calor e moscas, e o cheirinho a côco.
E a areia a introduzir-se onde não devia.
Quando o meu filho era pequeno, tinha de cumprir uma série
rituais, mas estava sempre impaciente que a praia chegasse ao
fim.
Mais tarde, resolvi começar a passar as férias em Lisboa.
Que maravilha...
Levantava-me cedo, e, depois do pequeno almoço , partia à des-
coberta de um dos bairros de Lisboa, com a máquina fotográfica
em punho.
Passeava gulosamente pelas ruas, fotografava isto, ou aquilo.
Acabava a manhã, visitando alguém amigo, que vivesse ou tra-
balhasse no bairro.
Depois almoçava ao acaso, e ia ver o museu mais próximo.
A meio da tarde, encaminhava-me, devagar, para a estação de
Metro mais adequada para regressar a casa.
Depois fazia a vida normal de todos os dias.

Como eu tenho saudades dessas férias...

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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Postal nº 8.

Agora é raro ligar a TV.
A minha gente vai vendo as telenovelas do costume.
Eu vou-me entretendo com o folhetim nacional - os noticiários,
só que se repetem sucessivamente, sem cessar, e quase
pelas mesmas palavras, em todos os canais.Ás vezes há umas
pequenas alterações no alinhamento das notícia, para parecer
que não estão todos feitos uns com os outros.
Todos, à excepção da M. M. Guedes, uma personagem nojenta,
que, felizmente, parece que esta em férias.
Agora é moda diabolizar o Sócrates, e beatificar a Manela.
Tenho pena do 1º Ministro (e do Benfica também), mas ele não
se precaveu mínimamente.
Quem o inimigo poupa, às mãos lhe morre.
Não queria falar de política, mas o instinto é mais forte.
Então o grupo Balsemão (bolsa na mão ),tão desvelado, tão
branco, em vez de dar relevo ao bando do BCP (5 arguidos,
entre eles Jardim Gonçalves-PEIXE GRAÚDO), só está
preocupado com o putativo negócio da PT/PRISA ?
QUE CANDURA...
QUE BELOS SENTIMENTOS...
QUE MALANDRAGEM...
Já não vou dormir descansado esta noite...
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quinta-feira, 25 de junho de 2009

7º Postal - O MAR.

Tinha seis anos quando vi o mar pela primeira vez.
A maior porção de água que eu conhecia era a Lagoa Comprida,
na Serra da Estrela.
Foi com essa idade que me levaram para uma colónia de férias,
em Buarcos - Figueira da Foz.
Era torturado todos os dias. Havia um homem (um monstro), que
me agarrava pelo cú das calças e me chocalhava umas quantas
vezes até me sufocar. Depois, largava-me no chão. e então berrava
que nem um perdido.O meu chôro só acabava, quando me metiam
na boca, um pedaço de pão com doce de abóbara.
Era então que descansava e brincava, até chegar a tortura do dia
seguinte.
Foi deste modo que conheci o Mar.
Ainda hoje, raramente vou à praia, e mesmo assim, vou de casaco
e devidamente calçado, não vá o diabo tecê-las.

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Postal nº 6.

AGUARELA ALGARVIA.


Um padre fazia a viagem de combóio, a caminho do Algarve.
Tinha deixado o Norte e ia estabelecer-se numa Paróquia do Sul.
Meteu conversa com um algarvio, e tinham passado quase todo
o tempo, trocando impressões, sobre os mais variados assuntos.
Já perto d0 termo da viagem, o padre estava muito intrigado, pois
ia verificando que os campos estavam muito pouco cultivados,
e perguntou ao companheiro de viagem:
- Então vocês não plantam um pouce de trigo ou de milho?
Retorquiu o algarvio:
-Ná, trigo, milho, isso não dá...
O padre insistiu:
- E uma favas,uns grãos, uns tomates?
- Nã, isso não dá nada.
O padre estava um pouco espantado, e ia matutando no assunto,
quando de atirou a pergunta:
Mas vocês já alguma vêz experimentaram?
Ao que o algarvio, com ar maroto, retorquiu:
- Olha a feneza, se experimentássemos, dava tudo...

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terça-feira, 23 de junho de 2009

Postal nº 5 .

A origem do nome BENAFIM.

Reza uma lenda muito antiga, no tempo em que os árabes viviam
nestas paragens, que um rico comerciante sarraceno, se apaixonou
por uma jovem de origem humilde, muito bela, de lindos olhos azúis
e uns finíssimos cabelos loiros.
O nome do mouro era ABEN-AFHAN.
Viram-se e logo se encantaram perdidamente.
Refugiaram-se nestas serranias e aqui viveram um grande um amôr
que, diz-se, foi lembrado para sempre.
Com o decorrer do tempo. o nome foi-se alterando, a pouco e pouco,
e mais tarde, viria a tranformar-se em BENAFIM.
E asim ficou.

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Postal Ilustrado.

Benafim, 22 de Junho 2009.

Pedro, como gostarias de ver agora a horta.
E a Avó também.
Que bonito que tudo está.
Tem dezenas de árvores e arbustos (talvez mais de cem ), muitas
em flôr, e outras cheias de frutos -figos, muitos figos, como tu tanto
gostavas, amoras várias, fambroesas, pêras, morangos, ameixas, e
estão já quase a amadurar, muitas outras frutas.
Os tios têm tratado de tudo com muito desvelo;
pena é, que tu e a avó não tenham chegado a ver todo este esforço
e beleza, com os vossos próprios olhos, e não possam agora, sabore-
ar estas delícias.
Degustaremos em tua, em vossa memória.
Saudades.

Os pais.

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domingo, 21 de junho de 2009

Postal nº 3.

Como são diferentes o Norte e o Sul do meu país!
No comportamento, na maneira de ser e reagir, no temperamento
e na geografia, em especial no clima, e na topografia.
Vem isto a propósito das viagem desde Lisboa, ao Algarve.
Diferentes, muito diferentes ,são os traços dos Povos originários do sul e
do norte, como são completamente distintas as actividades, a que uns e
outros se entregavam - a pastorícia e a agricultura e o fabrico de panos,
a norte, e a sul,a pesca em sentido lato, o comércio, e o cultivo dos frutos.
E o que me fazia impressão eram as pedras, que se encontram disseminadas,
um pouco por toda a parte,ao longo da viagem.
A princípio, julguei que a razão se devia à preguiça e desleixo dos algarvios.
Mas, observando mais atentamente, cheguei à conclusão que deveria haver
uma razão mais ponderosa.
Do que se trata, afinal, é que os algarvios, entretidos nas suas ocupações
ancestrais, nunca tiveran necessidade, nem vagar, para arrumar pedras,
enquanto os meus antepassados, foram obrigados, por uma questão de
sobrevivência, a tirá,las, ao longo do séculos, e a arrumá-las, uma por uma,
para assim conseguirem construir pequenos socalcos, desde o alto das
montanas, ate aos ribeiros.
Deste modo, conseguiam joeirar com grande dificuldade, uma minúsculas
leiras de centeio ou cevada.
É a vida.

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sábado, 20 de junho de 2009

Postais - 2 .

Costumo comprar diàriamente o Diário de Notícias, que é uma
boa fonte alimentadora de notícias para o blog.
Aqui na aldeia não recebem esse jornal, pelo que tenho de o
encomendar de véspera.
Vêm as revistas das novelas, as dos mexericos, a Bola e o Record,
E uma molhada de Correios da Manhã.
Isto é que é cultura...
Mas o correio chega logo cedinho, pelo que assim já não apanho
tanto sol.
Como é boa a vida longe dos grandes centros.

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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Postais -1 .

Estou completamente enredado aqui no Algarve, em Benafim-Grande,
Alte. Estou a 3 km. desta vila tão turística, a 15 km. de Loulé, e a cerca
de 25 km. da capital do Distrito.
A minha concessionária não me fornece rede decente, a não ser para
ir à pesca.
A culpa é toda do Sócrates, que anda por aqui a banhos.
Ou será do Cavaco, que nem a terra dele foi capaz de desenvolver em
condições.
Se conseguir, mando mais postais.
Um abraço.

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quinta-feira, 18 de junho de 2009

O mel de Sócrates

Tenho assistido às alterações de forma do Primeiro-Ministro José Sócrates, desde as eleições e particularmente a entrevista de ontem à noite, e à forma "melada" como o discurso vai fluindo.

Tenho esperança que quem tenha estado na entrevista tenha sido o Primeiro-Ministro e não o Secretário-Geral do PS.

Tenho esperança que só eu tenha ficado com impressão que só muda a forma de "explicar" e não a forma de agir.

Tenho esperança que a afectividade, de que fala o Carlos Zorrinho, seja implementada nessa "forma de agir", que a "postura de distância" deixe de ser excessiva.

Tenho esperança que o Secretário-Geral do PS tenha verdadeiramente compreendido a mensagem dos portugueses e influencie o Primeiro-Ministro.

Camarada José Sócrates, tenho esperança, pois...

...se o mel que me passar na garganta for "líquido" conseguirei com afectividade contribuir para o trabalho colectivo necessário,...

...caso contrário, o mel terá demasiado açúcar e ficarei com a garganta "arranhada".

Tenho esperança...
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terça-feira, 16 de junho de 2009

Obama em Israel.

In Diário de Notícias.

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Máscaras - 11 .


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Cuidado com a saúde.


Na Sábado.
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Pornografia.

Manifestação de árabes em Jerusalém.


Como é sabido, Israel é, foi, e será, ainda durante muito tempo, o epicentro de todo o envolvimento político, no Próximo e Médio Oriente, Irão incluído.
A poposta de Israel, para o futuro reconhecimento da existência de dois países
na Palestina, é simplesmente imoral, injusta, provocatória, senão mesmo porno-
gráfica.
Impôr aos Palestinos , o não acesso à existência de exército próprio, o não
controle do seu espaço aéreo e a proibição de aquisição de armas, claro que
nunca poderão ser aceites , quaisquer que sejam as circunstâncias.
E este é só o primeiro ponto de uma longa série de exigências.
Claro que se trata sòmente de um processo dilatório, para não levar a sério,
e serve só para embaraçar a Administração Obama.
O costume.
Aguardemos os novos episódios desta macabra novela

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A banca portuguesa.

Um dinheirinho é meu,
outro dinheirinho é teu,
outro é de quem o apanhar.

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A verdade da mentira.

Revista Sábado
Junho 2009

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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Irão - para democracia ainda é cedo

Tenho acompanhado e RTwitado diversas mensagens de "dentro" (aparentemente) e de fora do Irão no Twitter.

Finalmente o mundo começa hoje a "acordar" para o que lá se vai passando. A imprensa internacional, já avisada para sair do país, tem sido impotente e vai confirmando algumas das notícias veiculadas por twitters iranianos, grande parte deles testemunhas directas dos acontecimentos.

Nunca, como desde sábado, senti o poder de circulação da informação mundo fora, tentando filtrar a informação que chegava em catadupa. Sábado passado a hashtag #iranelection chegou a ter mais de 50 updates por minuto, o que me levou a ter que seleccionar as fontes dessa informação.

Mais que julgar as virtudes de quem protesta contra os resultados eleitorais cumpre-me aqui testemunhar que, mesmo com tentativas de "cortar" o rio da informação por parte do poder iraniano (cortes de luz, telefones fixos e redes móveis e internet), a informação conseguiu chegar aos quatro cantos do mundo, incluindo dentro do próprio Irão.

Sem isso era impossível esta tarde ter acontecido o que aqui se mostra...

Hora de ponta.


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Outra composição.


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Geografia humana - 18 .


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Porque não a Arábia Saudita?

Devo eu estar preocupado com o Irão?
E porque não com Israel?
Ou com a Arábia Saudita?
Este último país é, provavelmente, o mais reacionário do mundo.
Governado por uma monarquia teocrática, quase medieval, com leis
abomináveis, contrárias à democracia e aos direitos humanos.
Não consigo entender como a Arábia Saudita é, ainda hoje, o mais
fiel aliado das democracias ocidentais.
Porque será?
Será pelo petróleo, pelas grandes companhias anglo-americanas?

Reformas para os sauditas? Para quê?
Então a vida não corre às mil maravilhas para os eleitos das classes
possidentes.
E o que se passa com as massas pobres que vivem no reino?
Ou será que as tais reformas só valem para o Irão e quejandos?
Desde a descoberta do ouro negro, que os britânicos, primeiro, até
ao desastre do Canal de Suez, e depois, os americanos, com o afasta
mento do Xá da Pérsia, tudo têm tentado para destruir uma, ou as
duas potências regionais, fomentando, inclusivamente, uma feroz
guerra entre os dois países.

Ora, a Arábia Saudita, embora não disponha de armamento nuclear,
é um dos países mais e melhor armados do mundo.
Então porque ninguém se ocupa desse país "maravilhoso"?
Para quê tanta hipocrisia?
O que pensa o sr. Obama sobre esta questão?.

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Finalmente, o esperado "Mano a mano".


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A "débacle" do PS e as sondagens.

Foi uma pesada derrota do PS.
Tudo correu mal ou pior.
Até parece que todos queriam um resultado desta natureza.
A campanha foi um desastre, Sócrates apareceu completamente
desguarnecido, a escolha do candidato às europeias-Vital Moreira-
foi, no mínimo, bizarra, tanto foram os dislates por ele cometidos.
Só fico surpreendido com o facto de, ainda tanta gente ter ido
apostar numa proposta perdida à partida
Fica-me , no entanto, uma pequena dúvida:
porque é que todas as sondagens erraram fragorosamente,e não
tenho visto análises que expliquem o facto.
Desde já digo que os resultados ficaram claramente explicitados,
e não há qualquer dúvida de que o PS foi claramente derrotado e
castigado por todos os outros partidos.
Então como explicar esta discrepância nos resultados das sondagens?
Sondagens ou palpites?
Sondagens ou bitaites?
Curioso que, logo no início da campanha,ter chamado a atenção para
a possibilidade de manipulação durante a campanha.
Ou será apenas uma questão de incompetência?

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Estados de alma - 8 - A TERNURA .


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A natureza do poder.


O poder é chato, muito chato mesmo, e chateia-nos a nós, cidadãos,
chateia-nos profundamente.
Ninguém os obrigou a irem para políticos.
Agora têm que aguentar.
Mas, por amôr de Deus, disfarcem um pouco, esbocem um sorriso.
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A essência do café.

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terça-feira, 9 de junho de 2009

Viagens de uma vida - 4 - FARO.


Faro
Ilha de faro
O Centro do Mundo.
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Afinal, que palhaçada é esta?

Ainda há poucos dias, escrevi o seguinte:
"A democracia contem, em si mesma, os germes da sua própria
destruição".
Afinal, que patetice vem a ser esta?
Claro que os policiais não têm culpa de tais desacatos.
O que pensam desta parvoíce, O PR, O I.Ministro, O M. da Admn. Interna,
os Chefes das Polícias, e já agora, a Líder da Oposição e o chefe do Grupo
Parlamenrar do PPD/PSD?
Aberrações assim, só nas greves dos Magistrados, ou nas praches acadé-
micas.
Depois disto, qual o respeito pelos síndicos e afins!
A maralha do crime agradece, reconhecida.

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O Professor.

Então, Constâncio, tem calma, aguenta;
para a próxima tens que preparar melhor as aulas.
Tens que actualizar-te.
Reciclar-te, conhecer novos paraísos, novas mentalidades,
novas gentes, novos conceitos.
Tens que correr mundo.
Até lá, vais passar um mau momento, mas vais ver, logo, logo,
tudo vai retomar a normalidade.
E, se calhar, ainda vais receber um aumentozito...
Cumprimentos.

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Mas que pena...

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Fotos - IX .

Um homem tem 100 metros de altura.

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segunda-feira, 8 de junho de 2009

VIA SACRA DO BENFICA.


Ai Jesus, valha-me DEUS.
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Composição - x -


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Composição w .

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Conversa fiada.

Completamente de acordo com o camarada David.
Mal comparado, é como a conversa das quotas.
Querem obrigar as vèlhinhas a atravessar a rua à força
quando o que elas querem é descansar no passeio.
Parece uma conversa se surdos.
O Voto deve ser um acto livre, responsável e consciente.
Tudo o resto é cenário.

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Voto obrigatório: NÃO obrigado!

Devo já dizer que, desde que pude votar, NUNCA falhei um acto eleitoral.

Com a tendência para valores de abstenção mais elevados, particularmente nalgumas eleições, vem a lume a discussão da obrigatoriedade do voto.

Lá estamos novamente a usar todos os meios para atingir os fins.

Não é pela obrigatoriedade do voto que as decisões políticas se tornam mais consensuais ou legitimadas.

Isso só se consegue com mais transparência e mais participação.

Façam-se campanhas de sensibilização, especialmente através de publicitação do trabalho desenvolvido pelos eleitos e dêem condições para o mesmo ser livremente escrutinado. Chame-se à participação na vida política os cidadãos, mesmo que estes não queiram ser ser eleitos.

Espero que estas vontades não signifiquem vontade de aumentar o número de votos para ter a consequência de elevar a subvenção do Estado para o financiamento partidário.

O voto deverá ser uma obrigação CÍVICA, não legal !!!
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Sempre o MAR.


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O senhor Governador.


Que chatice, desamparem-me a loja...
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Reconforto.

Vai uma cerejinha, camarada?
Olhe que são das boas.
São da Cova da Beira.

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Volta para Coimbra, Vital, estás perdoado...

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