sábado, 30 de abril de 2016

UMA SOPINHA DE LETRAS .

Chamam-nos Comunistas, Marxistas, 
Leninistas,Trotskistas, Maoistas, 
Cristas e mais Istas,

mas com o IVA tão alto,
nós somos é Alpinistas .

Falando bem e depressa,
o único partido partido à séria que existia em Portugal,
honra lhe seja feita, era o
Partido Comunista Português,
e seu compagnon de route , o MDP/CDE .

Havia alguns grupos revolucionários, entre eles  a LUAR
e as Brigadas Revolucionárias
que levaram a cabo algunsatentados importantes (O assalto 
ao Banco de Portugal, na Figueira da Foz e o assalto ao navio 
Santa Maria, foram os mais importantes ).

Tudo o mais era paisagem, cenário, folclore ...
e colaboristas atentos e resignados .

Para não ficar mal no retrato,
foi criado o Partido socialista, no exílio, na Alemanha,
e que viria a tornar-se o maior partido da Democracia portu-
guesa .

Tudo o mais,
foram, e são,partidos de aviário .

Abelhinhas tontas,
à procura do seu cortiço .

Mais tarde, seria então servida a sopinha de letras .
Quentinha ...
.


sexta-feira, 29 de abril de 2016

A LIBERDADE .

A nossa liberdade acaba,
quando começa a liberdade 
dos outros .

Liberdade consentida,
liberdade partilhada,
liberdade repartida,
liberdade agrilhoada .

Cada grupo, cada família, cada terra,
apressou-se a criar um partido à maneira .

Surgiam como cogumelos no orvalho dos dias .

Era a Liberdade total, 
muito perto da anarquia .

Cada cor, seu paladar ... 

Os temas genéricos do então MFA privilegiavam
a política dos 3 ddss :

DESCOLONIZAR

DEMOCRATIZAR

DESENVOLVER .

Mas cada qual interpretava este tema de maneira
diferente .

Era o pulsar daqueles que nunca r«tinha conhecido a 
ventura de pensar pela própria cabeça .

Era sempre um pensamento e o seu contrário .
E discutia-se empenhadamente tudo e todos .
Todos tinham razão, afinal ...

O que tinha sido o elo de união da maioria dos portugue-
ses, tinha-se transformado num cadinho escaldante, de 
onde iriam brotar as ideias mestras da nossa 

Constituição .
.



quinta-feira, 28 de abril de 2016

PIDES NA GRELHA .

Quem o inimigo poupa,
às mãos lhe morre .

Borrados de medo,
atarantados pela irrealidade das circunstâncias,
muitos dos elementos da PIDE/DGS, recolheram
a penates, aturdidos e incrédulos, e alguns, cerca-
dos, ainda dispararam da odiosa sede da crimino
sa organização, da Rua António Maria Cardoso, 
fazendo os únicos mortos da revolução .

Uma vez gorada a possibilidade reacção aos revolu-
cionários e ao povo que, num instante, tomou conta 
das ruas, esses personagens pestilentos deram à so-
la, safando-se como puderam .

A caça grossa pôs-se em recato;

muitos fugiram por umas abertura que dava para a
rua, por debaixo do prédio que albergava aquela es-
cumalha ;

outros esconderam-se, 

muitos outros transformaram-se em democratas e 
desvaneceram-se na multidão ;

os trouxas, os cobardes, e os que tinham culpas no car-
tório, foram apanhados com a boca na botija e levados
em bando, para a Cadeia Penitenciária de Lisboa .

Entretanto, tinha aberto a caça ao 
pide .

Muita gente que tinha sofrido na pele as torturas e as 
sevícias efectuadas po aqueles criminosos, conheciam
os seus carrascos, e desataram à porrada neles .

Foi a tropa que acabou por salvá-los das mãos sedentas
de sangue e vingança .

Correu mundo, a fotografia de um pide, caçado em ple
no Rossio,  a quem arrearam as calças, para gáudio da
malta .

Foi o célebre

PIDE EM CUECAS,

que deu manchete em todos os jornais portugueses e no
estrangeiro .

No Teatro Àdoque,
estava em cena a revista à portuguesa da autoria de Fran-
cisco Nicholson,

PIDES NA GRELHA .

Estranha Revolução esta,
onde a revolta se converteu em ridículo 
e em comiseração .
.


quarta-feira, 27 de abril de 2016

A CLARA MADRUGADA .

Aquela clara madrugada,
carregada de esperança e de fúria agrilhoada.
Os homens marchavam em silêncio
tensos, aguardando os sinais combinados .

E se corresse mal ?

As cartas estavam lançadas .

Não haveria lugar para o medo, nem para a dúvida .
Só a certeza da vitória os galvanizava .

Havia quem aguardasse esse dia, essa data redentora,
a vida inteira .

Muitos partiram sem ver o Sol a iluminar a cidade,
sem viver o pulsar dos seus corações, ávidos de feli-
cidade,
cansados da guerra , da mentira, do desespero,

à espera que que acontecesse .

E um dia, finalmente, aconteceu .
.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

25 de Abril, sempre .

O 25 de Abril faz ecoar em mim sentimentos e afectos
multifacetados, de certo modo até algo contraditórios .

Numa primeira face, logo na madrugada desse dia ra-
dioso,  os primeiros sinais que nos chegaram foram de 
estupor e de medo .

Que golpe era esse, que tinha chegado tão intempestivo,
e sem ninguém estar à espera .
De que lado vinham as movimentações militares ?
Quem comandava o golpe ?
Que apoios concertava ? 

Estávamos ainda no rescaldo do golpe falhado das Caldas,
com o afastamento dos dois principais Chefes Militares
e a transferência de alguns oficiais suspeitos de estarem a
fazer reuniões suspeitas , devido a problemas ligados a al-
gumas reivindicações corporativas, visando a igualização
de certas regalias outorgadas aos quadros milicianos .

Por outro lado, as facções militares mais radicalizadas na
extrema direita, desde o Presidente da República Américo
Thomaz, até ao ultra direitista Kaúlza de Arriaga, descon-
tentes com a abertura marcelista, iam afiando os dentes pa-
ra abocanhar ainda mais o nosso desgraçado País .

Só depois da leitura dos primeiros comunicados do MFA,
o sol raiou pujante, através das nossas janelas e dos nossos
corações .

Ainda hoje revivo com grande emoção aquelas primeiras 
horas desse 25 de Abril, passadas a pintar com aguarelas, 
uma paisagem de Lisboaa banhar-se no Rio Tejo .
.

DO AMOR .

Amor pretendido
sempre recusado
amor proibido
amor recatado

Amor escondido
sempre exaltado
vezes sem conta
passando ao lado 

Amor dorido
amor maltratado
amor mal vivido
mas nunca acabado 

Amor forçado
amor perseguido
amor imaginado
amor magoado 

Amor ofendido
perdido e achado
não retribuído
amor recordado

Desencantado
desesperado
amor mal vivido
amor sufocado

amor traiçoeiro
amor piedoso
amor odioso
amor rancoroso

Amor apaixonado
amor venturoso
amor impossível
amor esmagado 

Amor maltratado
amor desamor
amor esventrado
amor esmolado

amor fantasiado
amor inventado
amor desiludido
tão desencantado .
.








Provérbio .

Tantas vezes vai o cântaro à fonte,

que um dia lá deixa a asa .
.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

O PRECONCEITO .

Discutem-se até ao cagasésimo, 
os indicadores económicos de Portugal e da Grécia,
(indicadores que não são nunca cumpridos pela gene-
ralidade dos outros países, a começar pelos mais ricos 
e poderosos),
fazem-se leis e leizinhas, directivas, regulamentos e 
tratados, que são  levados a sério,

e ninguém consegue desbravar as questões que inte-
ressam ás multidões de migrantes que saltam à lapin
da Àfrica e da Àsia, através das ilhas do Mar Egeu, 
para chegarem à Europa dos ricos .

Não existe um política de Defesa, nem Tributária,
refugiando-se na desculpa da Nato e da cumplicidade
dos Estados Unidos, mas vão descaradamente execu-
tando guerras clandestinas, um pouco por todo o lado,
designadamente em Àfrica e no Médio Oriente .

É a chamada Europa a duas côres .

A velha Europa

e a nova Europa .

Como foi possível dar asas de novo à Alemanha
( sabe-se hoje como tal aconteceu - para quem ainda 
sabe ler, consulte-se o livro que Medeiros Ferreira nos 
legou, pouco tempo antes de nos deixar ) .

Abaixo o cinzentismo e o vício 
do trabalho.

Vivam a boa vida e o prazer .
.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

O VELHO E A GATA .

Parecem duas crianças, uma a correr espavorida 
atrás da outra .
Ponho-lhe as bolachas no prato, mas ela apenas 
as prova, e  nenhum de nós vai logo comer .

Espreita-se um ao outro, e depois é a correria sem
parar, fazendo piões uns a seguir aos outros, sem se 
saciar ou descansar .
Quando agarra alguma coisa, as argolas que as miú-
das usam para prender o cabelo, são o seu brinquedo
favorito, corre com elas e mete-as na água, para de-
pois as atirar ao ar, numa coreografia inimaginável .

E a palhaçada continua, tempo sem 
fim .

Por vezes, ela chega primeiro do que eu, e é então que
sou cardado, pois as suas unha não são para graças .
Temos que ir com a gata, pelo menos uma vez por mês,
para as aparar .

Dói, e é perigoso, mas é por amor .

A bichinha está muito afeiçoada aos donos, e foi uma
alegria que nos entrou em casa .
.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

O ASSALTO DESENFREADO À BANCA .

Há seis anos que se deu a rotura do sistema financeiro portu-
guês, na sequência do colapso do sistema bancário mundial,
e estamos quase no mesmo ponto em que começámos .

Surgiram de todos os lado, de todos os quadrantes, de todos os 
buracos, os curandeiros do deus dinheiro . Apareceram as vacas 
sagradas e os burros com imensas licenciaturas, 

Ano a ano, sábio a sábio, vão reunindo juntas de asnos, com todo 
o empenho, dão à língua sem parar, dão conferências, palestras, 
seminários, entrevistas, mesas redondas, eu sei lá, e o nosso di-
nheiro a desaparecer, à velocidade da luz .

E nada.

Estão sempre a dizer-nos que desta é que batemos no fundo,
e sacam ao Zé, mais uns milhares de milhões .

Nem Cavaco, nem Constâncio, nem Dragui, nem Gaspar, nem
Luísa, e muito menos o Costa, descobrem o mistério do roubo 
do erário português .

Quem nos mandou abusar do marisco nos restaurantes revolu-
cionários e espatifar carros em segunda mão, para frequentar as 
autoestradas sem portagem .

Quem nos mandou comprar bifes e frango, mais que uma vez por 
mês .

E mandar todos os filhos à escola .

E frequentar frequentemente o Serviço Nacional de Saúde.

A usar a Net e o Telemóvel .

Andámos a viver acima das nossas posses, 
agora aguentem ...
.

terça-feira, 19 de abril de 2016

ADIVINHA .

Qual é a coisa, qual é ela,

que quanto mais se lhe tira,

Maior fica .

É o buraco .

O buraco da dívida .

O buraco da banca .

O buraco da vida .
.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

A CANTIGA É UMA ARMA .

A cantiga é uma arma,
eu já sabia,
tudo depende da bala e da pontaria .

A cantiga é uma arma,
contra a burguesia,
tudo depende da raiva e da alegria .
´
José Mário Branco
Prec. 1974/75

.

REQUERIMENTO .

Pela presente missiva,
venho requerer, com carácter de urgência,
a requisição da senhora Engenheira Elisa Ferreira,
para se apresentar, com a maior brevidade, nas insta-
lações do Banco de Portugal, 
para os devidos efeitos .

Pede deferimento

A bem da sanidade nacional .
.

sábado, 16 de abril de 2016

O MACHO LATINO .

Caro amigo Vasco
CAMARADA 

Conheci-te no Liceu de Castelo Branco,
menino bem comportado, bom filiado e bom amigo .

Vim encontra-te mais tarde, aficionado  das tertúlias
da Mexicana, juntamente com a malta albicastrense .

Tinhas-te feito um bom militar, garboso e disciplinado ,

Fiquei espantado quando vim a saber do teu desempenho
na Revolução dos Cravos, e orgulhoso por ter um amigo
capitão de Abril ,
Revolução que,dizias tu, iria acabar com todo o tipo de 
discriminizaçõs ?! .

Porquê então agora, apareceres com a força da tua farda,
encarnar o macho guerreiro, que abomina civis, meninas
e homossexuais ?! .

Toma juízo, pá ...

Um grande abraço,

do Mário Plácido .
.



sexta-feira, 15 de abril de 2016

A NAVE DOS LOUCOS .

Navega-se à bolina e por cabotagem à vista .
O pior é quando se encontram zonas de ne-
voeiro, ou nos sítios em que os rochedos se 
escondem sob o mar e a areia .

De noite é ainda mais perigoso, apesar do re-
curso a faróis muito potentes, que delimitam 
a linha vermelha da governança, avisando os 
argonautas do perigo que está sempre presen-
te.

Mas cuidado,

a borrasca está sempre à espera,
em qualquer rota menos segura ...
.

O CAOS E A NOVA ORDEM .

Há quem esteja interessado em chafurdar no lodo podre e
conduzir as pessoas à desorientação de países com demo-
cracias fragilizadas, fazendo apelo ao caos e ao vácuo polí-
tico, anestesiando-as com o elixir das reformas nunca con-
cretizadas e aos pretensos direitos humanos

Não sei quem mexe os cordelinhos nesta aventura crimino-
sa, que tantas vezes se tem repetido ao longo da Histõria ...

Vejam-se agora, as lágrimas de crocodilo de aprendiz de 
feiticeiro Obama .

O caso da Líbia é um bom exemplo, mas que pode servir
de roteiro de muitos outros filmes de cowboys .

Disse que o maior erro político dos seus 
mandatos foi 

"contribuir para a desestabilização daque-
le país, a Líbia, sem cuidar de levar a cabo 
a sua reestruturação e pacificação, condu-
zindo ao caos e à desordem, de todo o Norte 
de África ". 

Palavras bonitas,
que soam a ingenuidade, 
cumplicidade e a crime ...
.



quinta-feira, 14 de abril de 2016

A NOVA VELHA EUROPA .

A seguir à queda do Muro de Berlim, surgiram alguns
mitos urbanos, que vieram trazer a esperança num mundo
melhor .

Não passavam de chavões para confundir os povos :

A NOVA EUROPA

A GLOBALIZAÇÃO 



A nova Europa está bem à vista .

Vários países voltaram a escorregar para a extrema direita,
países que sempre se deram bem com os ditames reaccioná-
rios e totalitários, a que sempre estiveram habituados, típi-
cos da tal velha Europa .

Com o medo do comunismo, tais países têm vindo a corroer
o Continente, repetindo os erros do passado .

A globalização, com o regresso do 

laissez faire, laissez passer

inventou  o mito de Schengen

que abriu as portas a todo o tipo de patifarias, crimes e tra-
ficâncias , agora  cozinhados em tempo real .

É a tempestade perfeita ...

E aqui estamos nós .

Ó vil cobiça,

Ó vã glória de mandar .
.
.

terça-feira, 12 de abril de 2016

RIOS DE DINHEIRO .

Da mesma maneira que a água 
corre da cabeceira da montanha,
em direcção ao mar

assim o dinheiro 
escorre do bolso dos mais pobres,
para os cofres dos ricos e poderosos,

e não há lei, nem comporta
que os detenha .
.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

AS CARPIDEIRAS .

Os cães ladram,
mas a caravana passa ...

Após o Congresso do PPD/PSD,
calaram-se , finalmente, as cigarras barulhentas,
direitinhas que se sentem encornados pela solução
de esquerda encontrada para governar Portugal .

Acresce que o PR vem navegando à  vista, com todo
o cuidado, para evitar bater nalgum baixio traiçoeiro,
mas sabe que pode , pelo menos durante os próximos
tempos, afastar  os obstáculos que se apresentem  no
mar encabelado da Democracia Portuguesa .

A choraminguisse   durou até agora, como se se tratasse 
de uma criança rabuja, com cocó nas fraldas ,

Seja como fôr,
dormimos agora melhor do que no passado recente .

Vamos pois, descansar uma boa sesta política ...
.

A LETRA MUDA, MAS A CANTIGA É A MESMA ... .

Salazar
É
Burro 
E
Não tem albarda .

.

Se soubessem quanto custa mandar,
toda a gente gostaria de obedecer .

.

O bom filiado educa-se a si próprio,
por sucessivas vitórias da vontade .

.

O que significava  o S inscrito no cinto
dos filiados na Mocidade Portuguesa :

Servir

Sacrifício

Salazar .

.

Salazar, que Deus guarde,
deixou escrito no seu testamento,
o seguinte preceito :

Que todos os portugueses que visitassem o seu túmulo,
deveriam deixar um euro na campa ;

Se quisessem também cuspir,
deveriam deixar um euro e meio .

.

Quando Salazar morreu, 
foi para o inferno, mas não o deixaram entrar .
Após algumas diligências,
São Pedro teria dito :

Toma lá uma brasinha 
e vai fazer o Inferno para outro lado ...

.

Salazar estava muito isolado,
na sua política ultramarina.
Vários conselheiros
( o célebre Conselho de Estado )
queriam convencê-lo a enviar para N. Iorque
um embaixador credível, para tentar amaciar
as críticas a Salazar e ao seu Regime .

Tentaram várias vezes, sem conseguir,
e Salazar começava a ficar irritado  
.

Quando lhe propuseram 
o nome do Embaixador Supico Pinto,
Salazar passou-se, e terá dito .

Mandamos-lhe mas é um corno ...

E foi assim Supico Pinto,
ocupou o lugar de Embaixador de Portugal
nas Nações Unidas .

.



.







domingo, 10 de abril de 2016

A ESPECULAÇÃO .

Se toda a gente especula sobre tudo nesta vida,
porque razão não poderei eu especular também ...

Bombardeados a toda a hora sobre as coisas mais 
mirabolantes, reais ou inventadas, anestesiando a
maralha com verdades mentirosas, e mentiras ver-
dadeiras, as pessoas descrêem cada vez mais do 
que se passa à nossa volta .

Já nada as consegue mover .

Esta história dos Panamá Papers, é um bom exem-
plo de uma variação em dó menor .

Mete o ex-Presidente do Benfica  Vilavinho, Messi
e Amodôvar , todos regados com um bom tempêro,
e acompanhados de uma boa pomada .

Os USA não foram convidados ao festim, pois na 
América não há corruptos, graças a Deus .

O timing da palhaçada foi também escolhido a pre-
ceito .
Os artistas convidados, Putin e o amigo, o Comité 
Central do Partido Comunista Chinês, os Primeiros
Ministros da Islândia e da Grâ bertanha, represen-
tam convenientemente a camarilha de corruptos es-
palhados por esse mundo fora .

Como, quem e porquê, vem editando esta novela de 
cordel, para entreter  os meninos que se portam mal 
e não comem a sopa .

Aguardo com impaciência, o próximo capítulo desta
história aos quadradinhos .
.

O PECADO MORA AO LADO .

É mais fácil 
um rico passar pelo cú de uma agulha,

do que alcançar o Reino dos Céus .

Da Bíblia 

sábado, 9 de abril de 2016

A DISCRIMINAÇÃO .

Só muito recentemente se procedeu à unificação das universidades
em Lisboa, e não foi fácil o caminho feito para se conseguir atin-
gir esse objectivo .

Passou a haver um Universidade Única .

Parece coisa pouca, mas foi um grande salto para as instituições uni-
versitárias e para o País .

A diferenciação entre as universidades Clássica e Técnica, era qua-
se  insultuosa, pois escondia uma classificação classista.
A  primeira recebia as elites que se dedicavam às chamadas Humani-
dades, o Direito, a Medicina, a Fisica, a Matemática; 

A Universidade Técnica ocupava-se de coisas mais simplórias, tais 
como  as diversas Engenharias e as Artes Aplicadas, coisa mais vira-
das para profissões mais prosaicas , 

A discriminação já fora muito mais escandalosa durante os tempos do
regime salazarista, que impedia o acesso de estudantes da Técnica, a
frequentarem as instalações da Cidade Universitária de Lisboa .

O Orfeão Académico de Lisboa, onde tive a honra de cantar, era clan-
destino, denominado Orfeão da AEIST / Associação de Estudantes do
IST), e era interdito  ao convívio das alunas da Fac. de Letras, entre
outras raparigas da Univ. Clássica . .

Só com a boa vontade do Prof. Luís Almeida Alves, meretíssimo Dir-
ector daquele Instituto, dando cobertura às acções coralistas, 
foi possivel implementar tal actividade musical .

Toda a minha vida, fui sujeito a todo o tipo de discriminações, umas
quase ridículas, outras de enorme gravidade, algumas nos tempos do
Fascismo, mas outra já em plena Democracia .

Falarei disso a seu tempo, se a ocasião se proporcionar .
.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O CAPITALISMO PRODIGIOSO .

A desculpa do comunismo conseguiu esconder todas as 
máscaras das imensas patifarias e dos crimes heliondos
levados a cabo pelas sociedades ditas ocidentais, de cariz
judaico-cristãs .

Tudo em nome dos países democráticos, tementes a Deus
e respeitadores dos auto proclamados Direitos Humanos .

Quando se rompeu a cloaca da Cortina de Ferro, e se abriu
o esgoto do Muro de Berlim,
vieram ao de cima toda o tipo de miasmas  que tal sistema 
político continha no seu seio .

Tinha acabado, dizia-se,  a História e mil anos de uma No-
va Civilização 

Assim rezavam os idiotas, os ingénuos, os aldrabões, e  os 
crminosos de todos os matizes e de todas as condições .

Afinal, era tudo mentira, tudo ladroagem, para continuar a
transferir o dinheiro, cada vez mais, roubando os mais des-
protegidos, para entregar aos grandes potentados .

E não há inocentes neste terrorismo financeuro .

quinta-feira, 7 de abril de 2016

AINDA AS AGUARELAS .

Turner era um pintor que viajava muito, dentro e fora
da Inglaterra, 
Visitou durante algum tempo, Oxford e Veneza, só para 
citar dois lugares, nos quais deixou um enorme legado .

Andava sempre com um pequeno saco de cabedal, onde 
levava papel e tintas, para fazer esboços com aguarelas .

É interessante, que Turner tinha uma paixão pela cor/luz,
passando uma parte do seu tempo a fazer experiências no
domínio das tonalidades obtidas, bem como dos efeitos
produzidos, sobretudo em cenários que o tinham impres-
sionado na sua juventude , designadamente os incêndios 
navais na costa inglesa, e, sobretudo, o raiar e o pôr do 
sol, passando horas a ver os reflexos luminosos na água .

Levava para os lugares que escolhia para pintar, grande 
quantidade de pedaços de papel, que dispunha  em série,
pintando cada um à vez, quer para ir deixando secar
as diversas folhas, e  também para fixar em pouco tempo,  
o rápido evoluir dos tons do mar .

Conhecia como ninguém, a sublime diferença entre as co-
res que ele reproduzia num nascer do sol, ou num pôr do 
sol. 

Ainda ontem estive a ver, mais uma vez, o filme Mister
Turner, uma enorme lição de vida e de amor pela arte, mau
grado o mau feitio e a truculência deste espantoso persona-
gem .
.





quarta-feira, 6 de abril de 2016

MIGALHAS DE AMOR .

Migalhas de amor,

ou a história do burro e do cigano .

Um cigano tinha comprado um burro em segunda mão .
O animal estava muito pouco escanzelado,  mas o dono
pensava vir a engordá-lo, para depois conseguir um bom
negócio .

Como era agarrado ao dinheiro, todos os dias cortava na
ração do animal .
O burro era engraxado, de modo a impressionar um even-
tual comprador, mas ia mirrando cada vez mais .

Até que um dia o o bicho finou-se .

Pensou o cigano, com um ar filósofo :

Então agora que o animal já estava habituado a seguir 
esta dieta, é que se foi abaixo das canetas ...
.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

AS MINHAS AGUARELAS - 7 .

Ao longo da minha vida, várias vezes tentei dedicar-me
à pintura com aguarelas .
Acabava sempre por desistir .
Trata-se de uma técnica que, quando bem aplicada, produz
efeitos muito gratificantes .
Acontece que é necessário ter uma acção continuada, persis-
tente, e exige uma enorme paciência .   

O meu carácter de desenhador compulsivo, exige ainda saber
esperar, sem o que se pode facilmente estragar o trabalho .

Uma das vezes que tentei, foi nas aulas de desenho do Min. da
Economia, dadas pela Professora Bárbara, de resto  uma exce-
lente aguarelista .
Mas ela ensinava-me a pintar, pintando ela .
Não surtiu efeito .

Rapidamente desisti .

De outra vez, decorria a 2ª. Guerra do Iraque, esse imenso em-
buste, e eu, todos os dias, antes de ir trabalhar, fazia 1 ou 2 bo-
necos, como se de um correspondente de guerra se tratasse .
Ao longo de mais de 100 dias, fui seguindo o evoluir dos acon-
tecimentos, à medida que ia aperfeiçoando a maneira de pintar,
conseguindo mesmo atingir a técnica da aguarela .

Estive quase lá .

Depois, virei-me para as chamadas técnicas mistas, e em espe-
cial, para as colagens .

Foi então que "inventei"uma fórmula nova de técnica mista,
Colando pedaços de papéis coloridos, deixando pequenas zonas 
em branco, para simular a luz e o efeito de transparência .

Estive outra vez, quase lá .

Mas eu vou tentar mais uma vez,
e sei que vou atingir o meu objectivo :

PINTAR AGUARELAS .
.

domingo, 3 de abril de 2016

UM DIA EM BRANCO .

Calhou ser ontem .

Podia ser outro dia qualquer 
Às vezes, nada apetece fazer, nem dizer .
Fico calado a ouvir os sinais .
O silêncio fala mais do que as palavras .
Esqueço as misérias do mundo,
e o modo obtuso como decorrem os dias
e esta vida que me oprime .

Então, fecho os olhos e vejo coisas 
bonitas .

Estás sentado no teu cadeirão,
escreves um texto num dos teus blogues,

uma reflexão, no Tertúlia do Martinho,

uma sátira, no Tonibler,

uma página de combate, no Descrédito .

E o sol a bater na tua janela.
Espreitas as tuas rapinas, a cruzar o céu .
A mesma janela 
onde um dia espreitaste a neve
a pintar de branco, a tua Praceta .

Noite dentro, ouves cantar os pássaros ,
e meditas sem parar, até muito tarde,
curtindo a insónia sem fim .

Abro os olhos, e não te vejo,

descanso apenas a memória
na imagem dos teus retratos,
colocados na estante de vidro .
.




sexta-feira, 1 de abril de 2016

O COMUNISMO REAL .

Nunca pensei que viria a ser um dos protagonistas da implementação
do Bairro de Telheiras, designadamente no que se refere à primeira
malha, que viria a ser, posteriormente, a CHE TECTO - Cooperativa 
de Habitação Económica TECTO .

Foi uma tarefa colectiva que nasceu de uma ideia que floresceu a seguir
ao 25 de Abril, e desencadeada por um grupo de alunos e professores
do IST, graças aos novos ventos quer então sopravam, nesses tempos re-
volucionários .

Tinha sido criada a EPUL, para acudir às necessidades habitacionais
das populações mais desfavorecidas, e tinha sido publicado o Novo Có-
digo Cooperativo,

A CHE TECTO foi uma aventura muito impor
tante, mas era preciso levá-la à práctica .

Primeiro que tudo era necessário a compilação de toda a documentação
indispensável, organizar toda a parte burocrática e organizativa, prover
à recolha dos dados referentes aos cooperantes, criação de uma estrutura 
funcional, interna e externa, realização de inúmeras reuniões, a vários ní-
veis, e manter um diálogo constante com os diversas autoridades e orga-
nismos intervenientes .

Foi ainda feito um cuidadoso regulamento interno, para prever o máximo 
de situações que poderiam ser resolvidas pela CHE .

Coube-me a honra de ter sido convidado para ser o tesoureiro desta nave,
composta por 88 fogos .

Tudo era discutido e aprovado por braço no ar .

A escolha do número de sócios e localização de cada fogo, era votada e tinha
em linha de conta, a natureza do agregado, teor dos vencimentos declarados
e foi determinada a renda a pagar por cada família, de 6500 a 1600 mil es-
cudos .

Quem prescindisse da declaração de vencimentos, poderia pagar automáti-
camente a renda máxima .

Previa-se que, com o decurso dos anos, a renda máxima iria baixando, à me-
dida que fossem aumentando gradualmente, as rendas mais baixas . 

Ninguém entendia muito bem como funcionava
esta geringonça, mas o que é facto é que tínhamos 
conseguido implementar o comunismo real 
numa pequena zonz, no centro da cidade de Lisboa .

De cada um, segundo as suas possibi-
lidades,
a cada um, segundo as suas necessi-
dades .