terça-feira, 31 de março de 2009

Da crise do G20 nada se espera

Se alguém ainda tiver expectativas positivas relativamente à reunião do G20 em Londres, o facto de se realizar num dia de semana aliado às recentes previsões da OCDE significa que pode tirar o cavalinho da chuva (não se esqueçam que é em Londres).

Não passará de uma reunião de análise do actual estado da situação, pois os compromissos serão insignificantes.

A expectativa que eu tenho é ver se o Sarkozy sempre cumpre a promessa de abandonar a reunião mais cedo se isso acontecer.

E logo eu que costumo ser optimista...
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De pequenino, se torce o pepino.


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Viciado na Net.

Ainda há poucos meses, eu era practicamente um info-excluído
militante, fazendo até uma certa gala desse facto.
Agora começo a ficar viciado na Net.
Já tinha ouvido falar no vício, mas estava longe de chegar a tal ponto.
E tudo por causa do Blog em que colaboro - A TERTÚLIA DO GARCIA.
Assim, logo que acordo, abro o computador, para ver se me caíu na rede,
alguma mensagem ou comentário. Outras vezes, como hoje, tento elaborar
um texto em que matino, logo muito cedo.
Faz-me lembrar os tempos em que era puto, e o meu avô me levava para
a nossa horta. Quando chegava, corria aos sítios habituais onde sabia
estarem armados os costilos, para ver se tinha agarrado algum pássaro.
Ou quando ia à pesca com o meu pai,e aguardava, impaciente, que algum
peixe caísse no anzol.
Continuo a comportar-me como uma criança.
Um puto pequeno, mas agora com os cabelos todos brancos.
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segunda-feira, 30 de março de 2009

... e depois, há as flôres.

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EU TENHO UM SONHO.

Eu tenho um sonho, que é continuar a colaborar num dos blogs
em que o Pedro estava comprometido, de alma e coração.
Tenho pressa de avançar, de chegar, de sentir que faço alguma
coisa por ele.
Foi um uma grande generosidade terem reformulado o blog
Martinho da Arcada e criado A Tertúlia do Garcia.
Os amigos do Mário quiseram que assim fosse, em sua homenagem.
Eu tenho feito alguma coisa para a levar a cabo esse seu desejo.
Gostaria que mais pessoas acedessem ao blog, não por obrigação,
mas para que o Mário continuasse a irradiar a sua força e a sua
coragem.
Não sei se conseguirei, e como o conseguirei , cumprir esse sonho.
Preciso da vossa ajuda, para que aquela estrelinha pequenina,
que acho que está lá longe, julgo eu que no Céu, continue a brilhar
cada vez mais, fazendo-nos companhia, sempre, sempre, todos os
dias.
EU TENHO UM SONHO...

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domingo, 29 de março de 2009

Aperta-se o cerco a Sócrates.

Sócrates está tramado.
Sinto isso, pelas conversas que oiço nas ruas, pelas piadas dos
media, e pelas mensagens e mails que recebo, uns engraçados,
outros descarados, e muitos, claramente ofensivos, visando Sócrates,
a Ministra da Educação, e o Governo em geral.
Utilizam-se todo o tipo de truques e patacoadas, uns novos, outros
já usados noutras campanhas, contra outros personagens.
Adaptam-se graçolas e ordinarices, novas e velhas.
Tudo serve para enxovalhar José Sócrates.
Quem semeia ventos, colhe tempestades.
O General está cercado no seu labirinto.
E que fazem os seus oficiais? Porque não contra-atacam ?
E onde estão os sargentos, os coronéis e a arraia miúda ?
Marinho Pinto foi o único que saíu, objectivamente, a terreiro, numa
acção arriscada, mas muito corajosa, como aliás é seu timbre.
Cavaco, com comparsas, amigalhaços e cúmplices, vai deixando arder
o 1º Ministro, em lume brando.
A vingança serve-se fria...
E depois o que vai seguir-se, caso Sócrates não ganhe as legislativas?

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sábado, 28 de março de 2009

Os Cavaleiros do Apocalipse - A PESTE.

Crianças deficientes que contraíram SIDA, em 1990.
Imagens como estas foram tornadas públicas após o fim de Ceausescu,
na Roménia.
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quinta-feira, 26 de março de 2009

A partida de xadrez.

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Outra vez as cotas

Sempre fui avesso a opiniões e discursos politicamente correctos.
O mérito deve ser a medida mais acertada para aferir da capacidade das pessoas desempenharem conveniente, os papéis ou os cargos adequados às diferentes situações, e tendo em atenção as correspondentes responsabilidades.
Vem esta prosa a propósito da fixação de cotas de mulheres, para preenchimento de lugares públicos e políticos.
Sei que o assunto é polémico, quer para os homens, quer para as mulheres.
Pela minha parte, acho até vexatório o critério das cotas.
Esta opinião vale para os dois sexos. Rebaixa um e outro e contribui para empobrecer, ainda mais, o padrão da nossa democracia.
Por que não estabelecer cotas por raça, religião, clube, orientação sexual, e por aí fora?
Por que não reinvindicar um pedreiro, duas empregadas domésticas, três militares, para a administração do Banco de Portugal?
Como nota de pé de página, recordo que o primeiro director executivo de uma empresa multinacional em Portugal, e que vem desempenhando o cargo com a maior competência, é uma mulher-trata-se de Rosalina Machado e a empresa em questão é a OLGIVY-Empresa americana, do sector da publicidade e comunicação social.
Por isso, senhoras e senhores:
ABAIXO AS COTAS, FORA COM OS COTAS.
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terça-feira, 24 de março de 2009

Crise académica de 1962.


Fotografia publicada no Diário de Lisboa, em 7 de Abril, de 1962,
mostrando o Plenário dos estudantes universitários.
Para fintar a PIDE, a legenda então publicada era a seguinte:
"Duas equipas académicas realizaram esta manhã, no Estádio Universitário,
um jogo-treino de futebol. "
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Dia do Estudante

Vem hoje publicada uma notícia que refere o aniversário do DIA DO ESTUDANTE.
Trata-se de uma abusiva colagem aos importantes acontecimentos que ocorreram durante a CRISE ACADÉMICA DE 1962, colagem levada a cabo por uma certa camada conservadora do mundo educativo.
Haja um pouco de respeito pela verdade dos factos.
O DIA DO ESTUDANTE foi um marco importante na luta pela democracia em Portugal.
Não tem nada a ver com putativas reinvindicações corporativas.
Em 1962, já se tinha dado a tomada dos territórios coloniais portugueses da Índia, pelo exército indiano.
Havia também já eclodido a revolta dos angolanos contra o regime fascista de Portugal.
Em 1961, tinha-se realizado, por pressão do meio estudantil, o dia do estudante, um pouco por todo o país, mas com uma maior incidência em Lisboa.
Em 1962, foi solicitada a autorização a realização daquele evento, tendo havido concordância de princípio, das autoridades.
Eis quando, inopinadamente, Salazar, por intermédio do Ministro da Educação da altura, Paulo Cunha, proibiu a realização do DIA DO ESTUDANTE.
Foi a revolta imediata da maioria dos estudantes.
Foi decretado O LUTO ACADÉMICO, eufemismo usado para significar A GREVE GERAL DOS ESTUDANTES, que veio a prolongar-se até aos exames da 1ª época, com peripécias múltiplas, durante toda a primavera de 1962.
O DIA DO ESTUDANTE foi um dos maiores sobressaltos para o regime fascista, que endureceu drasticamente a luta contra as frágeis e limitadíssimas sementes da democracia.
A crise de 62, veio contribuir grandemente para o fortalecimento da Oposição, e para o recrudescimento da luta anti-fascista em Portugal.
Mais tarde, a crise académica de 1969, constituiu outra das pedras angulares, juntamente com as lutas operárias, que iriam, ao lado da acção dos militares democráticos, contribuir decisivamente, para derrubar o fascismo e conduzir à
revolução do 25 de Abril.
O organismo que dirigia a luta dos estudantes era a RIA (Reunião Inter Associações) de que fizeram parte entre outros, destacados dirigentes estudantis da altura, tais como Medeiros Ferreira, Eurico de Figueiredo, Jorge Sampaio, Vitor Wengorovius e José Bernardino.
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segunda-feira, 23 de março de 2009

As vinhas da ira.

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Que Socialismo?

Li ontem no jornal, uma frase do Dr. Mário Soares, que me deixou muito baralhado.
Embora retirada do contexto, a frase socialismo totalitário, não deixa de constituir, para mim, uma contradição insanável.
Socialismo é Socialismo, para quê adjectivá-lo?
Assenta nos princípios fundamentais:
IGUALDADE
LIBERDADE
SOLIDARIEDADE.
IGUALDADE perante as leis, IGUALDADE de origem, de raça, de credo de posição social.
LIBERDADE sempre, desde que não colida com a liberdade dos outros. SOLIDARIEDADE nos princípios comuns, nos objectivos a levar a cabo, na interajuda nos momentos difíceis, nas dificuldades a ultrapassar, solidariedade com os mais fracos, solidariedade com os outros povos.
O mesmo sentimento de espanto me, tolda quando se referem a outros conceitos, como socialismo democrático, socialismo de rosto humano, socialismo real, socialismo teórico, socialismo científico, socialismo reformista, socialismo utópico, etc., patati, patatá...
Sei bem que a distância entre a teoria e a práctica pode ser enorme.
Aquando da Constituinte, todos os partidos, à excepção do CDS, andavam em passo de corrida, a caminho do socialismo.
Que socialismo?
Durante a Guerra Fria, toda a gente falava nos países socialistas, do bloco socialista, da transição para o socialismo,
Socialismo?
Por amor de Deus, não inventem.
Como se dizia no PREC- Processo Revolucionário Em Curso:

SOCIALISMO SÓ HÁ UM, O DO PS, E MAIS NENHUM.
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A banca morreu, viva a banca !

Com o anunciado plano do Tesouro dos EUA para a compra de activos tóxicos as bolsas recuperaram imediatamente.

Com isto poderemos dizer que o sector financeiro ganha novo fôlego pois os fundos de acções terão naturalmente comportamento positivo.

Será que podemos considerar o BPN um activo tóxico para o Estado português e pô-lo no pacote ?

Será que assim o BPP conseguirá recuperar mais rapidamente das perdas, descansando os seus clientes ?

Será que voltámos à discussão da privatização da CGD como se nada se tivesse passado ?

Acontece que nem o sector da construção deveria ser, como foi no passado, o motor da economia nem muito menos o sector financeiro será o motor da recuperação económica.

A crise económica mundial que atravessamos aconteceria, mais cedo ou mais tarde. A crise financeira foi apenas um dos possíveis rastilhos.

Sabemos bem que isso é verdade !!

Será que a recuperação do preço do petróleo é sinal que a crise está ultrapassada ?

Não !!!

A crise é bem real e assustadora, embora estas declarações sejam apenas justificativo para a limpeza dos "activos tóxicos".

A crise é bem real e muitas pessoas a estão a sentir, se bem que não tão acentuadamente numa primeira fase, na Europa social pelo menos, psicologicamente é inquestionável que o sentem.

Quem garante que esta limpeza de "activos tóxicos" traz empregos de volta ou novos empregos ? Quem garante que traz a confiança de volta à economia ?

A estas pessoas que ficaram desempregadas não, seguramente...
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More on the bank plan

Nas soluções encontradas e discutidas para a resolução da crise financeira temos naturalmente que olhar para as discussões do outro lado do Atlântico.

Paul Krugman no NYT escreve sobre as alternativas actualmente em discussão para evitar a nova crise financeira que "todos" aguardam, criticando veementemente a tese da compra de activos bancários.

Segundo ele, não existe pânico relativamente ao sector bancário. Assim, aquela seria uma intervenção na lógica de que nada se passou nos últimos meses.

Por cá a questão, digo eu, está neste momento na economia e a falta de confiança que provocou a crise actual, e que teima em persistir com falta de resultados imediatos das "medidas tomadas", poderá começar a gerar pânico em muitos sítios. Que venham boas novas !
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domingo, 22 de março de 2009

Sorriso.

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Dialética Camoneana

Mudam-se os tempos...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia.
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.

Luís Vaz de Camões


A história nunca se repete.
Desenrola-se na espiral do tempo, girando, girando sem nunca parar.
"Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades."

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sexta-feira, 20 de março de 2009

Rir é o melhor remédio.


Os nossos Governantes têm que, por vezes, engolir um ou outro sapo,
gerir situações complicadas e encarar a crise , de peito aberto.
Mas que diabo, um sorriso pode ajudar a melhorar as coisas,e contribuir
para ultrapassar as dificuldades.

Olha o passarinho...
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Alpinistas

Assisti ontem, no Parlamento, a uma das mais interessantes lutas de galos, entre Sócrates e Louçã, acerca da nomenclatura dos partidos da extrema esquerda, e relativamente ao pretenso controle partidário sobre os sindicatos -Marxistas - Leninistas, versus Trotskistas.
Confesso que imediatamente me veio à ideia, uma velha blague, do tempo do antigamente, a propósito da carestia de vida.
Rezava assim :
"Chamam-nos Bolchevistas, Comunistas, Marxistas-Leninistas, Maoistas, Castristas, Estalinistas, Titistas e Benbelistas,
mas, com os impostos tão altos,
nós somos é ALPINISTAS."
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quinta-feira, 19 de março de 2009

Nascimento Rodrigues: a verdade e o tiro no pé

Não sei nem quero saber de quem é a culpa.

No nosso país andamos sempre há procura dos culpados quando as situações se arrastam sem serem resolvidas.

O essencial neste caso passa por duas questões.

Em primeiro lugar pela razão em alertar (e não é a primeira vez) para o arrastar de uma situação para a qual a democracia nada beneficia, especialmente tendo em conta a relevância do cargo de Provedor de Justiça, o período pré-eleitoral em que estamos e o actual estado da justiça (real e percebido).

Além disso Nascimento Rodrigues, pelo cargo que ainda ocupa, não pode dar opiniões pessoais sobre quem será o seu sucessor e muito menos sobre quem tem culpa no arrastar da situação, ainda para mais pela forma política, e não institucional, como o faz.

Por isso meus senhores, na qualidade de cidadão deste país, peço: ENTENDAM-SE e resolvam a situação!!
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quarta-feira, 18 de março de 2009

Apelo ao PRESIDENTE DA REPUBLICA

Exmº Sr. Presidente da República
Eu sei que tem andado muito ocupado com viagens oficiais e recepções a outros Chefes de Estado.
Sei também que o Presidente não costuma ocupar-se de assuntos da governação, em sentido restrito.
Sei ainda que não é seu apanágio fazer comunicações aos outros Órgãos de Soberania, a menos que existam condições excepcionais que o justifiquem.
Por isso lhe venho apelar para que me responda às seguintes questões:

- Porque não promove a reunião do Conselho de Estado, para clarificar definitivamente a situação do Conselheiro Dias Loureiro?

-Porque não explica as circunstâncias que conduziram à instabilidade da Banca Portuguesa, levando inclusivamente à derrocada de alguns bancos portugueses?

- Com os meus respeitos.
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O MEDO.


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terça-feira, 17 de março de 2009

Falta de Identidade

Pois é, caro David, a abstenção é que vai ser o problema.
Acontece que as pessoas auto excluem-se de participar no sistema, dizem que a culpa é sempre dos outros, nunca querem comprometer-se com nada.
Não serem nada politicamente, é talvez o mais reprovável em política.
É interessante que a maioria das pessoas consegue assumir-se religiosamente, clubisticamente, e noutros aspectos, mas a opção política é, ainda um inexplicável e complicado tabu.
Contudo, mais perigoso que a abstenção, é o voto contra.
Contra tudo e contra nada.
É o voto dos que nunca intervêm pela positiva, que não querem construir nada, e estão sempre na onda do contra. Contra o socialismo, contra o Sócrates, contra as reformas, contra tudo o que mexe, são sempre contra qualquer coisa.
Os partidos deveriam ser constituídos por militantes, mais ou menos convictos das suas opcções. Mas como já alguém uma vez afirmou, as organizações partidárias, cada vez têm menos militantes, e mais "centitantes".
Sinal dos tempos, em que as pessoas renunciam à sua identidade.
O que quer dizer que a Democracia é ainda um conceito muito frágil, desamparado e incompreendido.
Para baralhar um pouco mais as coisas, acresce ainda o facto de os líderes rapidamente se tornarem muito personalisados e carismáticos.
Tais pessoas atingem, por vezes, o auge político, sendo então quase endeusados.
Quando o carisma se reduz, tudo vai por água abaixo.
Estou a lembrar-me de Sá Carneiro, Cavaco Silva e António Guterres.
São figuras marcantes, mas demasiado marcadas.
A sua grandeza constitui a sua fraqueza.
Como irá ser agora com o actual líder do Governo, José Sócrates?

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Torres Vedras: Mais idosos nos corredores do hospital


Infelizmente o problema tende a agravar-se com o acentuar da crise e os valores praticados em lares de idosos.

Mais que a falta de recursos do próprio hospital, que a implementação da rede de cuidados continuados tem mitigado, é de lamentar o desprezo a que algumas famílias sujeitam os seus ascendentes, sabendo todos nós que naturalmente outras o fazem por "absoluta necessidade".

Que sociedade esta em que é permitido que exista esta "absoluta necessidade", votando a condição humana a um nível nada condizente com o espírito da Declaração Universal dos Direitos do Homem assinada já lá vão sessenta anos.
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Lay-off virtual

A crise tem destas coisas.

Acentua-se a inovação e a imaginação dos gestores, factor fundamental para melhor vencer os tempos difíceis.

Relata o DN de hoje sobre a proposta da Ernst & Young feita aos trabalhadores.

Bem gostaria eu de aqui estar a falar de outra inovação...
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A crise- o novo ADAMASTOR.

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Tolerância

Desde muito pequeno, que nunca tentámos influenciar minimamente as ideias do Mário, política, religiosa, ou até mesmo clubisticamente.
Foi uma empregada nossa, a Júlia, que tomou conta dele durante os primeiros anos, e o namorado dela, o Rodrigues, que o influenciaram subrepticiamente no PS e no Benfica.
Nós tínhamos simpatias diferentes e divergentes entre os dois, o que foi muito positivo para ele.
Deste modo, logo em criança, nas datas mais importantes, o 1º de Maio, e o 25 de Abril, saíamos cedo de casa, pai, mãe e filho, e passávamos o dia nas manifs.
De manhã, iamos à festa da Intersindical; depois de almoço,visitávamos a festa do PS e da UGT; à noite acompanhavamos o Otelo.
Foi deste modo que se foi preparando o caldo cívico e democrático com que ele foi alimentado, desde tenra idade, e que mais tarde lhe iria moldar fortemente o carácter, de onde sobressaía a grande tolerância com que lidava com toda a gente, amigos, simpatizantes, correlegionários e adversários políticos.
Foi com essa tolerância que conseguiu grangear a amizade e a estima, de todos quantos se apoximaram do Mário e com ele privaram, provenientes de caminhos diversos, muitas vezes em espaços e tempos diferidos.
O Mário sempre foi um catalizador de vontades, sempre soube ser o ponto focal de objectivos mais amplos, clarividentes e constructivos.


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segunda-feira, 16 de março de 2009

Ganhar ou perder eleições

O Mário Plácido falou em Jogo muito perigoso no complicado xadrez político que nos poderá bater à porta nos próximos meses, fruto do que se avizinha com recentes sondagens e decisões de alguns actores políticos.

Gostaria de acrescentar uma questão essencial: a diminuição da credibilidade do primeiro-ministro, fruto de todas as notícias desde o "caso licenciatura" aumenta um prato essencial da balança, a abstenção.

Para este facto, aumento da abstenção, as acusações à comunicação social poderão ter certamente um efeito multiplicador.

Não é de esquecer que é mais fácil quem governa perder eleições do que a oposição as ganhar.
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sábado, 14 de março de 2009

sexta-feira, 13 de março de 2009

Jogo Muito Perigoso

"A democracia contém em si mesma os germes da sua própria destruição".
A memória dos homens por vezes é curta, injusta e até cruel. Churchil perdeu as eleiçoes gerais no Reino Unido, logo após ter sido durante vários anos, o grande herói, que ajudou a salvar o país e o mundo, da barbárie nazi.
É bem conhecida a sua frase " Nunca tantos deveram tanto, a tão poucos".
Continua gravada, a letras de ouro, na nossa memória.
Ora é precisamente a falta de memória que me assusta.
Como é que Paulo Portas, Santana Lopes, Manuela Ferreira Leite, que já foram escrutinados tantas vezes, e têm perdido eleições atrás de eleições, e não desamparam a loja?
Mas esses ainda constituem, mesmo assim, um perigo menor.
Acontece que José Sócrates cometeu dois erros enormes, e teve um azar dos Távoras.
Afastou-se da ala esquerda do PS, e não conseguiu levar até ao fim as reformas necessárias, dado o poder das corporaões, principalmente nas áreas da saúde, justiça e educação, cujas benesses, devidas ou indevidas, estavam e ainda estão, fortemente enraizadas na sociedade portuguesa.
O seu grande azar foi a eclosão abrupta da crise económica e financeira mundial.
Podemos agora conceber um balança com três pratos que têm uma massa crítica da mesma grandeza:
O PS, o PSD mais CDS, e o Bloco mais PCP.
O PSD, por enquanto está em processo de desagregação.
O PS vai-se encolhendo, à medida que a crise vai inchando.
O PCP resiste e mantém-se igual a si mesmo.
O grande problema é pois o Bloco.
Este transformou-se num corpo parasitário, que se alimenta do sangue do PS.
O Bloco brinca agora ao jogo do sério.
O padre e os seus acólitos, foram ao baeta, raparam o cabelo, fizeram a barba, perfumaram-se, e falam com palavras caras.
Acompanham meninas bonitas e sexys, e bem falantes.
O Bloco deixou de ser uma salada russa, de marxistas, leninistas, trotskistas, etc.
Ainda há pouco tempo tinham como palavras de ordem, a greve e a insurreição geral armada, a aboliçao da sociedade sem classes, e, como objectivo final, a ditadura do proletariado.
Neste xadrês, Manuel Alegre e Helena Roseta, são duas marionetas, mas que podem vir a participar, em desespero de causa, no jogo perigoso da roleta russa.
Um deles, ou os dois, podem ajudar a desequilibrar a balança.
É aqui que o jogo se pode tornar muito perigoso.
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Quem brinca com o fogo...


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Somos consumidores

Finalmente boas notícias vindas do Conselho de Ministros de 11 de Março relativamente aos contratos de crédito ao consumo, novo regime jurídico dos PPR, PPR e PPRE, funcionamento de call-centers, entre outros.

Se acrescentarmos a isto a discussão pública que decorreu até final do mês passado sobre o aviso do Banco de Portugal temos um substancial acréscimo na transparência bancária e deveres de informação.

É agora necessária maior regulação de comissões bancárias, algumas delas manifestamente ilegais.

Afinal a crise ajudou a despertar algumas consciências para a falta de poder negocial de muitos consumidores bancários e de produtos financeiros.
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quarta-feira, 11 de março de 2009

Cães que ladram...

Cães que ladram não mordem, mas aleijam bem fundo, psicologicamente, aqueles que são atacados.
Sócrates, até pode ter metido a pata na poça ( o que eu não acredito, muito sinceramente). Acontece que é a terceira ou quarta vez, que tentam destruí-lo, utilizando um método simples, certeiro, eficaz, mas cobarde - pela calúnia anónima.
Não se trata de cabala, nem de campanha negra, mas tão somente, soltando uma série de mentiras nojentas.
Mas porquê agora toda esta campanha orquestrada nos media (a maioria deles são dominados pela direita, alguns bem de direita)?
Porque foi tão bem escolhida esta altura, para abrir fogo cerrado contra Sócrates?
Este pode até ter sido apanhado por falta de prudência, que deve ser um dos requesitos primordiais de políticos experimentados.
Mas como explicar a sanha desses media, com relevo para o cheiro a sangue, dessa dessa desbocada Manuela Moura Guedes, vergonha do jornalismo português?
Porque razão, os mesmos media não filaram, ou trataram com pinças, os acontecimentos envolvendo figuras gradas do PSD, em graves falcatruas, ilegalidades, presumíveis crimes económicos de natureza vária, chegando mesmo à falência de bancos?
Será que foi uma imensa cortina de fogo para tentar apagar as broncas da virginal banca portuguesa?
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terça-feira, 10 de março de 2009

Geografia humana-2.


O Magalhães, os erros e a Caixa Mágica


Não necessito nem vou ser eu a defender a Caixa Mágica. Muito menos será necessário relativamente ao software livre.

Por variadíssimas razões, embora talvez não com a velocidade necessária, a implantação do software livre está e continuará a acontecer.

Não deixa contudo de ser necessário publicitar a resposta à notícia vinda a lume no passado fim-de-semana. À forma como apareceu (imprensa nacional) e foi divulgada pela comunicação social e por variadíssimos blogs é naturalmente importante o esclarecimento e o contraponto.

Seria no entanto importante um aprofundamento da discussão e um debate sério sobre a necessidade do software livre.

Não englobando aqui as críticas específicas a esta questão que envolve o Magalhães, será que quem o critica (ao software livre) nunca fez download ilegal de músicas ou tem o software dos seus PCs devidamente licenciado ?

Conhecimento sobre a questão é fundamental !
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segunda-feira, 9 de março de 2009

Um Cometa Chamado Roseta

O cometa iniciou a sua tragectória astral no seio do movimento progressista católico.
Quando se deu o terramoto do 25 de Abril, aproximou-se rapidamente da social-democracia de Sá Carneiro, ao tempo com um certo carácter reformista, de pendor revolucionário, a caminho do socialismo.
O meteoro do Porto despenhou-se, tragicamente, em Camarate.
Envolveu-se então na nebulosa do poder, alimentando a chama da AD.
Foi uma temporada boa para a nossa diligente arquitecta. Compartilhou, durante bastantes anos, o odor do poder, com satélites vários e outros corpos celestiais.
Com a AD caída em desgraça, Roseta rumou noutra direcção, mudando de tragectória, para o socialismo democrático, de que foi compagnon de route, com renovado fervor.
Mas, com um ego do tamanho do mundo, não se contenta com papéis secundários.
Ela tem sempre que assumir o papel principal.
Pediu apoio a outra estrela de grandeza superior, de seu nome Alegre, e, de braço dado, rumaram mais à esquerda, nas proximidades de uma espécie de buraco negro, o bloco, um corpo astral com imensas ambiguidades.
E aí parece, finalmente, feliz.
Mas o brilho do cometa foi-se esbatendo, já quase não irradia calor.
Vai mergulhando na escuridão do espaço infinito.
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Novo acordo ortográfico


Parece que temos novas interpretações do acordo ortográfico.

Além dos erros dos programas do Magalhães, que vieram a lume este fim-de-semana, este caso põe em causa umas das medidas mais úteis e emblemáticas dos últimos anos, o Cartão do Cidadão.

Urge emendar a mão.

Seguramente não são as pessoas involuntariamente envolvidas que deverão pagar pelo erro dos outros.
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domingo, 8 de março de 2009

O Poder das Imagens

Já escrevi uma vez aqui no blog que uma imagem pode valer mais do que mil palavras.
Aliás, como deveria ser monótono, uma publicação qualquer, jornal, revista, site, etc. que não tivesse imagens.
É por isso que não sou um grande amante da leitura. Aliás, se alguma vez tivesse que escolher um só dos sentidos, perdendo os outros, escolheria definitivamente o sentido da visão.
A escrita é fundamental, tem imensas vantagens e possui caracrerísticas indispensáveis - permite transmitir as ideias, exercer o contraditório, moderar a forma e o conteúdo de um texto, desde o insulto, até ao sussurro.
É practica e funcional. Assertativa quanto baste, e, se necessário pode assumir-se como um murmúrio.

Mas se a palavra é de prata, a imagem é de ouro.
É ela que nos faz avivar a memória, nos acalenta os sonhos e nos estimula a fantasia e a imaginação. Acresce que as imagens oferecem muitas vezes, uma miríade de interpretações e permitem-nos tomar contacto, com imensas tonalidades afectivas.
Evidentemente que tem que haver um certo critério na selecção das imagens a publicar, e cumprir o objectivo primordial, qual seja o desiderato de atingir eficazmente o alvo pretendido, dentro do integral cumprimento dos pressupostos éticos.
Por isso vou continuar a exaltar o poder das imagens, em detrimento do exercício das palavras.
É uma maneira diferente de estar no mundo.
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sexta-feira, 6 de março de 2009

Prisão de Guantánamo

Sr. Ministro do Negócios Estrangeiros:
já lhe mandei à atrasado um bilhete, discordando da sua opinião, àcerca da eventual transferência de prisioneiros, apanhados em Guantánamo pelos americanos, muitos dos quais nunca foram julgados, e muito menos, condenados.
Reconheço o beco sem saída da situação, mas que tenho eu a ver com isso, e que tem o Sr. Ministro, que me representa e que representa Portugal, a ver com isso.

Os USA criaram um labirinto jurídico-legal e meteram-se numa camisa de onze varas; devem ser eles agora a desenvencilhar-se dessa trapalhada.
Problemas já nós temos de sobra.
Afinal, o que é que faz correr o Sr. Ministro?
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Realismo, optimismo e ... pessimismo


Alexandre Soares dos Santos alia um misto de realismo face à crisa actual com optimismo, pelo menos no que diz respeito à visão que tem por via das contas da Jerónimo Martins à qual preside.


Infelizmente por cá e lá por fora há pessoas que não têm tantas razões para estar optimistas.


É com estes sentimentos "quase" antagónicos que estamos e iremos viver nos próximos tempos e é naturalmente necessário que olhemos para ambos os lados.
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quinta-feira, 5 de março de 2009

Outra vergonha americana.


O "EIXO DO MAL".


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OS REGULADORES.


Afinal, ao que parece, já hà muito tempo, que Vítor Constâncio
e outros responsáveis pelo Banco de Portugal, não regulavam nas
devidas condiçoes.
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Pílulas ROGOFF.


Palavras para quê?
É um artista português:
Passou a vida a ganhar dinheiro, e a perder a memória...
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Desculpe mas não entendi...




Até tenho algum apreço pelas suas opiniões e como sou gestor e não economista talvez até esteja errado...


Será que ele se lembrou de que isso iria provocar mais contenção no consumo privado e levar à deflação que todos tentam evitar e que estagnou o Japão durante anos. Deflação a uma escala global seria bonito.


As medidas "aparentemente" sociais têm reverso da medalha. Apenas será necessário encontrar as que têm menos, e esta não é seguramente uma delas.


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quarta-feira, 4 de março de 2009

Carta a Alegre

A MIM NINGUÉM ME CALA, é o seu grito de guerra.
Mas afinal o amigo Alegre continua calado que nem um rato, não tuge nem muge.
Do alto das suas barbas, continua a manter magestaticamente o tabú:
Saio, não saio ?
Crio ou não um novo partido?
Alio-me à estrema esquerda ou fico quieto e sossegado?
Até parece o Dr. Cavaco, nos seus melhores momentos.
Eu bem sei que gente fina é outra coisa, e pode dar-se ao luxo de saborear os prazeres desta vida, e da outra, curtir o poder, por direito próprio, que não para servir o POVO.
É o papel reservado aos Príncipes e às Primadonas.
Acho que Manuel Alegre está a prestar um mau papel ao Partido e ao País, a si tanbém...
Mas olhe que o camarada (não sei se ainda o posso tratar desta maneira) arrisca-se a ficar sem nenhum pássaro na mão.
Cinco anos passam num instante, e já não será então, altura de brincar aos Presidentes.
Custa-me ver um Homem e um Poeta da sua envergadura, travestido de político omnisciente, prestar-se a representar um papel secundário na nossa Democracia.
Porque não se assume de uma vez por todas?
Porque não joga às claras?
Para quê tantas manobras?
Habituei-me a respeitar a sua linhagem, o seu desempenho na oposição ao regime de Salazar, mas sobretudo, a sua POESIA, em versos que me fizeram vibrar de orgulho e de raiva, tantas vezes.
Todavia, como político, e desculpe a franqueza, é (será) somente um mito.
É o que tem mostrado nos últimos tempos, apesar do seu putativo milhão de votos.
Afinal, esses votos não são seus, são do POVO.

SAUDAÇÕES SOCIALISTAS.
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segunda-feira, 2 de março de 2009

Em reflexão...

Estou em reflexão depois do que me fizeram no passado fim-de-semana...

Já não bastava terem censurado as imagens ao Magalhães e voltaram a brincar com o pessoal de Torres Vedras.

Para quem ainda não percebeu, eu explico...

em reflexão...

em reflexão...

em reflexão...

Ainda penso como vos vou explicar isto...

OK, aqui vai.

Será que fui eu a razão do apagão ? --> explicação via campanha negra

Será que alguma maleita me persegue ? --> explicação de um pessimista

Será que o Carnaval ainda não acabou ? --> explicação de um distraído

Será que a Câmara de Espinho não pagou a conta ? --> explicação de um centralista

Será que o Governo não transferiu ainda as verbas do OE para a Câmara pagar a conta ? --> explicação de um autárquico

Será que gostaram do ínicio do meu discurso e queriam que eu voltasse ? --> explicação de um optimista

Será que a banca estava atenta ao discurso e contratou rapidamente o Bin Laden para desligar a luz ? --> explicação de um egocêntrico

Mais possíveis explicações haverá mas estou certo que mais confusos estarão. Então vou descodificar.



Perceberam ? Não ????

Mais claro é impossível. Era eu que discursava quando ...

Mas amigos, podem ficar descansados. Tiveram que me aturar novamente no dia seguinte.
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Ouriços IV.


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Uma outra crise.


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ABU GHRAIB, uma vergonha americana.


Abriu a época da caça

Abriu a época da caça ao voto.

Foi José Sócrates que tomou a iniciativa pelo acontecimento.
Andavam já a preparar-se há muito tempo os caçadores (os predadores) a manobrar e a carregar os cartuxos, a limpar as armas e a treinar os cães.
Está dado o tiro de partida.
Sócrates pediu a segunda maioria absoluta para continuar a realizar as reformas de que o País tanto necessita - na Justiça, na Educação, na Saúde entre outras.
Julgo no entanto que são necessárias outras reformas mais importantes como as da Consciência, da Ética, da maneira de fazer Política, da cooperação entre as pessoas, em suma, do modo de estar no mundo.
Bem sei que a fasquia é muito alta, mas absolutamente necessária.
Sócrates parte na frente, acompanhado de outro bom caçador -Vital Moreira.
Também quero participar no combate, à minha maneira, com a minha velha caçadeira, para ajudar o Partido Socialista a exterminar uma certa bicharada daninha, que grassa arrogante pela nossa floresta.
VIVA O PARTIDO SOCIALISTA.
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