domingo, 28 de novembro de 2010

ESTA CRISE NÃO É PARA OS RICOS.

Tenho pena dos ricos.
Como ficam abalados com a agitação dos mercados e com as mutações
das bolsas.
Com o saltitar dos preços do dinheiro.
Com a variância das taxas dos lucros arrebanhados.
Como diria o Sttau Monteiro, na sua "Angustia para o jantar":
LAGOSTA ou CAVIAR?

Quanto sofrimento nesse triste espectáculo de ver os indigentes a
passar fome,
sem poder garantir o sustento mínimo aos mais desgraçados.
Não deveriam sujeitar-se ao deparar-se constantemente com o infortú-
nio de terem que aproximar-se da miséria, da fome e da exclusão
daquela massa de deserdados.
Os pobrezinhos, tudo bem,
mas os ricos, Senhor,
deveriam ser mais acautelados.

Ninguém tem culpa de passar por tais tormentos.
Deveriam ser poupados a estas tristezas.
Deveria haver mais consideração para com estes infelizes ricos.
Que diabo,
ninguem tem culpa de ter muito dinheiro.
.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dupond et Dupont.


.

Cortagem.

O DESPERTAR do PS.


.

Panoramas 28.

A GREVE GERAL .

A greve geral foi sempre uma das minhas fantasias.
A GREVE.
A GREVE GERAL.
A GREVE GERAL REVOLUCIONÁRIA.
Fui muito marcado pelo romance A Mãe,de Maximo Gorki.
Uma das sequências de que mais gostava, era quando o Pavel falava da
greve geral.A honra de levar a bandeira vermelha, ao som da Interna-
cional. O orgulho de fazer a greve geral, para contribuir para a vitó-
ria da revolução proletária, que se dizia, estava para breve.

Percebi mais tarde, que a greve geral era um meio e não um fim.
A aura romântica foi-se esbatendo com o fecorrer dos tempos e das desi-
lusões.O maior desencanto deu-se quando Jaurés foi assassinado e a uni-
dade entre os operários franceses e alemães, no alvor da 1ª Guerra Mun-
dial, foi quebrada.
Foi um dos dias mais tristes da história contemporânea.

Depois, houve a 1ª greve geral depois do 25 de Abril.
Foi, para nós, portugueses, um deslumbramento.
Mas longe da fantasia que eu sonhava quando era adolescente.

Mais terde, as greves banalizaram-se, inclusive as greves gerais.
São sem dúvida, um acontecimento importante, foram perdendo a magia
que elas transportavam durante a luta contra o regime fascista.
O perfume proletário esfumou-se, à medida que a nossa sociedade se trans-
formou numa amálgama de serviços.
Falta-lhe o sangue e a alma.
O mundo acomodou-se.
A greve geral perdeu muito do frémito e do anseio que prenunciavam as re-
voluções.

A greve geral nunca mais será a antecâmara do sonho.

Claro que as diferenças sociais continuam gritantes;
A miséria e a injustiça proliferam.
Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
Os privelegiados nunca se sentiram tão seguros e arrogantes.
Jamais prescindirão das benesses adquiridas.

Mas a greve geral revolucionária é, e será, até ver, apenas o guião e o
cenário para um grandioso filme de cariz histórico.
Com uma multidão de figurantes.
.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

A SANTA ALIANÇA .

Era puto quando vi pela primeira vez a marca da NATO-OATN,
e logo a coisa me fez muita confusão.
Foi num selo que arranquei de uma carta encontrada no caixote do lixo.
Eu era então um principiante filatelista.
E lá estavam aquelas letras, estampadas sem nenhuma explicação.
Fiquei a matutar naquilo.
Perguntei às minhas tias todas, mas nenhuma foi capaz de me elucidar.
Guardei o selo e fiquei na mesma.

As pessoas da minha família eram muito religiosas; não falhavam uma mis-
sa ou um Te Deum. Rezavam pela conversão da Rússia.
O sinal que tal acontecimento estava próximo, era o aparecimento cons-
tante, de auroras boreais, que eu julgava ver no escuro do céu.

Explicaram-me mais terde que isso da Nato, era para dar cabo dos comu-
nistas.
QUEM?
Era uma aliança militar a que portugal pertencia, e servia para nos defen-
der do comunismo.
COMO?
Rezando muitos terços e novenas á Nossa Senhora de Fátima.

Mas quem queria fazer maldades na minha terra, onde não havia ninguém que
fosse malandro, e muito menos comunista, ou lá que era .
Seria possível isso?
Eu sabia que havia a GNR, mas eu conhecia os guardas; alguns até eram meus
amigos.

Passei muitos anos sem pensar nestas coisas.
Tinha outras prioridades.
Lia livros policiais, de que o meu pai gostava imenso, e conhecia os heróis
da CIA e do FBI.
Se o meu pai gostava, aquilo devia ser malta fixe.

Só bastante mais tarde é que vim a perceber o verdadeiro significado dessa
organização e da matilha que a servia, e ainda serve.
Afinal, eu era tão ignorante como as comadres que ilustram uma conhecida ban-
da desenhada.

Mas também não há quem queira explicar nada;
e muito menos, qem queira aprender .
.