quinta-feira, 30 de abril de 2015

Exposição na ART .

Mário Plácido Miranda Garcia, nasceu em 1942, em Seia,
onde viveu na infância .
Estudou na Covilhã, Castelo Branco e na Guarda .
Tirou o curso de Debuxador , na Escola Campos Melo,
na Covilhã, e formou-se  emEngenharia Químico-Industrial
no
IST.
Cumpriu Serviço Militar, na Especialidade de Fotografia e
Cinema, no Serviço Cartográfico do Exército .
Frequentou durante 3 anos, o curso de pintura, com o pintor
Jaime Silva .
Apresentou diversas exposições, destacando-se as que se rea-
lizaram no Museu da Electricidade, Centro Cultural de Belém,
Clube Militar Naval e Ordem dos Engenheiros .
É colaborador do Blog Tertúlia do Garcia, criado por um grupo
de amigos, e animado, até à data do seu falecimento, pelo seu
filho Mário Pedro .
Tinha e tem por objectivo,  congregar a arte com a política .

Mário Plácido

terça-feira, 28 de abril de 2015

O MUSEU DAS COISAS - 12 - AS MINHAS AGUARELAS .

Também, que diabo,
a minha vida tinha pelo menos, uma coisa boa, e  que todos
apreciavam :

O meu jeito para o desenho

e gostava muito de tudo o que tinha a ver com a ARTE .

O meu pai tinha-me comprado uma caixinha, ou melhor,
um cartão com algumas aguarelas, que eu desatei logo a
utilizar, em pequenos cartões, nas tampas das caixinhas
das embalagens . 

Mais tarde ganhei uma linda caixa na Havaneza, já com
muitas côres, as principais, e as de misturas .

Ia concorrer ao Prémio Nestlé,
e o meu Pai comprou-me uma caixa com óleos verdadeiros.
Pintei um elefante, muito engraçado, mas não ganhei nada .

Mas a minha vida tinha mudado completamente . 
Comecei a distribuir o meu tempo, entre a paródia e o apelo 
ao desenho .

Fiquei definitivamente com o bichinho 
dos bonecos,

bichinho que iria acompanhar-me para o resto da vida .
.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

SONHAR ACORDADO .

Os sonhos são sonhos, só isso .
Pode parecer que é pouco, 
mas eles é que comandam a vida .
Que nos dão asas para voar .
Para passar além do impossível .
Sempre mais longe e melhor .
É viver, sobreviver e rasgar fronteiras,
atingir o infinito .

É pensar ideias inovadoras,
viajar pelo Universo sem fim,
fechar os olhos e observar tudo o que desejar,
sentir todas as maravilhas da natureza .

É ter-te ao meu lado,
sonhando com as tuas aventuras,
é atender  os teus desejos,
reviver as tuas aventuras,
realizar as tuas fantasias,
terminar as tarefas inacabadas
e ver o Mundo evoluir sempre mais 
e melhor .

E dou comigo a pensar que voltaste,
que estás de novo entre nós .
Como tudo seria diferente .
Tão mais fácil de resolver .
Sempre com a solução certa,

com a directiva perfeita,
com o conselho apropriado,
o consenso necessário,
ou a oposição firme e realista .

Às vezes também sonho ao contrário,
como se Abril não tivesse acontecido,
ou se tivesse perdido por aí .

Ou como se Novembro fosse mentira,
Um sonho mau que se perdeu,
Como se alguém tivesse trocado
a bobina do tempo
e a roda do destino tivesse andado para trás .

E regresso ao pesadelo .
Ao sonho mau colectivo .

Todos parecem anestesiados,
enfeitiçados, como nas histórias de bruxas .
Dormentes, sem reacção,
deixando tudo e todos afogar-se no lodaçal 
escabroso,
no pântano demoníaco, entre areias movediças,

sem apelo, nem agravo ,
sem gritar, sem protestar,
como carneiros mansos .

Que triste forma de vida ...
.






domingo, 26 de abril de 2015

ET PLURIBUS UNUM

O ano passado, o Benfica ganhou tido 
o que havia para ganhar, a nível nacional .

Este ano, está em muito boa posição para
revalidar o título de Campeão Nacional,
o que já não acontece há mais de 20 anos .

Tem 3 pontos de vantagem sobre o Porto e
hoje joga na Luz .

Espreita lá de cima, para assistires ao jogo,
e ajuda a elevar bem alto a Taça do Bicam-
peonato .

Alea Jacta Est  .

sábado, 25 de abril de 2015

O VEXAME .

É com uma mistura de pena, raiva contida  e indiferença 
envergonhada, que hoje abro o DN, e não traz uma manc-
hete sobre o 25 de Abril .

Tenho pena, não por mim, mas por aqueles que lutaram 
bravamente, para implantar a Democracia em Portugal .

Pena, pelos nunca virão a conhecer o dia maravilhoso em 
que o sorriso voltou a brilhar no rosto e milhões de Portu-
gueses .

Tantos e tantos que não poderão transmitir às gerações vin-
douras, a alegria e o sentir do Povo poder decidir pelas pró-
prias mãos .

Raiva e indiferença, porque são agora, muitos dos mesmos
que se agarraram desesperadamente ao 25 de Abril, 
que vêm agora propôr, mais uma vez, uma lei de exame pré-
vio, para voltar a amordaçar uma das leis fundamentais do
regime emocrático em Portugal,
  
A LIBERDADE DE EXPRESSÃO .


Teias que o Mundo tece ...
.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

lirba ed 52 .


               A   B   b     i
  
       I

 2
   5    d  e

                  erpmeS 

Ao isto chegou !...

Ó tempo volta para trás .

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades .

Para trás, mija a burra .

Ó que saudades ...

Uma gaivota voava, voava .

Que se lixe ...

.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

É PELO SONHO QUE VOU ...

Nunca tive uma visão determinista das coisas .
Julgava, que de uma maneira ou outra, poderia ajudar a 
inflectir o rumo da Sociedade, no sentido da melhoria das 
condições de vida do Homem .

Julgava eu que a minha postura na Vida, poderia integrar-se 
no esforço colectivo, capaz de alterar as coisas, no sentido de
uma melhor fruição da Justiça, da Vedade e da Solidarieda-
de .

Pensava eu .
Desejava eu .

O Pensamento continua livre .
A Fantasia também .

Estamos algures, entre o passado e o futuro 

O que nos resta então ?.

Talvez a capacidade de sonhar acordado .
.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

O MUSEU AS COISAS - 11 - O FERRO VELHO .

FERRO VELHO

FARRAPOS

PELES DE COELHO


Passavam os homens pelas ruas da Terra, gritando em altos berros,
carregando a mercadoria, a caminho a loja do meu Tio Alberto, onde
era feita a escolha e a armazenagem do ferro velho .
Feita a transacção, era entregue o magro pecúlio que a viagem pelas
aldeias tinha conseguido amealhar .

FERRO VELHO

FARRAPOS

PELES DE COELHO


Era uma actividade patriótica e generalizada .

Todos tinha algum traste velho, uma alfaia  quebrada, uma panela de
ferro que já não era utilizada, pregos, arames, filamentos de lâmpadas
fundidas, casquilhos, roscas, ferros de toda a espécie e feitio, eru um 
nunca mais acabar de utensílios, que serviam o esforço de guerra, e
juntavam alguns centavos ( vinténs), importantes para comprar baca-
lhau, ou outro género de 1ª necessidade .

Importante era conhecer e separar os materiais, e pesar com grandes ba-
lanças e pratos que havia na venda .
E havia truques para distinguir o latão, o cobre, o bronze, e coisas val-
iosas do entulho .

Vi coisas jamais observadas, autênticas peças de Museu, que faziam as
minhas delicias .

Acabava tudo na caixa da camioneta e levado 
para bem longe .
.

sábado, 18 de abril de 2015

MONTANHAS DA SERRA A ESTRELA .

Trago sempre comigo as Montanhas 
da Serra da Estrela .

Há tanto que me afastei delas para bem longe, mas conti-
nuam sempre dentro e mim .

Na minha memória, na minha imaginação .

Por elas passeio, todos os dias, quando divago pelos jardins
de Telheiras .

Falam comigo e por mim .

As cascas dos Plátanos, as sementes, as bagas, os líquenes,
têm a mesma côr das montanhas, e o branco do papel acres-
centa-lhe  neve .

A Serra a Estrela está mesmo aqui, convivo com ela, no dia a 
dia, a cada passo que dou .

Dizem que são ideias malucas, mas a gente só vê o que quer, 
e o que sente .

Porque não tentar mostrar aos outros o mundo da fantasia que
carrego comigo ?.

Pouco ou nada custa ...

As urzes, as giestas, as mimosas, estão por aqui no bairro .
São as mesmas côres que vejo à minha volta , o castanho, o ama-
relo, o rôxo, o cinza, especialmente neste falso Inverno, esperan-
do a chegada a  Primavera, que tarda ...

Muitos, de nada se apercebem, de tão apressados e distantes, a
caminho do trabalho e das preocupações a vida .

Mas para mim tudo é nítido e claro, como a 
natureza em que vivo mergulhado . 
.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

A FAENA MARCELISTA - 5 .

NOTAS FINAIS

A Vichysoise do Paulo

O Banho de m. no rio Tejo

A colagem de cartazes

A limpeza dos baldes do lixo

Com papas e bolos, se enganam 
os tolos

A corrida de burros

Quem te avisa, teu amigo é .

Diz-me como que falas, dizer-te-hei 
quem és

A rã e o escorpião

A formiga e a cigarra

Ninguém dá pontapés, num cão morto

A falar, é que a gente se engana

Comer gato, por lebre

O último a rir, é o que ri melhor

O Borda de Água

O príncipe com orelhas de burro

Cada cavadela, cada asneira

Quem tudo quer, tudo perde


O REIZINHO vai em cuecas 

.






quinta-feira, 16 de abril de 2015

A FAENA MARCELISTA - 5 .

O CONTRADITÓRIO .

É espantosa a capacidade camaleónica 
de Marcelo Rebelo de Sousa .

Qualquer assunto, por mais incrível que seja, serve para 
exibir a sua locacidade desmedida .
Desde a bola, até ao drama mais pungente, o malabarista
costura qualquer tema, com linha e agulha, como se se tra-
tasse de um João Semana do Minho .

Dedicado ao esquartejamento da palavra, orador emérito, 
propagandista da banha da cobra, com-
pletamente vesgo, só descortinando com o olho direito, e 
temperando a conversa com uma visão saloia e salazarenta .

Gabo-lhe a coerência e a persistência,

Mas, e o contraditório ?.
Já praticou em canais canais, com diferentes partenaires,
e usando vários esquemas de apresentação, mas o seu pro-
tagonismo vai-se acentuando cada vez mais, até atingir o
grau zero do jornalismo :
Um simples exercício de Quando o telefone 
toca,
com perguntas óbvias, de escolha duvidosa, manipuladas
manhosamente, servindo sempre o mesmo prato com comi-
da requentada, e usando e abusando descaradamente,
propaganda política partidária .

Uma enorme desonestidade 
intelectual .

Vai longe o passarão ...
.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

A FAENA MARCELISTA - 4 - A PRIMADONA .

CAP. I

O personagem é tão desprezível, que nem sei como começar
a dissecá-lo .
Há muita gente que acha imensa graça ao figurão, de tão his-
triónico que se apresenta em público .
É capaz de afirmar uma ideia, para logo a contradizer de se-
guida .
E depois voltar ao mesmo .

É a missa as criadas e dos parolos, ao domingo .
Vai a todas .
Muda e igreja .
Muda de paramentos .
Muda de sacristão .
Mas a ladaínha beata é sempre a mesma .

De uma pobreza intelectual abjecta .

São Marcelo de Amarante .
Calai-vos, que bem podeis
Já metes nojo na língua
Num sítio que eu cá sei .

Mas o pior de tudo é o ódio 
e o ópio que destila .
Um licranço que ataca pelas costas .
Uma víbora peçonhenta, sempre à espera de 
cuspir veneno cirurgicamente, na passada, 
fingindo-se santinho de pau carunchoso . 

Quem paga esta palhaçada ? .

Enxovalha-nos miseravelmente,
e mete ao bolso o dinheiro dos bilhetes .


.

terça-feira, 14 de abril de 2015

FAENA MARCELISTA - 3 .

CONFLITOS DE INTERESSES .

À mulher de César, não precisa de ser séria,
tem que parecê-lo .

Agora que, finalmente, parece perfilar-se uma possível candida-
tura de 

Mon Ami Marceló,

à Presidência da República,

chegou a hora da verdade, acerca deste ilustre cavalheiro .

Jurista conceituado

Professor Universitário

Conselheiro de Estado

Comentador político

Militante do PPD/PSD

Um autêntico homem dos sete instrumentos .

Não haverá por aí 

Conflitos de interesses

Incompatibilidades diversas

Tráfico de influências

Pelo sim, pelo não, e para que conste,
todos os candidatos presidenciais, 
deveriam ser cuidadosamente escrutinados acerca das suas compe-
tências, passadas, actuais e futuras, relativamente às suas activida-
des e todos os seus proventos, reais ou encobertos .

Estou farto de malandros ...
.





segunda-feira, 13 de abril de 2015

A FAENA MARCELISTA - 2 .

A Experiência Internacional .

Consta que era o menino preferido do Prof. Salazar,
quando este passava férias no Forte de S. João do Es-
toril .

O inicio da sua experiência internacional, começou em
Moçambique, acompanhado pelo papá, o então Gover-
nador Geral da Colónia, menino de bibe e calções, já en-
tão inserido num imenso espaço multi continental e mul-
ti-racial .
Menino e côro, frequentava a escola e a catequese, de
onde cultivaria a boa educação e a obediência a Deus e à
Pátria .

Foi aluno brilhante, formado, Doutor e Professor de Leis,
na Faculdade de Direito de Lisboa, viveiro das maiores
cabeças ante e pós 35 de Abril .

Entusiasta da Primavera Marcelista, não se empenhou
com muito ardor nesse projecto .

Mais práctico, aderiu Á implementação do Jornal Expresso,
de que veio a ser Director .
Julgo mesmo, ser esta actividade no jornal, aquela em que
mais se empenhou e destacou .

Com o 25 de Abril, envergando uma bigodaça farfalhuda,
partiu à conquista da Revolução Social- Democrata , e
votou, com enorme fervor, a Constituição da República Por-
tuguesa, em 1976, a caminho do Socialismo .

Voltando à grande experiência em política internacional, só
se conhecem as grandes barrigadas digeridas no Pabe e nou-
tros restaurantes finos, e as muitas viagens ao Brasil, para
matar saudades da família .

Experiência foi aquela que um dos seus padrinhos, 
Dr. Rui Patrício, Ministro dos Negócios Estrangeiros, cole-
ga de Governo do Papá, que chegou a ser proposto para Pré-
mio Nobel da Paz, por ter atravessado o Oceano Atlântico,
mais de 30 vezes 
.

AFORISMO .

Pode-se enganar uma pessoa, toda a vida .

Pode enganar-se toda a gente, uma vez na vida .

Jamais se pode enganar toda a gente, durante

toda a vida .

.

domingo, 12 de abril de 2015

A FAENA MARCELISTA .

Guardado está o bocado, para quem o 
há-de  comer .

O primeiro milho é dos pardais .

Quem tudo quer, tudo perde .

Contar com o ovo no cú da galinha .

A procissão ainda agora vai no adro .

As cartas estão lançadas .

O jogo vai começar .

Percebo e não percebo a razão da troca do interesse e 
da importância das eleições legislativas pelas  eleições 
presidenciais .
O PR é o principal responsável por ter vindo semear a
confusão no terreno de jogo, convencido que iria condu-
zir esta trapalhada a bom porto .

Quando o homenzinho de Boliqueime tem andado a pro-
pagandear o apelo ao consenso e ao bom senso, eis que o
PR, aumenta exponencialmente o grau de incerteza que
ele espalhou no País .

Até parece o jogo a malha ... 

O PS Foi apanhado com as calças na mão .
Como foi possivel cometer tantos e tais erros, em tão pouco
espaço de tempo .

Uns sonhavam com António Guterres .

Outros António Vitorino . 

E vão dois .

Outros impuseram à revelia

Sampaio da Nóvoa ( ou da Névoa ?) ,
ao que outro (muitos ) vieram logo protestar .

Parece um desenho animado ...

Alea jacta est .

Eis, pois, aberta, a auto estrada do Marcelão, 
a caminho de Belém, 
tal como no presépio de Nazaré .
.



sábado, 11 de abril de 2015

O ERRO DE PARALAXE,

Ou o CHE  FREITAS ...

Não terei a mesma idade, mas sou contemporâneo
de Freitas do Amaral, fundador do do CDS .

Homem vindo da Direita Alta, colaborador de Sa-
lazar, Procurador à então Camara Corporativa .

Foi  Pesidente da Assembleia Geral das Nações
Unidas, nos anos 80, do Século passado .

Foi aquele que levou com o seu próprio retrato 
 nos C...,tendo sido expulso do PP .

Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, no primeiro
Governo Sócrates . como membro do PS .

Ó meus Deus ...

Então não é,
que é o mesmo Freitas  do  Amaral,
travestido de esquerdalho, a vociferar conta a NATO
e contra os Americanos, defendendo calorosamente
uma Ucrânia  Russa, e acusando a Sr. Merkel, de ter
perdido o juízo, porque pode provocar a 3ª Guerra
Mundial ...

Que Bronca ...

O homem, tanto avançou para a 
esquerda, que agora sou eu quem 
fica à direita ...

.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

AS COMICHÕES DE INQUÉRITO .

Nem o António Ferro, 
ideólogo e propagandista do Regime Fascista,
levaria tantas horas, dias, semanas, meses,
uma eternidade, 

a tecer loas, e a cuspir patacoadas da treta,
em 6 ou 7canais de televisão, 

glosando as peripécias do inquérito promovido pelo
Parlamento Português, sob a denominação de Comis-
sões de Inquérito à

BANDALHEIRA DO BES 

Sobretudo, tendo em linha de conta que as referidas 
comichões  serviram apenas para fazer cócegas a al-
guns deputados e pôr a rir o país inteiro .

E para distrair o  pagode 

de outras questões muito mais importantes, como por 
exemplo, derrubar o Governo,

prender os criminosos

e toda a chusma de bandidos e vigaristas que povovam 
o reino do Espírito Santo .
.

O MUSEU DAS COISAS - 10 .

A NAIFA .

Muitas vezes ia com o meu avô 
para a horta .

Manhã muito cedo, noite ainda, que a vida no campo
era assim mesmo dura .
Levantávamo-nos, literalmente, com as galinhas .

Eu gostava de ir com ele, ensinava-me muitas coisas .
Raramente via o meu avô a rir, mantinha sempre um
ar muito sério e de poucas falas .

Recolhíamos os ovos, apanhávamos a fruta, os legumes,
destapávamos o poço, para deixar passar a água da rega,

mas o que eu mais gostava era ir tapando e destapando
o caminho da água, que ia deslizando encosta abaixo .
Era um verdadeiro trabalho de engen-
haria hidráulica .

Semear batatas também era bom, partiam-se às metades,
escolhia-se com cuidado a zona onde cresciam os grelos
e enterravam-se ligeiramente na terra .

Como eu mais gostava  de apanhar a fruta, na esperan-
ça de apanhar os melhores figos, as ameixas mais
vistosas, as maçãs mais saborosas .

Normalmente comiam-se directamente 
da árvore .

O melhor de tudo era o almoço ( para o meu avô, era o
jantar) .
Quando o meu avô puxava a naifa começava a função .
A faca cortava muito bem e era manejada com grande
destreza . Quase que não apreciava a comida, ficava pre-
so nos golpes certeiros com que o meu avô ia cortando
os pedaços de broa, toucinho e queijo .

Depois da sesta, por vezes era o descascar das pêras e 
dos pêssegos, e cortá-los, para depois pôr nos tabuleiros
a secar .

O meu avô limpava a naifa, dobrava-a 
e guardava-a religiosamente no bolso 
do colete .

Que inveja .

O meu sonho era vir a ter uma naifa daquelas .
E cortar a torto e a direito.
Ter uma ferramenta que me permitisse voar com os meus
barcos, aviões, carros .

Ainda hoje,a minha tarefa preferida é 
descascar as batatas e os outros legumes 
para preparar a sopa .
.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

DAVID E GOLIAS .

Por onde vagueias,
 Cavaleiro Andante ?.

Não me digas que aportaste à Grande Nuvem  e vives
perdido no espaço cibernético, que já não te oiço e não
te vejo ?.

Será que emigraste, sem deixar rasto ?.

Sei que os tempos estão mal

mas escreve qualquer coisita no blog . 

Um selo também não cada custa assim tanto...

Eu sei, essas tretas da economia real 
estão complicadas.

Time is money 

Acirra esta malta, diz mal de alguém . 

Chateia o pessoal . 

Ataca o Governo. 

Desanca o Cavaco

Faz qualquer coisa .

Agenda uma reunião da TERTÚLIA .

Convoca os deuses .

Não te deixes ficar quieto, à sombra a bananeira .

Faz prova de vida .

Um grande abraço para ti e para todos .
Beijinhos à patroa e ao menino .

Cumprimentos ao Seguro e ao Beleza .
E a todos os tertulianos .

Saudades muitas . 
.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

O MUSEU DAS COISAS - 9 .

O CENTRO DO MUNDO .

Não tenho memórias muito bem definidas sobre a minha
 infância .
Eu era apenas uma das muitas peças de uma família tradi-
cional, remediada, que vivia na província, fazendo parte de
um universo organizado no esquema de economia de sub-
sistência, e habituado a uma grande austeridade material, e
de princípios .

Só bastante tarde fiquei a saber a casa 
onde tinha nascido .

Era o que se poderia chamar um agre-
gado familiar de geometria variável .

Estava sempre alguém a nascer, alguém a emigrar, outro a
mudar e emprego e, por vezes, a mudar de residência .
No meu caso pessoal, não têm conta as escolas e os profes-
sores que me passaram pelas mãos, em todos os graus de en-
sino .

À medida que a minha família ia aumentando, assim a minha
vida se ia alterando .

- Nunca tive o privilégio de ser o primo- 
  génito .

Fui o 2º na linha da sucessão familiar .
Quando eu começava a criar algumas manhas, aí vinha já
outro a caminho .

Nunca fui o centro do Mundo

Girava por aí..., meio vadio .
Era o centro do meu mundo .

Irrequieto, um tanto ou quanto malandreco, curioso, atre-
vido, imaginativo, distraído, provocador, mas tudo em me-
ias doses .
Não fazia mal a uma mosca .

Contudo, vá-se lá saber porquê, toda a minha vida andei 
com uma pulseira electrónica imaginária .


terça-feira, 7 de abril de 2015

O BOLCHEVISMO E O FIM DA HISTÓRIA .

Menino ainda, ouvia rezar o Terço, para pedir a conversão 
da Rússia 

No rescaldo da implementação da República em Portugal,
e mais tarde, com a Revolução Russa, em 1917, a Igreja 
vivia o pavor do Bolchevismo, uma seita de Anti  Cristos , 
que espalharia todo o mal pela Terra .

Reclamava-se por toda a parte, o aparecimento de sinais 
que viriam anunciar o fim desse terrível flagelo, 
o império do mal .

Vivia-se a febre das aparições, umas melhor forjadas do que
outras, mas foi a de Fátima que acabou por instalar-se no 
seio do mundo católico .

Esse  Império do Mal viria, anos mais tarde a ajudar a derro-
tar o terror Nazi- Fascista, que por pouco, quase conseguia 
instalar o poder de Hitler, em toda a Europa .

Foi Churchill quem teve a ideia de dividir o Mundo em duas me-
tades de uma laranja - para cá e para lá a Cortina de Ferro .

E assim nos ficámos até à queda do Muro 
de Berlim, em 1989 .

O Bolchevismo, então conhecido por Comunismo, foi então
banido, e os mais piedosos acreditaram que a História tinha
chegado ao fim, e que a era da felicidade e da abundância,
tantas vezes apregoada, vinha já aí a romper .

A Alemanha recomeçou, mais uma vez, qual ovo da serpente,
a criar apetite e a engordar, apanhando a boleia do paleio do
Mundo Global, uma história da Carochinha, para 
crianças e adultos tolos . ajoelhando-se aos pés dos outros 
europeus .

Mas pior, inventou-se uma outra patranha designada por 
Primavera Árabe, destapando uma imensa Caixa de 
Pandora, e espalharam milhões de diabinhos, a quem disse-
ram para espalhar a Democracia, por todo o Oriente Médio .

Esta patifaria foi orientada e propalada 
pelos nossos amigos americanos, e imple-
mentada pelos seus criados ocidentais .

Ora cá temos nós um caldinho da pedra, que  veio espalhar a
guerra, a fome, o terror e a miséria, um pouco por todo o 
Mundo .

Afinal, foi o fim da História, ou a sua continuação ...

Estamos melhor agora,
do que há um século atrás ?...
.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O MACACO MARCELÂO .

O macaco é esperto, não é por ter o rabo 
pelado, mas sim por ser velho .

Macaco espertalhão é o Marcelão .

Consegue passar entre os pingos da chuva, sem nunca se molhar .
Político falhado, há quase 4 décadas, nunca ganhou nada, mas
perfila-se sempre como putativo candidato a tudo o que mexe . 

De espectáculo fácil, charlatão acabado, homem do show busi-
ness, palrador de fino recorte, manipulador sem contraditório,
diz e desdiz, entra e sai de seguida, não copula, nem sai de cima,
domina o meio mediático, é impune à demagogia e ao disparate .

Espalhafata, mente, cala o que não lhe interessa, amplia os te-
mas da sua eleição e o seu interesse próprio, dispara só com um
dos canos, e raramente acerta a pontaria .

Como é que se pode, ao mesmo tempo ser 
Conselheiro de Estado, Professor Universi-
tário, candongueiro de ideia e de palavras, 
e agora, uma vez mais, candidato a candi-
dato a Presidente da República .
.

domingo, 5 de abril de 2015

TOTÓ PRESIDENTE .


ANTÓNIO CAPUCHO

ANTÓNIO GUTERRES

ANTÓNIO VITORINO

CARVALHO DA SILVA

FRANCISCO LOUÇÃ

JERÓNIMO DE SOUSA

JOÃO JARDIM

LUÍS FILIPE MENESES

HELENA ROSETA

HENRIQUE NETO 

MANUELA FERREIRA LEITE

MARCELO REBELO DE SOUSA

MARIA DE BELÉM

SAMPAIO DA NÓVOA

SANTANA LOPES 

PAULO PORTAS

RUI RIO

E ainda a procissão vai no adro ...
.






A CONFIANÇA .

" GOSTO MUITO DO MEU PAI

   ELE É MUITO MEU AMIGO

   QUANDO CAIO E DIGO AI

   ELE É LOGO DECISIVO . "


    Mário Pedro
 
.


O DESPERTAR DO MONSTRO .

Será que é desta que vai começar a desatar-se o nó cego
que constitui a questão entre Israel e o mundo Árabe, tan-
ta vez equacionada, mas jamais tratada a preceito ?.

Contudo, algo está a bulir nesta área tão controversa e ao
mesmo tempo extremamente perigosa .

O combate tem sido travado por entrepostos parceiros, mas
começa agora a decidir-se de uma maneira mais directa e al-
go surpreendente, e que se prende com o facto de Israel dei-
xar de ser considerado o polícia de serviço na região . 

Tudo, porque os USA adquiriram a autonomia energética, 
e têm , agora de desembaraçar-se e vizinhos barulhentos e
inconvenientes.
Veja-se o que se passou com o abandono 
da Base das Lages .

A provocação feita pelo 1º Ministro de Israel. ao não ter fala-
do com Obama, e ter simplesmente discursado para o Senado
Americano. humilhando gravemente o Presidente dos USA,
é um acontecimento sem par, e mostra bem o que está a acon-
tecer .

Outro  facto  surpreendente é que, face ao acordo nuclear entre 
o Irão e os USA, ter deixado em posição precária o monstro 
saudita que, pela primeira vez em muitas décadas, mostrou
a sua verdadeira face, expondo-se em guerra aberta no Iémen,
contra os aliados dos iranianos
.

sábado, 4 de abril de 2015

O MUSEU DAS COISAS - 8 .

AS CARICAS  .

Andei no 1º ano do Liceu Camões, em Lisboa, um dos mais
conhecidos e prestigiados, juntamente com O Liceu Pedro
Nunes, O Passos Manuel e o Gil Vicente .
Era frequentado à época, como acontecia com quase todos os 
outros, exclusivamente por rapazes, e dividido pela malta do
1º ciclo, de um lado, e pelos mais velhos, do outro .

O Reitor era um personagem sinistro, de sua graça, Sérvulo 
Correia, uma fera, uma besta, para ser mais franco .
Dado o número de alunos, mal tínhamos tempos de satisfazer
as nossas necessidades, e como havia uma só uma retrete para
todo o pátio, muitas vezes, ou não podíamos fazer chi chi, ou
tínhamos que aguentar a mija ao meio .

Não se podia fazer barulho .

Não se podia correr .

Não se podia andar à pancada .

O único jogo permitido era o campeonato de caricas .
em que os passeios eram os campos de jogos .

Havia todo um ritual nessa activudade :
preparar as caricas, escolher as equipas, seleccionar os jogadores
mais decisivos, encher as caricas com materiais pesados, para que
as traulitadas fossem mais eficientes, escolher a posição das peças, 
e, fundamentalmente, treinar a pontaria .

O jogo ficou para sempre nas nossas cabeças .

Uma geração ou duas mais tarde, apareceria uma versão revista e
melhorada do jogo das caricas, que faria igualmente as delícias do
Mário Pedro e dos seus companheiros de brincadeiras .
.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

AS CHINESICES .

Não que seja decisiva para as pretensões do PS, a enorme
derrota que sofreu nas eleições regionais da Madeira,
mas constitui, certamente, um mau prenúncio para o próximo
futuro os socialistas .

Confesso que, apesar de tudo, esperava 
bastante mais, do consulado de António 
Costa.

Mas as coisa são como são .

Refém das circunstâncias relacionadas com a crise económica
e financeira, espartilhado pelas condições impostas pelo ajusta-
mento internacional, tendo em conta o processo pouco transpa-
rente de transferência de poder, de Seguro, para Costa, dada a
falta de estratégia bem definida para derrotar a direita, que pos-
sibilite uma descolagem clara do governo e, ainda, uma escolha
pouco judiciosa e mesmo errática  dos putativos dirigentes que
pretendem tomar o poder nas próximas legislativas,

é natural que o Partido Socialista (como de resto se verificou na
República as Bananas da Madeira),
não esteja a conseguir juntar forças suficientes para desbaratar,
sem sombra de dúvida, esta choldra que nos desgoverna e empo-
brece, há  já quatro longos e dramáticos anos .

O tacticismo só pode ser eficaz, se for guar-
necido por uma estratégia ambiciosa, clara, 
assumida e com o alvo correctamente 
definido .

A realização das primárias no PS,
e a assumpção plena da candidatura ao cargo de primeiro e
a  pretensão de uma maioria absoluta, foram passos impor-
tantes para esses desideratos,

mas tudo isso é muito pouco, se quisermos
mudar de política e de país .
.
    

quinta-feira, 2 de abril de 2015

A PÁSCOA .

A minha Páscoa era uma espécie de reality show, que 
durava quase  uma semana .
Cristo e os Santos tinham sido postos de castigo, talvez
por, qualquer estranha razão, se tivessem portado mal .
Em todas as igrejas, capelas e capelinhas. estavam mas-
carados de rôxo, e só eram destapados na Aleluia de do-
mingo de manhã .

Havia algumas comias em que não se podia tocar, por 
causa dos jejuns e das  abstinências, para lavar os peca-
dos mortais das pessoas .

Rezava-se por tudo e por nada, numa língua chanfrada,
que a gente não entendia .

Outra cena marada era o cortejo do padre, do sacristão e
e uma quantidade de ajudantes, que percorria todas as ruas
da Vila, para a beijar o crucífixo com o Menino Jesus,
para depois se alambazarem com toda a sorte de comida
e mebidas religiosamente preparadas para a ocasião .

Como era possível comer e beber tanto, em tão pouco
tempo ...

A minha família era enorme ( doze filhos, do meu avô
materno), era um corropio durante toda a manhã .

Cedo me tornei indiferente ás coisas da religião, pois as
regras dos padres eram chatas e até um pouco idiotas .
Mantinham-me um certo medo, mas também um certo mal
estar, como se uma cobra manhosa deslizasse sacristia fora,
e fosse engolir algum passarito mais desprevenido .

Mas eu lá acompanhava aquele circo volante e, como con-
hecia quase toda a gente a terra, divertia-me à brava, comen-
do algumas gulodices, e armando com os meus compinchas,
alguma patifaria para a parte da tarde .

E havia a procissão solene , com as com as imagens dos san-
tos, já devidamente ataviados com as farpelas domingueiras, 
e as colchas de  seda expostas às janelas.

E a banda dos Bombeiros, vestida a rigor, derramando música
festiva, durante toda a marcha .

E não faltavam os sinos, quais carrilhões, calando tudo e tolos,
ribombando sempre sem parar .

No fim, para sossegar a malta, choviam foguetes e morteiros,
como se o manda chuva estivesse a convocar o pessoal para
o fim do mundo .
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