terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

VALER A PENA.

Será que vale a pena?

Tudo vale a pena,
dizia o Poeta,
se a alma não é pequena.
Será?
Será que vale mesmo a pena?

Há dias em que duvido,
duvido de tudo e de todos.
E desespero.
Depois desperto
e sigo adiante.

Algo me obriga a avançar.
Uma força oculta
que me empurra.
Que me leva pela mão.
Que me conduz,
pelo sonho e pela quimera.

Outras vezes,
confronto a realidade
que está tão longe,
mas logo ali ao pé.
Quero apanhá-la no vento
que sopra de mansinho;
no sol que me aquece,
no canto dos pássaros,
no sorriso das crianças.

Apoio-me no Menino
que tantas vezes
agarrava a minha mão.
Que balbuciava
os primeiros sons,
mostrava os primeiros gestos.

Recordo,
quando a curva da vida já se se apertava,
as leves carícias,
as breves palavras,
que me deixaste.

Depois,
bruscamente,
tudo parou,
tudo mudou.

Percorro os teus passos,
sinto o teu rasto,
sigo o teu halo,
quero agarrar a estrela cadente
que tu foste,
quero que me ensines o caminho
para eu continuar.

Dia após dia,
como uma borboleta em busca da luz,
irei ter contigo.
Tenho a certeza que irei apanhar-te
algures no infinito.

Os pais do Mário Pedro.
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