A culpa,como de costume, vai morrer solteira.
Dizem uns, que foi o Sócrates, que pariu o
monstro da dívida soberana. Mesmo que tives-
se sido ele, como era possível um tipo juntar
tanto talento, engenho e arte, capaz de tama-
nha façanha?
É sempre preciso encontrar um bode(salvo seja)
expiatório.
Sócrates pôs-se mesmo a jeito, e ficou encon-
trado o bombo da festa.
Andou o país inteiro, décadas após décadas,a
viver à tripa forra, a gastar o dinheiro que
não tinha, a fugir aos impostos, a viver de
expedientes e falcatruas, mergulhado no mar da
economia paralela, passando toneladas de fac-
turas falsas, pagando serviços a dobrar ou a
triplicar, não entregando nem pedindo recibos
a ninguém, usufruindo ordenados e outras rega-
lias, muitas regalias, sem declarar, nem à segu-
rança social, nem às autoridades fiscais, usa-
do as baixas fraudulentas, para alimentar bis-
cates sem fim.
E por aí fora, a lista de truques e vigarices
não tem fim.
E pior, muito pior, os político e ex-políticos,
os autarcas e ex-autarcas, de todas as côres do
arco-íris, deram golpadas atrás de golpadas, le-
saram o Estado, de uma maneira tal, que feriram
de morte o património nacional.
Os bancos tiveram um comportamento assassino para
a economia e para a finança nacionais.
Tudo isto e muito mais, impunemente.
Chego a ter alguma comiseração e dó pelo
desgraçado José Sócrates...
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