segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O ROUBO DO TESOURO .

Um dos poucos luxos que ainda possuo, é o meu carrito
Fiat Punto 55. Um verdadeiro sinal exterior de riqueza,
se pensar que ando nele cerca de 2 Km, uma ou duas vezes
por semana. Vejam só, a quanto fica o quilómetro...

Um belo dia, ao sair de casa, dei com o carro travado,por
alguém, bêbado, noctívago, distraído, ou por qualquer ou-
tra razão que me escapou.
Isto, em Agosto, numa praceta com inúmeros espaços vazios.

É então que começo a ver o filme O ASSALTO AO TESOURO...

O que a gente imagina, quando algo não se encaixa no normal.
Que fantasias nos atravessam o cérebro, em fracções de se-
gundo.
Não me teriam travado o carro para me roubarem um tesouro
escondido na mala ?.
Estariam à minha espera, para me apanharem e confessar o
crime?.
Quanto mais matinava, mais a minha fantasia inchava.
Quem seriam os bandidos?.
O que queriam de mim?.
Qu segredo estava guardado na mala do carro?.
Como é que íam apanhar-me.
Seria torturado?.

Já tinha chamado a polícia 2 ou 3 vezes.
Passava o tempo e a minha fantasia ia-se avolumando.
Tinha levantado asas.
Era agora um tesouro com muito ouro e imensas jóias.
Eu já havia, há muito, transbordado para o reino do
sonho e da ficção.

Foi então que o rapaz da obras do meu prédio, tirou
o carro que prendia o meu, e se foi embora.
O lugar era perto e calhava bem, perto da obra.

Recuperei o meu Fiat.
Arranquei e saí lentamente.

Por um lado, respirei de alívio;
por outro, a minha fantasia tinha-se desvanecido,
por completo.
Tinha abandonado o mundo das estrelas e, devagarinho,
voltado à terra.
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