quinta-feira, 15 de setembro de 2011

GERAÇÃO À RASCA .

Tinha 3 anos quando a guerra acabou.
O conflito sangrento entre as duas facções espanholas ,
(de 36 a 39 ),tinha já destruído o país vizinho .
Portugal era um país de miséria, cercado pela miséria.
Os negócios do volfrâmio e do fioco, das conservas e do
bacalhau, haviam servido os interesses de uns quantos, en-
riquecendo à custa da desgraça alheia .
A maioria das famílias vivia fiando aos comerciantes e à
míngua das senhas de racionamento, obtidas com enormes di-
ficuldades, que davam para o estritamente indispensável .

Os putos íam descalços para a escola, quando a havia, ou
quando os graúdos os podiam ceder, necessários que eram
para a vida sofrida de muitos agregados familiares .
Liceus e escolas a sério, só nas capitais de Distrito.
As roupas e os livros passavam de mão em mão, ou serviam
para vários utilizadores .

Uma boa parte da população vivia da agricultura de subsis-
tência, matando anualmente o porco, ou vendendo 2 ou 3 pin-
heiros, para a acudir a certas despesas extraordinárias. .
Muitos outros, a maioria, sobrevivia com imensas dificul-
dades.
Mesmo os mais abastados, separados do resto do mundo, não
tinham acesso à maioria dos produto vindos do estrangeiro,
coitados .

Geração à rasca?
Julgo que já ouvi falar do tema, em qualquer lado...

Terras do Bouro
8/9/11
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