sexta-feira, 23 de março de 2012

A GREVE GERAL .

A primeira vez que ouvi falar na greve geral, foi na Covilhã,
terra dos panos de lana.
Não sabia eu que a região da Serra da Estrela havia sido es-
colhida pela excelência das águas, que permitiam uma boa la-
vagem dos tecidos e um fino tinte e acabamento dos mesmos .
Essa história desenvolveu-se já no tempo do Marquês de Pombal

Cedo me relacionei com a indústria têxtil e com as gentes que
nela laboravam.
Cedo percebi a dureza e a injustiça a que aqueles homens e mu-
lheres estavam sujeitos .
Foi pois com naturalidade que percebi a força dessa expressão .
A greve geral era o sonho das massas trabalhadoras .
Era o mito e o tabú .

Foi aí que apanhei o primeiro baptismo da luta social contra
os privelegiados .

Mais tarde, vibrei com a leitura de A MÃE, de Gorki .
Li e reli, vezes sem conta , a história de Pavel e da Mãe .
O mistério desse drama social e humano, que convocava o povo
russo para a revolução, tendo contribuído, mais tarde, para a
sua eclosão .

Foi, no entanto, com o Dia do Estudante de 1962, que tive o
orgulho de participar e viver por dentro, uma greve geral dos
estudantes .
Então percorri toda a trama da greve, durante meses a fio, entre
o orgulho, a alegria, a festa, e mais tarde, a incerteza e o medo .

Nunca mais seria o mesmo .
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