terça-feira, 27 de agosto de 2013

A PRAGA DOS INCÊNDIOS .

Deixa andar,
que o meu pai é bombeiro .

Mas se de facto fosse mesmo bombeiro a sério,
largava o equipamento todo, e fugia depressa para
bem longe .
Deixava arder tudo .
Fazia greve geral e definitiva de todos os apagadores
de fogos, e sentava-me a ver o espectáculo,
como Nero, na Roma antiga .

Esperava que o fogo chegasse até casa de um ricalhaço,
com muita guita e muito bago,
e ele que apagasse, se lhe aprouvesse.

Deixava os Ministérios, os Tribunais, as Esquadras,
as Universidades e os Palácios dos manda-chuvas arder
em fogo brando, até que as chamas se aquietassem .

Podia ser que chovesse ...

A lata com que se fala levianamente de violência doméstica .
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