domingo, 1 de fevereiro de 2015

NEM ÀS PAREDES CONFESSO .

Mesmo com tudo que eu vivi  durante a Revolução
do 25 de Abril, sempre entendi que a minha Revolução
nunca seria possível em Portugal, nem em nenhuma
parte do mundo .

Julguei, todavia, que um certo patamar democrático po-
deria ser alcançado, até tendo em linha de conta o atraso
endedémico, que nunca conseguimos ultrapassar .

Muito se avançou em todos os domínios, política, eco-
nómica, social, e culturalmente .
Algumas elites foram cooptadas para o desenvolvimento de
Portugal, mas foi o povo anónimo e esforçado, quem ten-
tou saltar a cerca e quebrar as algemas do obscurantismo
em que estivemos mergulhados durante tanto tempo .

Quase conseguimos .

"O mundo, às vezes, pula 
  e avança, como bola colo-
  rida,entre as mãos de    
  uma criança".

Mas a história acaba aqui .
Desgraçadamente .

 A ganância, o roubo, a patifaria, o desatino, tomaram
de assalto o castelo e, como corsários desembestados, 
derrubaram tudo e todos à sua passagem ,

Sócrates

Um menino e côro,
comparado com as hordas de Hunos que vieram a seguir .
E não há inocentes nesta cruzada, uns por convicção, ou-
tros por conivência .

A culpa não é só nossa,
mas não quisemos , ou não soubemos defender o nosso
quadrado, como já fizemos tantas vezes, ao longo da nos-
sa história .