sábado, 1 de novembro de 2008

Change

Daqui a 80 horas, caso não aconteça algo similar a 2000, já saberemos quem será o próximo presidente dos E.U.A..

Se alguma dúvida restava, depois da perfomance estratégica da equipe de Obama nas primárias, de que os Estados Unidos teriam o seu primeiro presidente afro-americano neste momento poucas restam.

A campanha tem sido muito prejudicial a McCain, não só pela crise financeira mas essencialmente pelos erros estratégicos cometidos, que levam ao ponto de já existirem cisões públicas entre ele próprio e Sarah Palin. A escolha desta veio a revelar-se o maior erro estratégico que nem o "fabricado" Joe the Plumber conseguiu reverter.

Estratégicamente Barak Obama esteve quase irrepreensível, aguentando as gafes do seu Vice e ataques ferozes ao seu carácter. Para fechar, e aproveitando os recursos financeiros milionários que conseguiu recolher, lançou no periodo em que seria normal uma aproximação de McCain, a exemplo de eleições anteriores, o seu "infomercial", espaço televisivo de 30m pago em horário nobre nas 5 maiores cadeias televisivas, conseguindo inverter a queda ligeira do início da semana.

Neste momento, e com as sondagens dos últimos dias a lhe serem desfavoráveis, McCain não tem quase nenhumas chances de ser eleito. Obama segura com vantagem muito razoável os estados ganhos por Kerry em 2004, bem como o Iowa. Além disso tem vantagem confortável e mais de 50% nas sondagens no Colorado, Nevada, Virginia e New Mexico.

Caso a aposta dos Republicanos de virar a Pennsylvania, ganha por Kerry, juntamente com os restantes estados onde a Obama não passa os 50% surtisse efeito a eleição ficaria 270-268 para Obama, pressupondo que McCain ganharia os 5 votos no Nebraska e Obama os 4 no Maine (estados onde o os votos podem não ser na totalidade para um candidato).

Para isso acontecer McCain teria que vencer em estados onde Obama tem vantagem razoável, como o Ohio e a Florida, onde Obama está na frente como North Carolina e North Dakota, além daqueles que estão empatados como o Missouri e Indiana e dos que lhe são favoráveis, embora com vantagem a reduzir consideravelmente na última semana, como a West Virginia, Montana, a Georgia e surpresa final, o seu estado, o Arizona.

Falemos então do que se chama o efeito Bradley. Tom Bradley, candidato negro, perdeu as eleições para governador da California em 1982, apesar de ter vantagem confortável nas sondagens dos dias anteriores. Isto foi explicado como respostas não verdadeiras nas sondagens de opinião pelo facto de os questionados não se assumirem que o factor da raça interferia com o seu sentido de voto.

No entanto, análises a este possível efeito em eleições recentes, este factor poderá verificar-se essencialmente nos eleitores referidos como indecisos. Assim, nos últimos quatro anos e comparando com as sondagens dos dias anteriores, em eleições com candidatos negros republicanos e brancos democratas os indecisos penderam "todos" para os candidatos democratas. No caso de candidatos negros democratas e brancos republicanos a proporção dos indecisos foi de 4 para os candidatos republicanos e 1 para os democratas.

Se isto viesse a acontecer, o que será menos provável dado uma maior mediatização e esclarecimento nestas eleições, Obama teria que ter mais de 50% nas sondagens para assegurar a vitória o que, como vimos acima, é muito provável, não chegando a McCain contar com os indecisos.

Além disso a "máquina" democrata está bastante bem organizada e disso é exemplo os resultados de quem já votou até agora que, embora não se sabendo em quem votaram, seguindo a tipologia de votantes das sondagens dá clara vantagem a Obama.

O momentum é de Obama, a motivação está do lado dele e não tem sido descurado evitar sintomas de vitória antecipada que poderia levar a uma desmobilização na próxima terça-feira.

Cheira a mudança ...

1 comentário:

Unknown disse...

Obama vai ser o próximo Presidente dos Estados Unidos da América. I told you so!