sábado, 7 de fevereiro de 2009

O Liberalismo, Doença Infantil do Capitalismo

Como é que o homem do leme não apareceu a avisar o pessoal,
não se apercebeu do que estava a acontecer, não enviou nenhuma
mensagem, e não alertou que se aproximava a crise financeira?
Tem andado muito distraído, o nosso homem do leme!
Ele que nunca erra e raramente se engana;
que num relance distingue com toda a facilidade
a moeda boa e a moeda ruim.

E que dizer de muitos banqueiros e afins, cuja actividade principal
é fabricar dinheiro, como se fossem donos de uma fábrica de moedas?
Quantas actividades menos lícitas, obscuras, ilegais, desonestas, senão mesmo criminosas, para as quais nos encontramos completamente desarmados, à mercê de toda a espécie de trafulhices e pantominices. Vêm agora todos pesarosos, estender a mão à caridade do Estado. Afinal o mercado, todo sapiência, como valor absoluto da regulação faliu, dizem uns, apenas sofreu um abanão, dizem outros.

E alguns políticos, que são óptimos a pôr e dispor sobre os valores das pensões dos mais pobres, que sabem muito bem quanto vale, para os mais débeis, o salário mínimo nacional, e afinal não souberam prever nada, andam a marrar às cegas, como se o grande objectivo fosse, quantas vezes ouvirem-se uns aos outros , esgrimirem argumentos e resguardarem-se na imunidade parlamentar, descurando em muitos casos, a procura de soluções para os problemas económicos e financeiros do país.

E os fiscalizadores, os controladores e os reguladores, etc, etc, não deram por nada? Ou só deram, por incúria, por interesse, por ignorância, ou até mesmo por maldade, quando já era tarde demais?
Então esses tipos não ganham rios de dinheiro, não arrecadam pipas de massa para pôr ordem no " mercado "? Têm andado a aumentar os vencimentos e as pensões uns dos outros.
São míopes, cínicos ou vesgos?

E os tubarões, piranhas, abutres, sanguessugas, vermes, e outra bicharada, que vivem à custa do alheio, jogando e voltando a jogar na roleta da vida, multiplicando," ad infinitum ", os bocados entregues à confiança de tantos e tantos garganeiros e chicos espertos, navegando à bolina e à babugem nas àguas turvas e, outras vezes, na lama.

E alguns dignatários e mandatários do sistema judicial, magistrados, advogados, juristas e doutores em geral, encobertos pelo segredo de justiça, que estiveram calados, relativamente às irregularidades e patifarias, que tiveram lugar, um pouco por todo o lado, e organizados pelos grandes senhores dos interesses e do dinheiro.
Uma boa parte deles ficaram insensíveis ao caos económico e financeiro que se foi verificando durante tanto tempo.

E que dizer da chamada comunicação social vulgo os media, os quais têm demonstrado tanta desfaçatez, pouca vergonha, cumplicidade, pressão política e ideológica, parcialidade, oportunismo e revanchismo inqualificáveis, roçando o nôjo, e destilando veneno por todos os poros, tudo em nome da independência e do dever de (des)informar.

Se calhar, quase toda a gente foi tendo contacto com a tempestade que se aproximava, mas ninguém quis aperceber-se que o rei capital ia completamente nu, em atitudes extremamente pornográficas, e ninguém se apressou a relatar o facto.
O caroço é mais forte que os escrúpulos, a tentação e a ganância, ficam de lado quando se tem o objectivo do lucro fácil.
O deus dinheiro, qual bezerro de oiro, continua a reinar em todo o planeta.

O CAPITALISMO MORREU, VIVA O CAPITALISMO!

Estava eu a magicar nestas coisas da política e das finanças, quando rebentou com grande estrondo o "affaire" Freeport de Alcochete.
Curioso, curioso, é a única reacção que me vem à cabeça.

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