Era assim que os ardinas anunciavam os jornais.
A gente comprava, mas depois nada de importante vinha nas
notícias.
Os ardinas vendiam , cada qual para seu jornal.
O grito era comum a quase todos.
Traz o desastre, traz o desastre...
Era, já então, uma iniciação ao marketing.
Ou a esperança que gente tinha, que o tal desastre acontecesse
em breve.
Outro ardil de alguns ardinas, mais expeditos e informados,
brincava com os títulos dos vespertinos, nos anos sessenta,
que gritavam:
LISBOA
CAPITAL
REPÚBLICA
POPULAR
Era um grito de esperança,
mas também uma provocação aos esbirros do regime
fascista.
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