As Relações Institucionais
Não foi por esse ângulo que o actual 1º Ministro foi acossado.
A relação com todos os órgãos de soberania, PR incluído, primaram quase
sempre por um respeitoso distanciamento, mesmo nos momentos em que a
temperatura subiu alto.
Foi o tempo da Cooperação Estratégica, que existiu, grosso modo, nos dois
primeiros anos do Governo Sócrates.
Foi a discussão e aprovação do Estatuto do Açôres, e fora do contexto então
prevalecente, que as relações entre PR e PM azedaram um pouco, mas mesmo
assim, dentro de limites razoáveis.
Claro que dos dois lados da barricada, houve sempre pessoas a entornar o caldo.
E os episódios das espionites trouxeram alguma turbulência ao eixo PR-PM.
Aproximavam-se as eleições legislativas, com Cavaco a apoiar claramente Ma-
nuela Ferreira Leite, que as perdeu para o PS.
As directas no PPD/PSD deram mais uma derrota a Cavaco, que apoiava Paulo
Rangel. Ganhou Passos Coelho, como se sabe.
Com a emergência da crise financeira mundial ,e todo o grau de incerteza,
a todos níveis, e com os saltos de cavalo de Passos Coelho, como se fosse uma
cucaracha tresloucada, Cavaco refugiou-se novamente numa nova convergên
cia, de modo a minmizarr os efeitos da grave crise interna, e salvaguardar as
condições para a sua reeleição, pelo menos até ao dia limite para a eventual
dissolução da AR, e subsequente queda do 2º Governo Sócrates.
Os maiores ataques e enxovalhos ao 1º ministro nunca foram, pelo menos,
cirectamente, lançados por Cavaco, honra lhe seja feita.
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