Mal comparado, um partido tem algumas semelhanças com uma quadrilha.
Esta destina-se ao saque e à rapina indiscriminada ;
aquele é destinado a recolher, compulsivamente, os fundos indispensáveis
ao desenvolvimento po País.
Existe outra diferença fundamental:
a liderança da quadrilha é feita pela força e usando a violência, enquanto
que a chefia de um partido é feita por processsos democráticos.
Contudo o modus operanti apresenta algumas semelhanças
Compete ao líder escolher os seus correlegionários, distribuir tarefas e
atribuir responsabilidades.
Ás vezes, e de acordo com as suas conveniência, o chefe pode avocar ou
diluir as suas prerrogativas.
Mas é sempre ele o responsável político máximo em todas as grandes deci-
sões.
Os subordinados têm o dever de reserva sobre as orientações politicas e
devem cumprir as directivas e partilhar as responsabilidadedo Governo.
O 1º Ministro, em todas as circunstâncias, deverá ser apoiado e defendido,
face aos ataques desadequados dos adversários partidários.
No caso do 1º Ministro actual, sobretudo na vigência do 2º governo Só-
crates, as coisas têm corrido bastante mal, em parte pela irrupção da crise
económica internacional.
Mas o que eu quero sublinhar é o seguinte:
- Sócrates isolou-se demasiado;
-Os outros Ministros, salvo raras excepções, apagaram-se:
- Muitos militantes socialistas, descrentes ou oportunistas, calaram-se e
deixaram de defender o PM;
-Algumas franjas do PS, à sua esquerda e à sua direita, passaram mesmo ao
ataque directo ou velado ao PM;
Tudo isto num ambiente completamente hostil, roçando a paranóia, por
parte de tudo e todos, exceptuando alguns elementos do núcleo duro do
Gabinete de José Sócrates.
Não me pronuncio sobre a bondade do PM, sobre o seu Governo e as suas
Políticas.
Apenas quero chamar a atenção para a falta de sentido de Estado, de todos
os agentes políticos, em toda esta telenovela, à volta da governação de Por-
tugal, nos últimos anos .
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