Confundo o País com o partido.
O Partido está definhando.
Foi violado ao longo de longos anos.
Foi sendo retalhado às fatias e foram-no devorando,
comendo sempre o bocado mais à esquerda.
Restou a parte que se reclamava social-cristã,
espécie beata da social-democracia.
E até essa parte virou social-liberal.
Com anuência de grande parte dos ditos socialistas.
Que temos agora?
Chego a ter vergonha de me afirmar socialista.
Já se houve o clamor dos pseudo-militantes à rasca.
Por onde andaram?
Que fizeram?
Que traficaram?
Porque se calaram?
Porque se abstiveram?
Quantos sujaram as mãos?
Quantos venderam a alma ao diabo?
E ao deus dinheiro?
Quero o meu Partido de volta.
Fiel aos seus ideais, aos seus princípios.
Quero a continuar a orgulhar-me daqueles que estiveram
sempre na primeira linha dos combates travados contra a
injustiça, a mentira, a ganância.
Quero voltar a acreditar nos grandes ideais da Liberdade,
Igualdade e Fraternidade.
Quero ainda celebrar a beleza do Mundo.
Quero ajudar a mitigar o sofrimento e a dôr dos outros.
Quero alegrar-me com o riso das crianças.
Senão, de que vale a pena...
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