A maior parte dos portugueses( e de todos os povos )odeiam a
política e os políticos, porque se odeiam a si próprios.
Quando os apelidam de ladrões e corruptos, não conseguem en-
tender que eles, sim, é que são ladrões e corruptos.
Os não políticos ( os tais da apregoada e abençoada sociedade
civil, que não militar), consideram-se todos sérios, honestos
e impolutos, desde que não sejam apanhados ou sujeitos a qual-
quer tipo de escrutínio.
Podem gamar e traficar tudo e todos, até a própria alma, que
nada os faz pestanejar.
Diz-se que o poder corrompe.
É verdade.
Que o poder absoluto corrompe absolutamente.
Claro que é verdade.
Mas isso é nas ditaduras e nos regimes autoritários, que não
nas democracias estabelecidas.
Sócrates ganhou duas eleições legislativas, uma com maioria
absoluta, e outra com maioria simples.
Querem agora correr com ele?
Pois que o façam.
Democraticamente.
Mas sem truques.
.