A seguir ao 25 de Abrir houve uma corrida geral aos partidos.
Muita gente se escondeu nas suas saias, especialmente nos de esquerda,
ou nos já então existentes à época.
O pessoal da direita correu à pressa a formar novos partidos, com tal
fervor, que tudo ficou com o nome trocado.
Foi o cagaço total.
O medo do comunismo.
Assim apareceu um partido da maralha liberal, denominado Partido Popu-
lar Democrático, um partido da direita revanchista, crismado de Centro
Democrático Social.
À esquerda surgiram resmas de partidos, como se fossem cogumelos, cada
côr, seu paladar.
O Partido Comunista, o único partido verdadeiramente organizado, abando-
nou a clandetinidade, apareceu a reclamar os seus dideitos.
Já então entalado entre dideita e esquerda, o Partido Socialista gover-
nou sòzinho durante breve tempo e, posteriormente, para fazer maioria,
amigando-se com o CDS .
O Partido Socialista era (sempre foi) um partido social-democrata.
O 25 de Novembro, o regresso dos chamados retornados e o realinhamento
da esquerdalhada, obrigaram o País a dar uma forte guinada à direita, e
fizeram vacilar o PS .
Para acabar de borrar a pintura, Eanes, de sinistra memória, foi o pri-
meiro a acenar com essas parvoíces da sociedade civil e da cidadania.
Foi o princípio do fim do Partido Socialista.
Eanes criou o renegado Partido Reformador, com cerca de 20% de votos,
nas eleições seguintes.
Estava aberto o caminho para o aparecimento do novo messias, o abenço-
ado Anibal Cavaco Silva .
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