O mundo está em guerra ,
Uma guerra não declarada, mas nem por isso
menos mortífera.
Os beligerantes, assassinos confessos, escon-
dem-se cobardemente por detrás da máscara cha-
mada, inocentemente, mercados .
Não dão a cara, fazem jogo sujo, muitos vão à
missa todos os dias, outros contribuem para as
obras de caridade, outros ainda são afamados
senhores, medalhados com comendas, que se dizem
estar a contribuir para o bem estar do mundo ci-
vilizado.
Disparam do aconchego das suas mansões, entre
dois goles de conhaque ou vinho do porto, deli-
cadamente , teclando balas mortíferas um pou-
co pelo mundo fora.
É uma guerra asséptica, em que os matadores são
invisíveis, o sangue não corre, e as vítimas são
meros algarismos.
É uma guerra sórdida, em que todos, de uma ma-
neira ou outra, participamos.
No mínimo, por omissão ou por indiferença.
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