Costumava ir com o Mário Pedro às aulas de música
da tia Vitória, aos Bombeiros Lisbonenses, perto do
Marquês de Pombal.
Nessa altura morávamos ao Rato, mesmo ao pé da Ca-
pela, que ficou célebre.
Atravessávamos a Av.da Liberdade.
Na volta, íamos lanchar a uma pastelaria, junto ao
Castil .
Passava-se isto durante a primária, vivida no Colégio
Montessori, às escadinhas do Procópio .
O Pedro era uma criança muito viva, que não parava
quieta, que questionava tudo e todos.
Sempre irrequieto, arranjava sempre novos motivos
para não ficar sossegado .
A sua infância foi sempre uma festa .
Um dia, zanguei-me com ele, por qualquer coisa sem
importância e ele ficou triste.
De repente, passou-se algo estranho;
olhava o meu filho, mas via nele a minha imagem,
e eu transformei-me no meu pai, a olhar-me com ar
severo.
Num momento, tudo mudou.
Dei-lhe um beijinho e abracei-o.
Lanchou depressa, sossegado e feliz .
Saímos e regressámos a casa, de mão dada .
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