sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O ELOGIO DA SOLIDÃO (2ª PARTE) .

Como é bom acordar sem pôr o despertador,
levantar a qualquer hora, com qualquer tempo,
chova muito ou faça sol,
mesmo que às vezes a disposição nem sempre seja a melhor .
Sentir que estamos vivos .e com vontade de saltar da cama
e começar a trabalhar, sôfrego de tempo, como se o mundo
fosse acabar .
Nunca me senti tão activo, apesar da idade .
Quem corre por gosto, não cansa .
O trabalho ràpidamente se transforma em hobby, em prazer .

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Desconhecia até agora ,as boaventuras do exercício da solidão .
Contavam-me coisas horríveis , diziam-me que a vida acabava
mais depressa, que a depressão espreitava a qualquer esquina
da vida ..
Contudo, a minha qualidade de vida veio a melhorar,
facto a que não deve ser alheia a disposição de conseguir uma
actividade útil, gostosa e com alguma dimensão de gratidão, me-
mória e sentido de serviço público .
Foi muito difícil gerir tudo isto, sobretudo numa altura em que 
parti quase do zero, em termos de auto estima e de apêgo à
vida e aos meus semelhantes .

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Para além do ser ou não ser,
das palavras ôcas,
o que importa é isto,
penso nos outros,
logo existo .
o que importa é isto .

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