segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A ANGÚSTIA DO ESCRIBA DIANTE DO PAPEL EM BRANCO .

Que escrever ?
Como escrever ?
Para quê e para quem ?

Já deixei de ler, e qualquer dia, se calhar,
passo também a deixar de escrever .

Escrever exige um certo esforço, mas também prazer .

Não me queixo do  cansaço, e a retribuição trocada 
com os que me aturam vai minguando .

Por vezes escrevo no vazio .
Para me sentir vivo .
Para me dar algum alento .

O que me anima, que me desculpem todos os outros,
é saber que tu estás sempre comigo, que me ouves,
lá onde pairas .
Escrevo, não para te substituir, nunca o faria,
mas para te prolongar, para sentir que continuas a
encontrar o caminho certo, a trilhar uma via alternativa
para os objectivos com que tu sonhavas .

Bem sei que as coisas não estão nada fáceis,
mas teremos que arriscar um futuro possível
que nos mereça .

Não sei se tu estás ao corrente dos dislates que se vêm
acumulando e que estão a destruir o nosso Pais, de uma
maneira assustadora .
E as pessoas parecem hipnotizadas, não se apercebem
dos perigos que já existem, e dos que estão para vir .

Recuámos décadas, em menos de três anos .
E não hã explicações para esta abissal transformação .
Pelo menos explicações razoáveis, explicáveis .
Fomos apanhados numa teia de aranha monstruosa,
que nos vai sugando inexoravelmente .
.