Andam por aí paletes de escribas de toda a natureza,
políticos, comentadores, críticos, amantes da arte, arro-
tando postas de pescada e outros peixes, acerca do bru-
xedo dos quadros de Miró .
São avançados inúmeros argumentos e opiniões sobre o
tema, mas ninguém alvitrou o óbvio :
Deveriam os quadros de Miró, pertença do Estado, ser
entregues a alguém com competência artística reconheci-
da, preparar a sua criteriosa avaliação, e promover uma
mostra ao nosso público, num edifício condizente com a
importância das telas, de há muito mantidas em completo
sigilo .
Não valeria a pena gastar algum dinheiro para arranjar
uma galeria para efectivar tal tipo de exposição, sobre-
tudo com tanto local disponível em Lisboa (ou outra loca-
lidade), tirando partido de tão importante acervo pictório
existente no nosso País ?.
Vender ao desbarato tal património, além de ser financei-
ramente irrelevante, parece-nos politicamente e cultural-
mente idiota .
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