quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Carta pouco aberta

Meu caro amigo e camarada David

Tenho lido com o maior interesse os teus textos sobre as eleiçoes americanas.Vejo que continuas empenhadíssimo nas presidenciais nos EUA, que se aproximam rapidamente e que parecem ter, para ti, uma importância decisiva, relativamente à política nacional. Eu não concordo contigo. Acho que há muito mais vida para lá dos problemas dos EUA, até porque qualquer resultado que delas decorra, não irá alterar significativamente o cenário político internacional, em geral, e o nacional, em particular.Talvez na economia sim, mas com a tempestade financeira instalada, quem pode, nesta altura do campeonato, prever seja o que fôr...
Quanto à política pura e dura, gostaria de te lembrar, que foi o Kennedy quem mandou invadir a Baía dos Porcos, e foi Clinton quem bombardeou furiosamente a Jugoslávia. Já agora mais prospectivamente, gostaria de saber quem poderá vir a acabar com as guerras do Iraque e do Afeganistão. Ou quem irá, talvez, bombardear o Irão. Gostaria ainda de descobrir quem vai travar a implementação dos mísseis com ogivas nucleares a instalar na europa oriental, apontados à queima roupa à Federação Russa.
Vejo, isso sim, com preocupação, as manobras de envolvimento de Cavaco Silva para condicionarem, cada vez mais, o P.S. e José Sócrates, com o propósito de encostar “o centrão” cada vez mais à direita, e levar de novo, a curto e/ou a médio prazo, o PSD/PPD ao poder. O perigo é ainda maior graças às sucessivas pressões à esquerda do PS. Claro que há as eleições na América, que vão ser muito importantes, com certeza.
No entanto teremos que ser nós, primeiro que tudo e que todos, a lutar contra a direita. Os americanos, qualquer que seja a sua côr, costumam estar quase sempre do lado errado do nosso.

Saudações socialistas

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2 comentários:

David Santos disse...

São muitas e complexas perguntas para serem respondidas do pé para a mão. ou serão mais inquietações ?...
O olhar sobre as eleições americanas pode não adoçar os pastéis de belém mas seguramente dar-nos-á pistas sobre como poderiam os mercados financeiros ter sido regulados para evitar as nacionalizações destes dias e essa discussão é seguramente importante para a política mundial.

Unknown disse...

Por acaso tenho ideia que a sociedade civil europeia era a favor da intervenção militar americana na antiga Jusgoslávia...

(Sobre o Kennedy falaremos noutra altura).