quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A GREVE GERAL .

A greve geral foi sempre uma das minhas fantasias.
A GREVE.
A GREVE GERAL.
A GREVE GERAL REVOLUCIONÁRIA.
Fui muito marcado pelo romance A Mãe,de Maximo Gorki.
Uma das sequências de que mais gostava, era quando o Pavel falava da
greve geral.A honra de levar a bandeira vermelha, ao som da Interna-
cional. O orgulho de fazer a greve geral, para contribuir para a vitó-
ria da revolução proletária, que se dizia, estava para breve.

Percebi mais tarde, que a greve geral era um meio e não um fim.
A aura romântica foi-se esbatendo com o fecorrer dos tempos e das desi-
lusões.O maior desencanto deu-se quando Jaurés foi assassinado e a uni-
dade entre os operários franceses e alemães, no alvor da 1ª Guerra Mun-
dial, foi quebrada.
Foi um dos dias mais tristes da história contemporânea.

Depois, houve a 1ª greve geral depois do 25 de Abril.
Foi, para nós, portugueses, um deslumbramento.
Mas longe da fantasia que eu sonhava quando era adolescente.

Mais terde, as greves banalizaram-se, inclusive as greves gerais.
São sem dúvida, um acontecimento importante, foram perdendo a magia
que elas transportavam durante a luta contra o regime fascista.
O perfume proletário esfumou-se, à medida que a nossa sociedade se trans-
formou numa amálgama de serviços.
Falta-lhe o sangue e a alma.
O mundo acomodou-se.
A greve geral perdeu muito do frémito e do anseio que prenunciavam as re-
voluções.

A greve geral nunca mais será a antecâmara do sonho.

Claro que as diferenças sociais continuam gritantes;
A miséria e a injustiça proliferam.
Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
Os privelegiados nunca se sentiram tão seguros e arrogantes.
Jamais prescindirão das benesses adquiridas.

Mas a greve geral revolucionária é, e será, até ver, apenas o guião e o
cenário para um grandioso filme de cariz histórico.
Com uma multidão de figurantes.
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