Sou uma espécie de borboleta tonta.
Voo inopidamente contra os filamentos das lâmpadas,
movida pelo instinto.
Arrisco-me a morrer a cada instante, mas nunca desisto.
Por vezes perco completamente o tino, e é a minha salvação.
Outras vezes sou poupada, porque me apagam as luzes.
Que força é esta que me leva a investir compulsivamente,
em busca do perigo fatal?
Outras ocasiões hiberno.
Depois volto à carga, com a mesma voragem de sempre.
Não me move a inconsciência.
Nem a coragem.
Mas a pulsão frenética dos bichos da minha espécie.
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