Gosto mesmo muito dos meus inimigos.
Não tenho de os ver, nem falar com eles .
Não tenho que os aturar, nem eles de me aturarem
a mim .
Não me ofendem, não me tratam mal .
Não me chateiam.
Não me incomodam com conversas idiotas.
Não me pregam sermões .
E já nem sequer me ofendem .
Claro que têm os seus inconvenientes .
Não querem saber de mim para nada.
Não me ligam a ponta de um chavelho .
Não têm que aturar as minhas diarreias mentais,
nem os meus arrotos existenciais.
Mas isso, é o tratamento que tenho
da parte dos meus amigos do peito,
e não é por isso
que venho agora
queixar-me deles.
Tudo está bem, se acaba bem...
.